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"Eu posso te imaginar em minha mente, amor.
Toda a minha vida
eu nunca pensei que alguém me faria sentir tão pleno.
Mas aqui está você."
- Eyes off you

Ela estava séria, os cabelos presos em seu coque habitual e os lábios pintados por um tom nude de batom, o terninho cinza tinha sido sua escolha de hoje.

Mudei o peso do corpo de um pé para o outro, minha mãe nem ao menos tinha começado a falar, porém eu já conseguia ouvir seus gritos, minha cabeça latejava, talvez um reflexo da noite mal dormida.

— Eu posso explicar... — Sussurrei em uma forma de pedido. Ela precisava me escutar.

Todavia, ela se levantou, passou a mão pela saia grafite grudada ao corpo e suspirou. Ela parecia cansada, na verdade fazia séculos que aquela era a sua expressão cotidiana.

— Você acha que isso são horas de chegar em casa? — Foi tudo o que ela perguntou. Mas o seu tom de voz não era carregado por raiva e sim por decepção.

— Eu não estava..a festa foi..— Respirei fundo tentando organizar os pensamentos, porém ela nem deixou que eu terminasse, apenas ergueu a mão, a balançando para que eu parasse de falar.

— Estou decepcionada com você , (S/n). Eu não esperava isso e não consigo mais lidar com essa situação.

Abri a boca para falar algo, todavia ela apenas pegou a bolsa que estava em cima do sofá e saiu, nem ao menos bateu a porta de entrada, apenas a fechou com cuidado.

Aquilo tinha sido pior do que ela apenas gritar comigo.
Muito pior.

Meu corpo estava dolorido, minha mente estava cansada e latejava a cada segundo, mas eu não conseguia simplesmente deitar e relaxar, eu queria extravasar meu corpo, gastar até a última energia existente dentro de mim.

As palavras da minha mãe tinham sido duras e teriam me feito chorar se eu ainda tivesse alguma gota de água no corpo.

Tudo o que fiz foi tomar um banho gelado e demorado e quando sai enfiei um pouco de comida na minha boca, por mais que eu não estivesse com fome.

Assim que deu oito horas peguei minhas coisas e sai de casa, como sempre,a única coisa que poderia me ajudar e acalentar naquele momento era a dança, eu precisava dela.

Joguei minha mochila nas costas e respirei fundo, fitando por alguns segundos a casa do Kim antes de começar a andar. Eu estava sem celular, então nem ao menos poderia saber se Taehyung estava bem, precisava ir na casa de Lalisa para pega-lo, eu sabia que ela o guardaria.
Queria notícias dele. Saber se acordou, se estava bem... eu esperava que sim.

O ar estava agradável, muitas nuvens cobriam o céu e o sol não era um incômodo, pelo contrário.

Cheguei em frente ao estúdio de dança alguns minutos depois, tinha andado devagar, não estava com pressa.
A minha sorte era que ali sempre estava aberto, qualquer um que pagasse a mensalidade podia dançar em alguma sala vazia, fora dos horários de aulas normais.

Dei entrada e fui direto para o vestiário, me trocando e ansiando para começar a dançar.
Fui direto para a sala nove quando já estava pronta, aquela era minha sala típica de aula, mas como hoje era sábado, certamente estava vazia.
No entanto, quando a abri dei de cara com Yugyeom.
A sala estava com uma música alta, que era lenta e compassada. Ele parou de dançar assim que me viu.

Um Vizinho Nada Convencional ||Kth||Onde histórias criam vida. Descubra agora