Beat the bills.

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- Então você quer um emprego? Aqui?
"É o que parece" pensou violet.
- Sim.
- Olha boneca aqui não é agência de modelo, tente algo no seu nível, talvez  as passarelas, os flashs, faça jus a esse rostinho bonito.
- Se eu quisesse as passarelas eu iria atrás, se estou nessa academia de lutas é porque me sinto apta para trabalhar aqui!

Violet bufou impaciente, a ignorância dele já estava à tirando do sério.

- Aqui é um lugar frequentado por homens, dos mais cavalheiros aos mais rudes, se você for assediada ou algo do tipo eu não vou poder te defender, até porque eu não passo nem 10% do meu dia aqui!
- Eu sei me defender!
- Aé como? Com a sua língua afiada? Você pode ser atrevida mas, aqui as coisas se resolvem no braço!
Eles não vão esperar você se defender com as suas frases montadas, eles vão te atropelar no braço!
- Eu sei lu-tar!

Se inclinou na cadeira e fincou as unhas no estofado da almofada, trincando os dentes e travando o maxilar, seu rosto logo tomará uma coloração avermelhada.

Estava no escritório do dono da empresa, sentada a frente da mesa dele, enquanto este se mantinha em pé a sua frente, com nitida irritação pela insistência de Violet, em trabalhar em um lugar ao seu ver, tão impróprio.

O homem se inclinou sob a mesa até estar bem próximo do rosto dela, em um movimento rápido a agarrou pelo pescoço, começando a esgana-la, Violet tentou se defender mas, ele a manteve no mesmo local, ela se debateu e quando ele estava a centímetros de beija-la, ela jogou a cabeça para trás e voltou com tudo acertando em cheio o nariz dele, que a soltou de imediato, agarrando o local agora possivelmente fraturado.
Ela puxou o ar com força, tossindo e logo recuperando seu estado normal.

- Não vai trabalhar aqui!
- Tio Oscar!
- Demorou demais! Está enferrujada! Já foi muito mais rápida, a sua falta de prática pode te custar a vida Violet, se fossem dois agora você estaria ferrada!
- Você está sendo egoista! Tem como me empregar e está relutando!

Levantou-se e espalmou as mãos na mesa, causando um barrulho audível.

- Eu não posso!
- Claro que pode! E quem pode?!? Para um gay você é bem machista!
- Eu não vou correr esse risco.
Vá embora e só volte quando estiver realmente apta para trabalhar!

Falou precionando o pano já ensopado de sangue no nariz, com uma mão e apontando o indicador para a porta com a outra.

- Que saco!
Sussurrou ela, se dirigindo a porta em passos apressados.
- Violet!
Ela parou onde estava e o olhou por cima dos ombros.
- Senhor?
- Eu te amo.
Ela o olhou serenamente, desfazendo a carranca e concordou com um manear de cabeça, antes de girar a maçaneta, saindo da sala e atravessando o salão.

...

Já na recepção comprimentou o funcionário.
- E aí? Como foi?
- Ainda desempregada!
- Ah qual é?
- Eu que pergunto!
Qual é a dele?
Veio com um lance de que aqui não era lugar para mulher, que palhaçada é essa agora?
- Ah, eu não tinha pensado por esse lado.
Ele a olhou atentamente e ela logo pegou seus pensamentos no ar.
- Nem vem tio Filiphis!
- Ele está certo!
- Ah me poupe.
Violet saiu com tudo, passou pela porta de vidro á empurrando com brutalidade.
E seguiu o caminho todo resmungando insatisfeita.

Ela realmente pensou que poderia contar com a sua familia, agora se sentia profundamente magoada.

"Eu não acredito? Como ele pode me negar emprego?
Eu estou ficando sem dinheiro, tenho contas para pagar, e a mensalidade da faculdade está a dois dias de se vencer e eu não quero tocar nesse dinheiro de merda.
Os meus pais! Ah eu os odeio tanto por terem sido tão covardes comigo!"

Entrou no ônibus e seguiu até o antigo local de trabalho.
Hora de bater as contas.

...

Parou em frente ao café Coffe and honey.
"Que lugar desprezível" pensou.

Atravessou a rua e adentrou o local, eram apenas nove da manhã e ela já estava estressada por uma vida inteira.
Parou em frente ao balcão, onde uma mulher branca, alta e de cabelos curtos cacheados, com um óculos moderno e farda da cafeteria, ocupava o local de caixa, deveria ser a sobrinha de Sr.Miller.
- Bom dia! O que deseja?
Sorriu falsamente.
- Sr.Miller!
- O que tem ele?
- Quero falar com ele?!? Ele tá aqui?

Violet era uma pessoa bastante observadora e facilmente reconheceu o deboche na fala da outra, logo a tratando no mesmo tom de arrogância.

- Está mas, você é?
- A antiga funcionária, Violet Hill!

Os olhos dela se arregalaram minimamente mas, ela desfarçou o espanto com rapides.
Se retirou educadamente, com a desculpa de que íria chamar o tio.
É claro que Violet notou sua reação e achou um tanto esquisita, mas não devia ser nada demais, vai ver o velho havia inventado boatos ou até mesmo barrado a presença dela, por conta da dívida.

...

Após alguns minutos o "cara de bolacha" apareceu em seu campo de visão.
- Olha o que temos aqui!
Sorriu, com seus dentes amarelos á causando ânsia.
Não era possível que ele estivesse embriagado as nove da manhã.
- Sem gracinhas idiota!
- Na minha sala gatinha.
Disse seguindo em direção ao escritório.
Ele sentou na mesa e ela permaneceu de pé, tinha nojo de tudo naquele lugar.
- Quer beijinhos?
- Quero o meu dinheiro seu imbecil!
- Certo! Certo!
É isso aqui, certo?
Ele puxou um papel da gaveta com o valor equivalente.
- Certo.
Ele fez questão de fazer o depósito de frente para ela.
- Ok?
Falou com um sorriso que á fez arrepiar, ele era nojento.

Violet se levantou e já ia em direção da porta quando foi agarrada por trás.
- Agora, eu mereço um agrado!
Os braços dele a prenderam imobilizado-a, sentiu a lingua nojenta e aspera lhe molhar a pele esposta do pescoço, e junto dela uma tontura e desespero lhe atingirem, tentou livrar-se do aperto e não conseguiu.
- Você é tão linda, eu sempre quis te tocar assim!
Falou próximo ao rosto dela, seguido de uma risada sádica.
O desespero já estava lhe tomando o corpo inteiro, o seu coração parecia estar a ponto de rasga-lhe o peito, e sentia seu corpo tensionado junto à um tremor angustiante.
Foi quando ele puxou as alças do vestido dela com força com o objetivo de despila, Violet sentiu com se despertarsse de um transe e uma adrenalina absurda lhe tomar o corpo, impulsionou o corpo para trás até senti-lo bater na mesa, com o baque Miller afroxou o aperto e ela se soltou, logo se virando e partindo para cima dele, desferiu incontáveis socos no rosto dele, a sequência não o dava tempo de respirar e logo o corpo dele foi ao chão em um barrulho assustador.

Com o baque a porta rapidamente foi aberta.
- Violet! Violet por favor pare! Pare!
Ouviu Jolieta gritar desesperada.
Foi quando seu corpo foi tirado de cima do dele.
Eram Angela e a sobrinha dele.
- Violet! Violet se acalme, o que aconteceu?
Angela disse afoita, tentando passar uma calma que não possuia.
Jolieta por outro lado chorava alto, nervosa demais com a cena assustadora.
A sobrinha dele soltou o braço de Violet e se abaixou a altura do corpo caido, checando a pulsação do pescoço.
- Ele está vivo?
Jolieta perguntou em nítido apavoro.
- Tomará que não!
Falou Violet em íra.
- Está! - falou a sobrinha dele.
Violet se soltou do aperto de Angela e saiu da sala.

...

No salão os poucos clientes mantinham olhares curiosos sobre ela, já que a alsa do vestido estava rompida, o cabelo bagunçado, o rosto extremamente vermelho e sangue vivo aida estava contido em suas mãos.
- O que aconteceu?
Angela a seguia e perguntou preocupada.
- Esse nojento tentou me estuprar!
Angela travou o maxilar e engoliu a seco.
- Vá a delegacia! Agora!
- Eu vou!
Foi a última coisa que Violet disse antes de sair apressadamente, indo em direção da parada de ônibus.

"Isso não vai ficar assim."


....

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