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"Ela pode matar com um sorriso
Ela pode ferir com seus olhos.
Ela pode arruinar a sua fé com suas mentiras ocasionais.
E ela só revela o que quer que você veja."
-She's always a woman

○●○

Passei boa parte da segunda pensando na melhor forma de organizar meus pensamentos e evitar que eu literalmente surtasse.
Isso estava sendo pior que meu primeiro beijo (quando um menino esquisito da oitava série me chamou para sair e eu, para causar ciúmes no menino que gostava, aceitei. Foi algo bem desconfortável ter a língua dele na minha garganta enquanto eu entrava em desespero.)

Porém, essa situação era quatro vezes pior.
EU PERDI A PORRA DA VIRGINDADE.
Um órgão masculino me invadiu.
Da para acreditar nessas palavras?
Pois é..
Nem eu.
Principalmente por nem lembrar como foi.

Quando o despertador tocou ,me avisando que já era terça, eu quis chorar. Pensei até mesmo em me fingir de doente, no entanto, não podia faltar nas aulas de redação, precisava melhorar cada vez mais.
Me arrastando de debaixo das cobertas, vesti meu uniforme e arrumei com cuidado a saia que insistia em ficar fora do lugar.

Ao descer as escadas, procurei por minha mãe, ela não estava. Um bilhete na cozinha me avisava de mais uma viagem. Algo que não era novidade.

Como de costume, peguei tudo o que precisaria para o dia, incluindo meu lanche e um remédio para dor de cabeça, algo que eu previa que iria ter muito ao longo do dia,e sai de casa.

○●○

Depois da minha caminhada de quase quarenta minutos, eu finalmente pude suspirar aliviada ao chegar na escola, nenhum contratempo no meio do caminho e nenhum encontro repentino com Kim Taehyung.
Todavia, dizem que a felicidade dura pouco, e eu nunca estive tão certa sobre isso.

Enquanto cruzava o pátio para ir sentar na minha amada árvore, avistei Jimin.
E não pude apreciar a sua beleza como eu fazia desde o fundamental, já que naquele momento, uma garota estava agarrada em seu pescoço.
E para a minha infelicidade, eu logo lembrei que era a mesma garota com a qual ele subiu as escadas na festa de Taehyung.
Caramba, eu realmente não tinha sorte alguma.

Bom, não podia fazer nada quanto a isso.
No entanto, algo me dizia, bem lá no fundo, que eu estava fadada a ser um desastre no amor.
Literalmente arruinada sem antes mesmo começar.

Tentei ignorar o fato de que Jimin estava possivelmente namorando, e me foquei no celular. O que os olhos não veem o coração não sente.

Uma mensagem de Mark me chamou a atenção.
Desde a última aula de dança eu não consegui entrar em contato com ele, e essa situação já me trazia rugas de preocupação.
Éramos um dos casais principais da dança.

Mark💞:
"Oii, meu amor. Me desculpa por não ter ido na aula, de verdade. Eu realmente estou em péssimos lençóis. Não sei se lembra, mas enquanto a professora estava de licença, meu pai me obrigou a vir passar um tempo na fazenda e "fazer coisas de homem" (patético). E por culpa dele, adivinhe só? Pé quebrado! Desculpa deixar você na mão :("

O pai de Mark sempre tinha sido assim, acreditava que o filho não podia dançar, que era patético. Mal ele sabia que o Mark brilhava todas as vezes que colocava os pés no palco, era triste saber que ele não poderia fazer isso por um certo tempo.
E eu também não.
Sem parceiro, sem apresentação na final.
Talvez eu conseguisse um papel solo secundário. Entretanto, só queria agora, que Mark melhorasse.

○●○

Lisa tinha faltado na aula de hoje, e eu definitivamente a mataria por isso. Cansei de avisar que festas no meio da semana não eram nada produtivo. Entretanto, quem disse que ela me ouvia?
Perdi a conta de quantas vezes ela me procurou desesperada para ajudá-la com os trabalhos de compensação de falta.

Um Vizinho Nada Convencional ||Kth||Onde histórias criam vida. Descubra agora