capítulo quarenta e oito

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Henrique

2 meses depois

Meu pai é um filho da puta que só lembra de mim quando ta precisando de alguma coisa e minha mãe eu perdi cedo demais, quando ela morreu eu já estava no crime e de verdade eu achava que aquela ia ser minha vida, não tinha muitas expectativas não por isso eu zoava pra caralho, ai eu conheci a Rayanne e ela começou a mudar minha cabeça.

Crescemos e aprendemos juntos muita coisa, eu não estava nem um pouco preparado pra seguir minha vida sem ela porque Rayanne era minha base, ela que sabia das minhas coisas, ela que ajeitava tudo, e quando a gente se separou foi uma merda e eu perdi mais uma vez as expectativas porque eu ainda não tinha percebido que aquilo era mais uma provação de Deus na minha vida.

Eu e a Rayanne voltamos a conversar sobre nós dois, e é engraçado porque parece que a gente ta começando a namorar de novo, estamos indo com calma.

Ela já conheceu o Luan, já saímos nós quatro juntos.

Esses dias eu fui assistir jogo do Mengão só com o Luan que é fascinado por futebol, Pedro prefere luta e essas outras coisas, no final do jogo marquei de encontrar com a Rayanne num bar onde estava com uns amigos, ela chegou lá e o Luan não saiu de perto dela, eu sei que ela não é a mãe do Luan e eu nem quero que ela assuma esse papel, mas é bom ver que eles se dão bem.

Thamyris

Em fevereiro foi a primeira vez que eu fui pra Minas, em março também fui mas passei só um final de semana lá, porque eu voltei a fazer faculdade finalmente, mas to suspeitando que daqui uns meses vou ter que trancar de novo ou me virar em mil pra dar conta de tudo que vai e pode acontecer na minha vida, porque eu e o Rodrigo estamos com uns planos de morar juntos.

Se a transferência dele sair, ele vem pra cá, senão eu vou pra lá, o que é mais provável. Eu to com um frio na barriga do caralho, nunca pensei em morar fora do meu Rio ou muito menos morar com um homem, casar e todas essas coisas.

Uma outra coisa que vem me deixando com frio na barriga é a possibilidade de eu ter engravidado de novo, na minha primeira gravidez eu não senti nada, nadinha. Só que dessa vez ta foda, ainda mais que minha menstruação ainda não atrasou, eu já marquei consulta pra ver o que é que ta acontecendo, mas quem disse que eu aguentei esperar até o dia?

Acordei cedinho no sábado, escovei os dentes e lavei a cara. Peguei um dinheiro e fui na farmácia, comprei dois testes e voltei pra casa, fiz o xixi nos potinhos, coloquei os testes e fiquei esperando, os dois deram negativos, eu não sabia muito bem o que sentir, por um lado eu me sentia aliviada, mas por outro sei lá... acho que um pouco frustrada.

Peguei os testes e joguei no lixo, tomei meu café da manhã e fui buscar o Rodrigo no aeroporto com a Nathalia, amanhã era dia das mães e ele veio pra cá.

— Oi — Rodrigo falou me dando um selinho.

— Oi — sorri — como foi de viagem?

— Bem... pensei que a Nathalia viesse contigo.

— Ah, ela veio, só foi no banheiro — expliquei, ele assentiu e nós trocamos um outro selinho — vamos passar lá em casa, esqueci de pegar uma coisa.

— Ta bom — Nathalia apareceu e o Rodrigo já começou a perturbar ela.

— Vou te dar um socão Rodrigo! — falou puta.

— É assim eu tu recebe teu irmão? Ingrata demais, nem me visitar foi — ele falou.

— Eu to ocupada com as coisas do casamento... é muita coisa...

VIDA BAGUNÇADAOnde histórias criam vida. Descubra agora