capítulo trinta

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Rodrigo

— O que elas estão fazendo? — Raul perguntou parando o carro um pouco longe de onde a Nathalia tinha parado, nós tínhamos seguido ela por questão de preocupação, ela voltar de lá sozinha essa hora era meio complicado.

— Sei lá, bora esperar pra ver — falei me afundando no banco, minha cabeça estava pra explodir de dor, uma moto se aproximou e eu me ajeitei no banco, a moto não tinha placa e o cara estava de capacete — pega a pistola que ta embaixo do banco — falei pro Raul.

— O que?! Tu tem uma arma aqui dentro? — ele perguntou surpreso e preocupado.

Não tinha tempo pra surto do Raul, meti a mão debaixo do banco do motorista e peguei a pistola que eu guardava ali, destravei e antes que eu tomasse alguma atitude a Thamyris saiu do carro e subiu na moto, o cara saiu cantando pneu.

Fiquei observando a moto se afastar e pensando em quem poderia ser.

— Porra — Raul falou respirando aliviado.

[...]

Ano novo foi sem massagem parceiro, zoei pra caralho mesmo. Voltei pra casa a contra gosto, porque por mim eu já emendava com o carnaval e só parava na quarta de cinzas.

Ter férias é bom, mas tem uma hora que cansa ficar sem fazer nada, como eu ainda tinha mais ou menos um mês por aqui, resolvi voltar pra academia, lá tinha várias gostosinhas, pai aqui se amarra nisso.

No segundo dia meu olhar se cruzou com o de uma preta que puta que pariu, que mulher é aquela, parceiro? Naipe passista de escola samba, ela só tinha um defeito: uma aliança, mina casada. Mas nem aquela aliança me impediu de desejar ela e daqui do Rj eu não saia sem arrastar ela pra algum lugar.

Passamos a semana toda só na troca de olhares na academia, até que na sexta eu cheguei nela e convidei pra sair e pra minha surpresa ela aceitou. Marcamos de nos encontrar, na hora marcada fui lá encontrei com ela e sabe quando só de tu olhar pra pessoa tu já sabe que vai rolar? Pois é, mas eu não queria ir direito ao ponto não, levei pra jantar num lugar maneiro, papo agradável, comida gostosa e um bom vinho.

Depois do jantar ela me perguntou o próximo destino e eu que não vim a essa vida a passeio tasquei um beijo naquela boca gostosa que ela tinha, fomos pro motel, Dom Perignon, hidromassagem, luz negra e pau na xereca a noite toda.

— To falando Igor, acho que apaixonei viado — falei passando a mão no cavanhaque, Igor riu.

— Cara não é por nada não, mas tu ta ligado que isso dai vai dar em nada né?

— Infelizmente sim, mas que ia ser bom repetir ia — falei com um sorrisinho de canto, a atendente do quiosque da Bhrama trouxe os nossos chopps, peguei minha caneca e dei um gole.

— A que ponto tu chegou em Rodrigo?! Amante! — ele disse e nós rimos.

Fiquei lá papeando e tomando uns chopps com o Igor por um tempo, ele teve que ir embora e eu como não ia fazer mais nada de produtivo aquela tarde aproveitei pra dar uma volta no shopping e ver se comprava alguma coisa pra mim, passei em frente uma loja da Carmen Steffens e lembrei que ainda não tinha comprado o presente da Nathalia.

Era a festa de aniversário dela hoje, se eu não aparecesse com nada ela ia me tontear demais.

— Eu posso ajudar o senhor? — uma atende perguntou se aproximando de mim.

— Acho que sim, to procurando uma sandália — respondi e ela olhos pros meus pés.

— É pra você? — perguntou e eu ri.

— Não... é um presente — respondi.

— Ah sim... desculpa é que hoje em dia... — ela disse sem graça.

— Tranquilo — falei.

— Mas então, você sabe a numeração dela? Preferência de modelo, cor, material?

— Olha eu acho que o pé dela é desse tamanho — falei mostrando o tamanho com minhas mãos — ou desse — diminui um pouco a distância entre minhas mãos — na verdade talvez eu não saiba o tamanho do pé dela — falei e a mulher ficou me olhando como se eu fosse algum louco.

— Que tal uma bolsa então? — ela sugeriu e eu assenti.

— Talvez seja melhor — falei.

Nós fomos lá pra sessão das bolsas, ela começou a me mostrar um monte e eu fiquei perdido, assim que eu me decidi qual levar a moça foi embrulhar pra presente, e eu fui pro caixa pagar na hora em que eu me aproximei a mulher que estava na minha frente se virou de uma vez, se esbarrou em mim e eu vi que era a Thamyris.

— Cuidado.

— Foi mal, não te vi — Thamyris disse e eu assenti, dei espaço e ela passou.

— Ah... — falei um pouco mais alto — Thamyris... — ela parou e se virou — hoje é aniversário da Nathalia e a gente ta fazendo uma surpresa pra ela lá na casa da coroa, eu sei que ta em cima da hora, mas se tu puder aparece por lá.

— Claro, se der eu apareço lá — assenti, Thamyris deu um sorrisinho e saiu da loja.

Paguei a bolsa e peguei a sacola, assim que eu sai da loja eu vi a Juliana (a garota da academia), com o marido e o filho dela. Meti o pé, insistir em alguma coisa com ela seria burrice, a foda foi gostosa mas não iria passar disso.

Eu ainda dei mais umas voltas lá pelo shopping, sai de lá umas sete da noite, a surpresa pra Nathalia estava marcada pras nove horas e eu lembrei que não tinha falado o horário pra Thamyris.

— Puta merda — falei pegando o celular do bolso.

Minhas opções de pessoas pra pedir o número dela eram a Paula que estava bem fora de cogitação já que eu não falava com ela a um bom tempo, tinha o Vitinho e a Nathalia, mas eu acho que se pedisse a um dos dois eles ficariam desconfiados, então eu fui no facebook e mandei mensagem no chat mesmo.

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