5|8

19.3K 1.5K 4K
                                    

"Neste momento, estou em um estado de espírito
em que eu quero estar, tipo, o tempo todo.
Não tenho mais lágrimas para derramar
então eu estou me levantando, estou me levantando.
Estou amando, estou vivendo, estou me levantando."
-No tears left to cry


Desci as escadas um pouco desnorteada, o beijo possessivo do Kim ainda impregnado em meus lábios.

O domingo tinha me trazido a angústia de que, quando o feriado acabasse, Taehyung voltasse a ser apenas meu vizinho.
Que tudo aquilo que estávamos tendo, mesmo que eu não soubesse exatamente o que era, acabasse.
Esperava realmente que fosse apenas suposição minha, não queria que nossa relação retrocedesse.

Como previsto, Yugyeom me esperava na sala, em pé ao lado da mesa enquanto os dedos agitados teclavam o celular.

Agradecia por Taehyung ter ficado no andar de cima.

— Vamos? — Questionei parando ao seu lado.

Yugyeom levantou a cabeça e sorriu ao me ver. Ele parecia um pouco nervoso.

— Claro. — Balançou a cabeça guardando o aparelho no bolso da calça jeans. — Você está muito bonita. Como sempre.

— Sério? — Sorri. — Obrigada.

Yugyeom, ainda sorrindo, me conduziu para fora.
O restaurante para o qual ele queria me levar não ficava longe. Essa era a melhor parte da casa de praia. Ela ficava no centro turístico.

— Eu realmente queria me desculpar mais uma vez. — Ele se pronunciou quando iniciamos a caminhada. — Ainda me sinto muito mal pelo que fiz. Eu não devia ter te puxado daquela forma, muito menos continuado com a brincadeira quando você me pediu para parar.

Como todos os dias em que estivemos ali, o sol estava alto e agradável no céu. Era um início de tarde propício para caminhar e conversar, no entanto, eu não queria mais uma vez relembrar meu momento de pânico.

— Tudo bem! — Sorri de escárnio. — Vamos esquecer isso, pode ser? Eu já esqueci.

Yugyeom, ainda um pouco temeroso e receoso, concordou com a cabeça.

Chegamos ao local em que íamos almoçar, minutos depois. Era um restaurante de esquina, típico de cidades litorâneas. Ele era bem arejado, com grandes portas e janelas de vidro que iam do piso ao teto. A maioria das pessoas estavam vestidas no estilo praiano.

Pegamos uma mesa mais ao canto, Yugyeom tinha escolhido um restaurante bem longe da praia e do mar, e eu agradecia muito por isso.

Depois dos pedidos feitos, começamos a conversar sobre coisas que nos interessavam.

— Então foi basicamente assim. — Deu de ombros, com as mãos em cima da mesa. — Minha prima quebrou o pé, e como eu sempre estava com ela, sabia todos os passos da sua apresentação, sempre a observava ensaindo. A professora dela me deixou fazer a apresentação no lugar dela. E aqui estou eu! Um amante da dança.. — Comentou sorrindo. — E você? Como decidiu dançar?

Aquela sua pergunta me fez refletir.
A dança era uma das grandes paixões da minha vida.

E eu lembrava bem como tudo tinha começado...

— Abriram um estúdio de dança ao lado da casa da minha avó. Eu passava horas apoiada na janela, observando quando os dançarinos iam dançar no palco de fora. Era tão bonito, e eu queria tentar. Eles pareciam tão livres e felizes, eu pensava que eu também poderia me sentir nas nuvens quando meus pés começassem a se mexer. E eu estava certa.

Um Vizinho Nada Convencional ||Kth||Onde histórias criam vida. Descubra agora