"Você esteve lutando contra a memória, por conta própria.
Nada piora, nada cresce.
Eu sei como se sente estando sozinha na chuva.
Todos nós precisamos de alguém para ficar."
- Someone to stay●○●
O cabelo dele estava mais grisalho do que da última vez que o vi, seu corpo esbelto ainda era bem modelado, denotando o tanto de tempo que ele passava na academia.
— O que... — Balbuciei estática.
Ele se levantou, colocando as mãos para frente.
— Oi, filha.
Aquela simples palavra me fez acordar, uma raiva cega foi tomando conta de cada parte do meu corpo. Não o queria ali. Não queria vê-lo.
— O que ele está fazendo aqui? — As palavras foram dirigidas para minha mãe, que estava sentada.
Ela suspirou, demorou alguns segundos para falar e aquilo foi horrível para mim, sentia os olhos do meu pai me observando, certamente pensando no quanto eu tinha mudado nesses anos.
— (S/n)...eu precisei chamá-lo.
— Por quê?
Por qual motivo ela o chamaria?
— Porque eu não sabia mais o que fazer! — Ela balançou as mãos, destacando sua impotência e desespero. — Não estava mais sabendo lidar com essa situação.
Meu pai pigarreou, atraindo nossa atenção.
— Sua mãe me ligou, me contou o que estava acontecendo e como você está agindo. — Ele deu um passo à frente. — Você não atende minhas ligações, se recusa a falar comigo e ainda causa tantos transtornos para a sua mãe?
Desviei os olhos dele, focando nela.
— É isso que a senhora acha? Eu sou um transtorno?
Ela levantou na mesma hora e veio até mim, pegando em minhas mãos.
— Não, meu amor. Jamais. Só acho que estava na hora de mudarmos essa situação. — Declarou rápido, os olhos implorando para que eu a entendesse.
— Nós duas sozinhas podíamos resolver essa situação... — Sussurrei. — Não sei porque o chamou.
— Chega! — Bradou. — Eu sou o seu pai, pare de falar como se eu não estivesse aqui.
— Um pai é alguém que está presente, alguém que se esforça, cuida, protege, ama. Você não é isso. O fato de compartilhamos material genético não significa que você é meu pai. — Cuspi as palavras em um tom mais alto.
— (S/n)! Exijo respeito. — Reclamou irritado.
— Não estou faltando com o respeito, estou falando a verdade.
— Quer saber? — Ele ergueu as mãos para o alto. — Não vou discutir com você, depois dessa pequena cena tenho mais certeza ainda da minha decisão. Morar comigo vai ser o melhor para você.
— O que disse?
Senti meu corpo travar e congelar no mesmo instante.
Morar com ele?
Eu não queria isso. De forma alguma.
Meu pai morava do outro lado do país, longe de tudo que eu amava, longe de todos que eu amava.Soltei as mãos da minha mãe e a olhei, sentia as lágrimas embaçando a minha visão.
— A s-senhora concorda com isso? Quer que eu vá?
Ela negou com a cabeça, parecia emocianada também, além de desnorteada.
— Eu quero o melhor para você, sempre. E já não sei mais se o melhor para você é estar comigo.
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Um Vizinho Nada Convencional ||Kth||
Fanfiction[FANFIC BTS | Kim Taehyung |] (S/n) morava naquela vizinhança há anos. Era um ambiente totalmente monótono e sem graça, até o dia em que um novo vizinho chega para agitar o local. Ambos eram marcados, ambos tinham cicatrizes. Será que ódio e amor re...