Subi no ônibus, rodei a catraca e sentei lá atrás, em uma cadeira de frente para um casal de namorados.
A menina negra tinha o cabelo cortado em um corte masculino e as orelhas cheias de piercings, estava em pé abraçada ao corpo do namorado, enquanto ele se segurava na barra de ferro presa ao teto do veículo, esse tinha os cabelos tingidos de vermelho, eles eram adolescentes e não passavam dos dezessete.Eu ouvia Best part no volume máximo do meu celular, relaxando com a voz suave junto a melodia calma.
Estava um tanto distraída, quando meus fones foram puxados de meus ouvidos com brutalidade, primeiro me assustei, depois percorri a visão pelo ambiente procurando o dono da atitude mais que atrevida.
A minha frente estava a baixinha namorada do curupira, com uma carranca, me olhando como se quisesse minha alma.
- O quê? - perguntei para ela calma, mesmo que estivesse a amaldiçoado mentalmente.
- Você estava olhando pro meu namorado! - revirei os olhos desacreditada.
Oh Deus dai-me paciência!Olhei para trás dela onde estava acuado o feioso, branquelo, narigudo, anemico e que mais parecia um pirulito humano, intitulado seu namorado, e ri alto trazendo para mim a atenção de todos ao redor.
Ela trincava os dentes se controlando de seu surto de ciúmes, quando eu disse;
- Não se preocupe colega. Pra começar nem de gente feia eu gosto! Como uma boa namorada você deveria comprar um saco preto para tampar o rosto desse miserável, ele é um perigo para a retina alheia, aproveita e compra um óculos para tratar a sua miopia, porque você só pode estar cega!
As pessoas ao redor riam horrores, e ela me olhava indignada como se estivesse planejando a minha morte, já o namorado estava desolado com a descrição que eu fiz de sua aparência, na verdade ele nem era tão mal assim, mas a garota merecia escutar.
Dei o sinal e desci na parada da esquina da rua de casa, deixando para trás os passageiros eufóricos e a adolescente surtada com o possível furto que eu faria ao seu lindo namorado....
Após um banho quentinho e relaxante tratei me me embrenhar entre os lençóis fofinhos da minha cama macia.
Dormiria pelo restante da tarde, já que planejava sair para beber tarde da noite, e não demorou muito para que eu apagasse sob as cobertas e a brisa gostosa do ventilador dourado.Acordei e o relogio pelo visor do celular marcava nove horas.
Depois de comer alguma coisa, fiz uma pequena produção e estava checando o resultado em frente ao espelho do banheiro.
Um vestido preto curto e colado, um salto scarpam vermelho, um batom pink e nos olhos azuis o deleneado e uma sombra dourada esfumada, eu estava pronta.
Desci as escadas pegando uma bolsa de alsa e um sobretudo caramelo.
Iria me aventurar no novo clube que estava sendo inaugurado no centro da cidade e me refrescar com alguns chotes de alguma bebida quente....
Já esperava uns vinte minutos na estensa fila para entrar no bar, então comecei a observar as pessoas a minha volta, uma mania que eu havia adquirido com o passar dos anos.
A minha frente duas garotas se beijavam loucamente, eram menores de idade e eu tinha certeza que possuiam identidades falsas para entrar no local.
Atrás de mim um babaca dizia que estava doido para comer gostosas, que imbecil! Conhecia o tipo, esse é o cara que te enche de fantasias sobre como ele bom de cama e brocha na hora H.Finalmente a fila andou e meu único empecilho era o casal de beijoqueiras que discutia com o segurança.
- Ah qual é? É meu aniversário de dezessete e ela faz dezoito mês que vem. - falava a menina de corte moderno e cabelo azul.
- A menos que tenha dezoito não posso liberar sua passagem. - falou o guarda-roupa - Se vier com sua mãe talvez ela deixe você entrar com ela.
Ele estava humilhando elas.Eu já estava de saco cheio, só queria beber um pouco.
Tá eu iria me arrepender, mas fazer o quê? O futuro é a morte.
- Elas estão comigo! - vi quando a azulada me olhou como se me conhecesse de longas datas. Descarrada!
Já a outra com pinta de asiática e cabelo cumprido e roxo parecia estar processando o que eu acabara de falar. Lesada.
- Tem certeza? Estará responsável por elas, se elas aprontarem vou joga-las na sargeta e você vai junto boneca.
Elas me olhavam em expectativa, como cachorros caidos do caminhão da mudança.
- Relaxa amor eu cuido delas! - falei espalmando minha mão sobre o terno cinza e me inclinando para beijar sua bochecha, logo deixando um estalo e a marca do batom rosado na lateral de seu rosto, ele sorriu e liberou nossa passagem, nos deixou entrar mas sem antes me piscar o olho, sugestivo, depois eu pensaria nas possibilidades.Já dentro do local as duas indesejadas as quais eu estava responsável desembestaram a falar.
- Ah você foi tão legal! Meu nome é Maia e essa é a Cindy minha namorada! - falou a baixinha de olhos puxados.
- O cara ficou caidinho por você, babou o chão inteiro. - falou Cindy risonha.
Tratei de encerrar o assunto, eu não me importava.
- Vocês queriam entrar, estão dentro! Agora circulem antes que eu me arrependa. E não aprontem! - falei um tanto grosseira e elas apenas sorriram se afastando em direção a alguma das diversas atrações do local.O lugar era bonito por fora mas por dentro ainda conseguia se superar, tinha uma sala com cinuca e jogos, uma pista de dança com Dj e jogo de luz, um bar no estilo rústico que me lembrava os cenários de filmes de caubóis e garçons muito bem vestidos, além de simpáticos.
Mas, o que me chamou atenção mesmo foi um dos cinco barmans, ele era moreno e tinha uma boina marrom na cabeça, e usava suspensório, os braços fortes sem exagero exibiam tatuagens sombreadas.
A música alta se tornou agradável quando tive que fazer meu pedido próximo ao ouvido do bonitão.
- O que vai querer ruiva? - falou me sorrindo e por Deus que sorriso!
- O que me indica?
- Tequila! Combina com você.
- Hum... Azeda? - Franzi o cenho, eu só queria puxar assunto, nunca tinha provado tequila em três anos de degustação.
- Quente!
Ouvi-lo falar aquilo tão perto do meu ouvido havia acendido áreas um tanto sensíveis do meu corpo, mas me limitei a sorrir enquanto ele me enchia o copo, a noite ainda seria longa.
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Pride And Guilt
RandomViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.