cap. 015

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Rodrigo

Alguns meses atrás.

— Qual foi Vitinho, quem é essa ai? — Lucas perguntou tomando um gole da cerveja dele e olhando pro celular do Vitinho.

— Qual? Essa aqui? — ele perguntou virando a tela do celular — é a Thamyris pô, uma amiga.

— Gostosa — Lucas falou.

— Deixa eu ver ai — pedi tomando um gole da minha cerveja, Lucas pegou o celular do Vitinho e me mostrou — bonita — falei.

— Quem é bonita? — escutei a Isabela perguntando.

— Quem o que? — perguntei virando pra ela.

— To de olho — ela falou e eu ri, trocamos um selinho — vou no banheiro e ai a gente vai embora.

— Tranquilo — falei e bebi mais um pouco da minha cerveja, Isabela saiu dali e os dois começaram a rir — qual foi vocês dois.

— Nada não canoa — Lucas falou — ai me passa o contato dela Vitinho.

— Tu não faz o tipo dela — Vitinho falou pegando o celular de volta.

—Tu que não quer passar o contato dela, qual foi tu ta pegando? — ele insistiu.

— To não... se eu tivesse tu já tinha levado um murro — eu ri.

— Então me passa o contato dela pô que dai eu pergunto qual é o tipo dela...

— Caralho, ta difícil assim pra tu? — perguntei rindo.

— Sabe escutar não esse cara — Vitinho falou balançando a cabeça.

— Não to entendendo porque tu não quer me passar o número dela... deixa eu vê o nome que ai eu adiciono no facebook e peço eu mesmo — Lucas falou pegando o celular dele de dentro do bolso.

— Caralho — Vitinho falou bolado — a mina é lá do morro, mulher de bandido. Se tu quiser morrer te dou o número dela.

— Me dá ai — Lucas falou e eu gargalhei.

— Vou pegar mais cerveja — falei me levantando da cadeira, fui até o freezer e peguei duas latinhas e voltei pra mesa — cadê o Lucas? Foi atrás da mina já? — perguntei e o Vitinho riu, estendi uma cerveja pra ele.

— Esse moleque não pode ter meu sangue não — Vitinho falou pegando a cerveja, puxei a cadeira e me sentei de novo.

— Deve ter sido trocado na maternidade — falei abrindo minha cerveja, dei um gole, Vitinho riu e balançou a cabeça — mas ai esse papo de mulher de bandido é verdade?

— É pô, ela ficava com o dono do morro, o Playboy... — Vitinho respondeu e foi falando mais coisa sobre.

Atualmente.

— Quero levar um papo contigo — falei assim que parei o carro em frente a casa da Thamyris.

— Que papo? — ela perguntou desconfiada, soltei o cinto e me virei pra ela.

— Eu nunca fui de reclamar de amizade tua, ou de tu sair pros lugares... e eu nem quero fazer isso, porque tu é grande e sabe o que faz da vida, mas pô, tu acha bonito tu grávida no meio de bandido? — perguntei, e ela que tava até então só observando riu.

— Quando é que eu estive no meio de bandido Rodrigo? Tu me viu agarrada em algum?

— Interessa não Thamyris onde eu vi ou deixei de ver, o que importa é que eu sei que tu tava no meio de bandido — falei sério — não sou teu marido, mas sou pai do teu filho e na moral isso é uma coisa que eu não vou aceitar não.

— Como mesmo tu falou, tu não é meu marido é pai do meu filho então teus assuntos só dizem respeito a ele e não o que eu faço ou deixo de fazer da minha vida — ela falou séria e eu suspirei — eu não tava com bandido nenhum, eu simplesmente estava me divertindo se eles estavam ali por perto...

— Ta Thamyris... ta — falei irritado — puta que pariu, to falando os bagulho querendo teu bem, teu mal é que ninguém pode falar nada pra ti porque tu sempre ta certa né? Tu nunca faz nada...

— O que foi que eu fiz Rodrigo? Anda o que foi que eu fiz? Me diz...

— Nada Thamyris! Eu não falei que tu nunca faz nada? Então, porra que saco — virei a cara e fiquei olhando pra rua — eu só fico com medo de tu voltar a se envolver com esses caras... a fazer o que tu fazia e...

— Rodrigo o que tu sabe da minha vida é o que te falaram, mas não é o que eu vivi de verdade... então é melhor não falar mais nada sobre isso, porque isso que tu chama de preocupação pra mim é julgamento e tu não é a melhor pessoa desse mundo pra julgar outra pessoa pelos erros — ela disse séria e eu fiquei calado.

— Se tu acha isso tranquilo... — quebrei o silencio — mas eu vou ser curto e grosso contigo a partir de agora então Thamyris porque é só assim que tu entende.

— Ótimo então, posso sair já ou tu tem alguma coisa pra falar ainda? — perguntou debochada, balancei a cabeça em negativo, olhei pra rua e vi que o Vitinho tava se aproximando.

— Contigo eu não tenho mais nada pra falar não.

— Ótimo — ela disse saindo do carro, bateu a porta e eu sai do carro em seguida.

— Ué... que milagre é esse — Vitinho falou assim que me viu, eu ri e nós fizemos um toque.

— Quem é vivo sempre aparece — falei — ta sumido viado...

— Palhaçada — Thamyris falou entrando em casa, bateu o portão e o Vitinho ficou sem entender.

— Que aconteceu? — ele perguntou confuso e eu sorri.

— Nada, é maluca.

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