- Violet cê tá bem? Tá pálida?
Cindy falou já dentro do carro, ela que iria dirigir.
Acabo de levar um fora. Pensei.
- Tô bem, qualquer coisa me liga!
- Já tô com saudades, me deseje sorte cenoura!
- Boa sorte, Smarfete!
Cindy sorriu antes de dar partida. Elas estavam indo numa van dos pais de Maia.
A van era seguida pelo carro de Jeon.A mãe de Cindy, Sra.Cout também ía ficar, então quando viu que Violet estava chorando á chamou para entrar. A anfitriã sentou Violet no sofá e foi até a cozinha voltando com uma xícara de chá.
Violet aceitou de bom grado.
- O que foi criança? Você estava feliz a cinco minutos atrás e algo me diz que isso não é saudade da Cindy.
- A cinco minutos atrás eu ainda tinha um namorado.
Fungou a jovem mulher.
- O amor é uma merda mesmo! - a mulher pegou uma garrafa de whisky de cima da mesa de centro, virando-a na boca como se fosse água, daí vinham os maus hábitos de Cindy, a bebedeira era de família, presumiu Violet.
Violet deixou de chorar para observar a cena, aquela mulher era uma figura, não parecia a policial que a amparou seis anos atrás.
- Você quer? - Olivia lhe entregou a garrafa e Violet aceitou - Sabe tem alguém que eu amei muito e que nunca superei, tem dias que eu penso que vou morrer de saudade, já fazem vinte anos, mas ele ainda é meu grande amor. - ela sorria amarga, Violet se sentiu apavorada, quão horrível devia ser o sentimento de amar alguém dessa forma?!
- É o pai de Cindy?
- É, sabe ela é a imagem perfeita dele, o cara foi inesquecível, sabe aquelas pessoas que marcam a vida da gente, que fazem a vida parecer bela? Ele era assim. O desgraçado era tão bonito que eu queria bater nele, até que ficasse feio. Era um poeta, um galanteador, um romântico. Tão sensível, tão humano. Cindy é agitada por minha causa, mas a doçura dela é dele. Eu a amo, não somente porque é minha filha, mas porque ela é a herança que meu amor me deixou.
- Os seus olhos brilham quando fala dele. Por que se separaram?
- A nossa relação não era nem um pouco convencional, mas nós separamos somente porque ele morreu. Caso contrário, eu viveria com ele até o fim dos meus dias, sem nenhum problema.
- Eu sinto muito. Então, vocês eram amantes?
Violet perguntou, um tento tímida.
- Você é tão educada! Não precisa ficar nervosa. Eu era mais exclusiva doque a atual dele, porque ele me amava de verdade, mesmo que convivesse com ela.
- Então, se ele te amava de verdade o que impedia a união de vocês?
- O que impede um homem de largar um casamento falido?
- Ele tinha filhos!
- Exato! Mulher esperta!
- Queria que vocês tivessem juntos, séria bom para a Cindy ter um pai legal.
- Eu fui os dois, mas concordo com você, séria bom para ela. Sabe, quando ela era menor os colegas zoavam ela por não ter pai, eu ficava triste de verdade mas, o que eu podia fazer? Mas Cindy era altruísta, sempre tinha respostas para tudo, mesmo que fosse apenas uma criança. Uma vez ela me trouxe uma cartinha com, feliz dia dos pai, você é um pai legal, eu fiquei sem palavras, eu era a mãe dela, não o pai. Quando fui explicar que não era o pai dela ela falou, você é dois em um, tipo os utensílios que vendem na tv, o que acha de ir para a festinha dos pais? Ía ser legal se você fosse. Então eu fui, fui aplaudida por todos os homens e professores que estavam naquele ginásio e soube que de todas as coisas que me foram tiradas a melhor que eu poderia ganhar foi a Cindy, ela foi o bônus que a vida me deu.
- Caraca, tô com vergonha agora, chorar por perder um namorado parece ridículo ao seu lado. Mesmo que seja um supernamorado.
- Uma dor não diminuí outra. O meu sofrimento não é maior que o seu. Temos o direito de sofrer, guardar feridas é o mesmo que abafa-las, não vai parar de doer só porque ninguém está vendo. Chore o que tiver de chorar, deixe as lembranças virem. Você nunca vai esquecer, porque as pessoas são únicas, não existe outro Jeon a sua espera. Mas isso não quer dizer que não haverão outras chances, ele foi inesquecível mas isso não anula as possibilidades.Violet chorou ouvindo aquilo, porque sabia que ninguém séria como ele e que nenhum superaria o que Jeon foi para ela e principalmente porque não havia volta, porque ela era orgulhosa e se houvesse uma maneira de tê-lo novamente certamente ela recusaria, porque se fosse para vê-lo sair de sua vida então que fosse apenas uma vez. Não queria sentir aquela dor novamente, não queria repetir aquela cena, não suportaria. Era inegável que ela o amava com tudo de si, mas a verdade absoluta era que ela se amava mais e não estava pronta para relações destrutivas, jamais se submeteria a ter metade dele, não se colocaria a disposição de Jeon, não seria a marionete dele, mesmo que o amasse, mesmo que fosse louca por ele, mesmo chorando a noite toda e se necessário a vida toda, a decisão estava tomada, eles acabaram alí.
A rejeição gritava dentro de si, porque para ela eles jamais acabariam alí, se sentiu envergonhada por ter se declarado para ele minutos antes de ser enxotada da vida de Jeon. Aquilo era tão pouco para terminar um relacionamento. Ele era um covarde, um babaca, ele tinha feito de tudo para tê-la, para depois morrer na praia, não conseguia acreditar, desejou que aquilo fosse um devaneio da sua mente insegura, ou um pesadelo. Mas Jeon tinha mesmo terminado com ela.
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Pride And Guilt
AcakViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.