- Você bebe vodga?
Não era possível, eu só podia ter jogado pedra na cruz.
- Cin-dy! - falei entre dentes, a raiva circulando por todo meu corpo, eu queria mata-la.
- Eu mesma, mas pode de me chamar de linda, sem essas formalidades.
Ela falava passando os produtos no sensor e os enfiando em sacolas logo em seguida.
- Você tá me perseguindo!
- Ih, deixa de ser desuhumilde eu trabalho aqui boy, operadora de caixa Cindy. - disse fazendo continência.
Quão estúpida ela ainda se mostraria?- Você comeu toda a minha comida, sua ridícula! Você que devia pagar por essas compras.
- O quê? A gente fez uma faxina naquela podriça! O mínimo que você podia nos dar era comida.
Como ela podia ser tão descarada?
Eu estava incrédula e a ponto de tacar a cara dela naquela tela de computador até que a sua alma deixasse o corpo.
- Tá me olhando estranho, tô com medo!
- Eu odeio você!
- Ah eu também te amo amiga! E deixa vodga para mim viu, depois eu vou te visitar - sorriu largo.
- Vá para o inferno e me de logo minhas compras e toma essa merda de dinheiro.
Falei emburrada jogando a quantia na bancada do caixa, ela pegou o dinheiro e levantou para cima olhando se era falso, que vagabunda!
- A única coisa falsa aqui é você! - falei e ela riu alto, mas parou abruptamente.
- Aqui muito obrigada, volte sempre! - falou derrepente, formal demais... estranhei a atitude, então quando olhei pro lado um gerente nos observava.
- E se você não voltar, eu vou até você! - sussurrou se aproximando de mim com um sorriso sacana.
Será que se eu espancasse ela eu seria presa?!?
Puxei as sacolas de sua mão com brutalidade, as arrastando com todo esforço do mundo para fora do local, enquanto tentava pegar um táxi....
Quando o carro parou, coloquei as sacolas no porta malas.
Dei a volta e entrei no veículo, até aí tudo bem, mas após isso as coisas só desandaram.- É VOCÊ!?! - gritou o motorista.
O olhei entediada, enquanto ele tinha uma espécie de surto de felicidade.
- Ok vamos para a rua...
- É VOCÊ MESMO!
aí eu nem tenho essa paz, puta merda!
- Olha ou você me leva para merda da minha casa ou eu saio da bosta desse carro!
- Nossa! Você parecia ser tão legal! - falou colocando a mão no peito fingindo decepção, esse infeliz tá fazendo drama!?!
O encanrei por alguns segundos...
- Eu vou sair!
Disse e coloquei a mão na porta forçando-a para abri-la mas, ele tinha travado.
- Eu vou te acertar! - falei erguendo o punho fechado na altura do meu rosto.
No nariz ou no olho? Pensei.- Eu te conheci na noite passada no novo clube do centro da cidade, você me beijou e disse que eu era bonito! - falou orgulhoso, que convencido! -
Eu pedi o seu telefone, você me deu e quando fui ligar o número nem existia! - ele falava e gesticulava indignado." Você beijou uns cinco caras
diferentes "Eu o observei... o cabelo preto, o rosto harmonizado, a boca rosada, os olhos redondos e adoráveis, os dentes levemente avantajados, e a altura notavelmente superior a minha percebi mesmo que ele estivesse sentado.
Ele era muito bonito e devia ter uns vinte cinco anos, segurei um suspiro.Mas, ele ainda era um desconhecido e eu precisava descarregar minha raiva em alguém.
Então impulsiva como sou, em um movimento calculado lhe acertei o rosto em cheio logo o vendo gritar e segurar o nariz ensanguentado.
- AAAAAA SUA LOCA!!!
- Você mereceu! - falei com descaso.Realmente eu me sentia melhor após bater em alguém que não conheço, por nenhum motivo aparente, isso havia me acalmado.
Após finalmente conseguir parar o sangramento, ele me olhou conformado e falou;
- Porque você fez isso?
- Eu já disse o porque, agora você vai me levar para minha casa antes que eu te acerte o olho. - ameacei erguendo o punho.
Ele arregalou os olhos e ligou rapidamente carro, logo movimentando o veículo.
- Certo, Certo! - disse afoito.
- Vamos para a rua...O resto do trageto foi silêncioso, notei que ele me checava vez ou outra, me olhando pelo canto de olho, e desviando o olhar quando eu o encarava de volta, mero mortal acha que é descreto.
O seu nariz estava do tamanho de uma batata e em me segurava para não rir.Quando finalmente o carro parou diante do muro da grande casa, peguei minhas sacolas no porta malas e fui até a janela do carro.
- Toma! - disse esticando as notas em sua direção.
- Não precisa Virdys. - falou sorrindo, ou tentando já que sentiu dor e disistiu do ato.
- Toma logo seu palhaço!
Joguei o dinheiro em cima dele e me afastei pegando as sacolas e subindo a calçada.
É claro que eu não diria que meu nome não era Virdys, quanto menos ele soubesse a meu respeito melhor.Seu carro se afastou e assim que sumiu de vista, peguei minhas sacolas quase morrendo, atravessei a rua e andei onze casas a frente até chegar na decima segunda, a minha, é claro que eu não correria o risco de infoma-lo meu verdadeiro endereço, vai que ele resolvia me surpreender com a sua ilustre e indesejavel presença.
Entei em casa, traquei a porta e arrastei as sacolas com as compras até a cozinha onde comecei a organiza-las em seus devidos lugares.
Depois de comer bolachas e um copo enorme com vitamina de goiaba me joguei no sofá satisfeita e feliz, para logo pegar no sono ali mesmo, afinal eu merecia um decanso.
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Pride And Guilt
LosoweViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.