6|5

15.8K 1.3K 2.3K
                                    

"Eu plantei uma flor que não pode florescer
Em um sonho que não pode se tornar real
Eu estou tão cansado desse
Amor falso."
- Fake love

A brisa suave batia contra o meu rosto enquanto meus braços apertavam-se ao redor de Taehyung. Aquela sensação boa estava de volta, eu gostava de andar de moto com ele, de alguma forma era libertador e por mim poderíamos ficar horas e horas na estrada.

Senti o cheiro salgado no ar e ao mesmo tempo o vento ficou mais forte, o sol já estava fraco no horizonte e mesmo que eu já soubesse naquele ponto para onde estávamos indo, eu não conseguia acreditar que aquele seria nosso último destino da semana.

Na verdade, até fazia sentido.
Os dias foram passando e cada vez as provações ficavam mais complicadas, na minha opinião, nada mais justo que o último dia fosse no pior do locais, onde meu medo triplicava.

O mar...

A orla estava vazia, era um lugar bem isolado e eu não sabia se muitos conheciam aquela região, as praias eram muito mais usadas que a região de orlas. E aquela, em específico, parecia abandonada, cristalizada e guardada.

Taehyung parou a moto e desceu, retirando o capacete. Ele estendeu a mão para mim e eu aceitei a sua ajuda.

Quando já estava livre do capacete, inspirei profundamente.

— Eu não acredito que me trouxe aqui.

As mãos dele percorreram meus braços até alçarem meus ombros. Ele olhava em meus olhos, sabia que tentava me passar segurança.

— Nosso último destino tinha que ser o mais importante, não acha? — Ele sorriu minimamente. — Acredito que você já está pronta. Não vamos entrar no mar ou algo assim, vamos apenas apreciar o por do sol.

O Kim tirou de dentro do compartimento da sua moto uma grande toalha, e em seguida retirou os tênis dos seus pés e os deixou ao lado da moto.

— Agora sua vez,  tire os sapatos!

— Mas meus pés vão ficar cheios de areia. — Resmunguei e ele sorriu.

— Não seja fresca, vamos. A sensação é muito boa.

— Vai ter que me pagar um bom jantar depois disso tudo. 

— Você que deveria pagar para mim, depois de todo o meus esforço e de te ouvir reclamar. — Rebateu.

— Você levaria o restaurante a falência, nunca vi alguém comer tanto. — Ri e ele me olhou feio.

— Não fuja do assunto! Tire os sapatos.

Suspirei relutante e os tirei, os colocando ao lado dos seus.

— Feliz?

— Muito. — Ele sorriu e se inclinou, pegando em minha mão.

Seus dedos entrelaçando-se no meus, já tão acostumados com aquele contato que era frequente entre nós.

Começamos a andar juntos, eu realmente não lembrava daquela sensação. A areia estava morna, levando em conta que o sol já não estava mais sobre ela, era macia e fofa. Olhei para os meus pés, os vendo afundar a cada passo.

— Eu não disse que a sensação era boa? 

Levantei a cabeça e fitei o mar, ele já estava mais perto e as ondas quebravam em um barulho silencioso que era carregado pelo ar.

— Aqui já está bom. — O Kim declarou quando andamos mais um pouco, ele estendeu a toalha no chão e me puxou para sentar com ele.

— Você já tinha vindo aqui antes? — Questionei quando me sentei perto dele, nossos ombros se tocando.

Um Vizinho Nada Convencional ||Kth||Onde histórias criam vida. Descubra agora