Um Vizinho Nada Convencional ||Kth||

2|9

Venha ser minha professora
Me ensine tudo sobre você
As coisas mais básicas
Ouça, meu amor, eu estou
Voando alto no céu
(Com as duas asas que você me deu)
-Boy With Luv (BTS)

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Continuei encarando aqueles grandes olhos que sorriam com certa malícia para mim. Queria, naquele momento, saber o que se passava pela sua cabeça.

—Eu acho que ainda não escutei direito.—Repeti cruzando os braços.

Taehyung soltou uma risada fraca e jogou a camiseta ,que tinha pego de mim segundos atrás, sobre o ombro.

—Eu tenho um evento semana que vem! Eu te convido e te apresento para Park Jimin na minha festa, e você, em troca, irá comigo para um jantar com minha família.—Ele falava de uma certa forma, sarcástica. O próprio parecia não ter firmeza no que dizia.

Comprimi os lábios o analisando. Ele tinha batido a cabeça?

—Certo! Isso não vai acontecer.—Sorri minimamente de forma cínica.—Mas, por curiosidade, por que eu iria para um jantar com a sua família?—Ele tinha, ao menos, despertado um pouco do meu lado curioso.

—Vai acontecer, sei que não perderá a chance de colocar seus olhos famintos em Jimin.—Provocou-me.—Meus pais acham que não tenho muita responsabilidade—Suspirou. Eu sabia bem que ele não tinha nenhum pouco de responsabilidade.—Reclamam que não consigo me manter fixo com ninguém, que arrumo confusões na escola e até mesmo só penso em curtir.—Analisando-me de baixo acima, ele sorriu.—Você seria a nora perfeita, uma menina caseira, inocente, inteligente, tirando física—Aquele comentário me fez revirar os olhos.

—Se conseguirmos convencê-los que estamos em um relacionamento sério e que levo tudo perfeitamente bem, sozinho, eles assinam a minha emancipação.—Completou.

—Vai se emancipar?—Questionei surpresa.

—De tudo que eu falei, você só prestou atenção nisso?—Apertou os olhos. — Sim, me emancipar. Ainda existem muitas coisas no país que só vou conseguir fazer depois dos 21. Se eu me emancipar, estou completamente responsável por mim, sem ninguém interferir.

—Basicamente.—Provoquei dando de ombros.—Certo, então, eu iria para essa sua festa e depois teria que te acompanhar nesse evento?—Não sabia se a ideia de passar mais tempo com Taehyung me agradava.

—Exato! E, levando em conta que semana que vem é provavelmente nossa última aula antes da sua prova de física—Só de lembrar eu me arrepiava.—Não vamos precisar ver um ao outro mais, o que acha?—Estendeu a mão para mim.

Minha cabeça começou a juntar os prós e os contras no mesmo instante, sabia que era loucura, no entanto, poderia valer a pena.
Finalmente conhecer Park Jimin. Passei anos suspirando por ele e aquela seria a chance.
E depois desse suposto evento e da nossa última aula de reforço, eu não precisaria mais ter contato com Kim Taehyung, apenas o teria como meu vizinho e frequentador da mesma escola.

Apertei os olhos enquanto ele ainda me encarava com um sorriso instigador.

—Está bem, mas eu acho bom não dar nada errado.—Segurei em sua mão e a apertei.—Caso contrário, eu definitivamente te torno infértil.

Taehyung contraiu as sobrancelhas em uma careta de dor simulada, como se ele sentisse algo que eu nem tinha feito, ainda.

—Você é cruel, (S/n).—Apertou minha mão antes de soltá-la. Parecia que ele estava prestes a se virar quando algo em sua mente o fez parar.—Ah, sexta vamos ao shopping.