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"Você diz que sente muito, mas agora é muito tarde."
- IDGAF

Nada na vida é verdadeiramente simples.
E acho que no fundo gostamos de complicar as coisas cada vez mais.

Sempre achei inúmeros motivos para colocar empecilhos nas coisas que eu queria ou tinha vontade de fazer, pensava muito e limitava minhas ideias por medo do que poderia acontecer. Muitas vezes até deixei de lado coisas que eram importantes para mim.

Depois de tudo que passei, depois de tanto vivenciar com os episódios na minha própria casa, achei verdadeiramente que tinha aprendido. Até mesmo me deixei iludir por romances literários e paixões platônicas, Jimin era um ótimo exemplo.

Porém, acabei por perceber que não sou eu que decido a maioria das coisas na minha vida, algo que na verdade é bem irônico.

Nunca gostei de acreditar nisso de destino ou de que estamos predestinados a algo, acho que o melhor é apenas viver. Sem pensar muito no amanhã.

Percebi que aquela era a melhor opção.

Taehyung estava ali na minha frente.
Os olhos castanhos vidrados nos meus, a pele levemente bronzeada sendo acobreada pelo sol, a mão acariciando minha bochecha.
Supus tantas coisas, e mal poderia imaginar. Se me contassem, há algum tempo atrás, que eu estaria sentindo minhas pernas fracas e meu coração batendo forte por conta do meu vizinho pervertido, eu diria que era um absurdo total.

Mas lá estava eu.
No meio de um mata, ansiando pelo seu toque.

Ele se aproximou e meus olhos, por mais que quisessem ficar abertos por mais alguns segundos, fecharam para apreciar aquela sensação.

Seus lábios apenas pressionaram os meus em um contato demorado, sentindo a textura um do outro. Não demorou muito para que sua mão fosse parar em minha cintura, me puxando contra o seu corpo e me fazendo arfar em surpresa.

Ao abrir minimamente meus lábios, senti a língua quente de Taehyung invadir a minha boca. Se ele não estivesse me segurando naquele momento, poderia jurar que minhas pernas não me deixariam ficar em pé.

O contato entre nossas línguas me fez de imediato sentir aquele arrepio percorrer por todo o meu corpo, enquanto minhas mãos agilmente o agarraram pelos ombros, o puxando para mim.

Nossas bocas pareciam procurar uma pela outra de todas as formas enquanto seus dentes faziam questão de mordiscar meu lábio inferior.

Depois que um longo tempo se passou, e meus pulmões queimavam pela falta de ar, nos afastamos.
O Kim, na tentativa de prolongar o contato, deixou alguns selares nos meus lábios.

— Você não disse que deveríamos voltar? — As palavras saíram entrecortadas, devido minha respiração desregular — Ou nos perderíamos dos outros.

Minha cabeça estava levemente inclinada para trás, fitando o rosto dele.
Os lábios de Taehyung estavam avermelhados e seus olhos castanhos vidrados em mim, ele sorriu e negou com a cabeça, antes de se inclinar e deixar mais um selar em meus lábios.

— Espertinha.. — Murmurou. — Não ligo de ficarmos aqui.

Franzi o nariz, abaixei minhas mãos, que estavam em seus ombros, e as posicionei em seu peito.

— Precisamos acompanhá-los! — Por mais que falasse aquilo, não me importava de ficar ali com ele. Sentia as fibras do meu peito rompendo-se aos poucos. Passei a língua pelos meus lábios, já sentindo falta do contato com os seus.

Um Vizinho Nada Convencional ||Kth||Onde histórias criam vida. Descubra agora