Estava acontecendo denovo.
Eu estava em um campo de girassóis, tudo delicado demais, eu conseguia sentir o gosto da felicidade, como se estivesse alcançado algum tipo de estado de paz.
Mas, ao olhar para trás os rostos familiares tomavam meu campo de visão.
Minha mãe, tão graciosa quanto eu me lembrava, com um vestido preto de época.
Meu pai com um terno preto, me olhando com o seu rotineiro olhar de amor.
Eles dois, um de cada lado seguravam as mãos de meu irmãozinho, que possuia a feição adorável de uma criança de cinco anos e usava apenas uma bata branca, que o dava um ar angelical.
Eu ficava em choque, perplexa.
A saudade preenchendo toda a minha alma, emocionada, senti as lágrimas molhando meu rosto.
Ao primeiro passo que eu dava em direção a eles, a minha mãe erguia meu irmão no colo, puxava a mão de meu pai e eles começavam a andar rápido, se afastando de maneira considerável, eu tentava alcança-los mas não conseguia, então eles começavam a correr, por cima do ombro de minha mãe eu via meu irmãozinho gritar desesperado.
- ME AJUDE VIOLET!!! - as lágrimas molhavam seu rosto, que agora possuia uma feição de dor, enquanto o pequeno me estendia a sua mãozinha em minha direção num pedido de socorro.
Então eles desapareceram e um incêndio tomou os girassóis, o fogo começou a se alastrar pelo jardim, o horror das flores morrendo e a fumaça me sufocando bem diante dos meus olhos, o desespero foi me tomando aos poucos.
Ouvi um click e tudo se apagou, tudo estava em completo breu, então a minha respiração ofegava já quase oscilando, e eu sentia uma pancada forte na cabeça me levando ao chão.
Acordei num baque gritando a plenos pulmões.
- AAAAAAaaa. - um grito agudo deixou minha garganta e me sentei na cama tentando recuperar o fôlego, não era possível, o meu maldito passado estava me assombrando novamente.Ouvi passos apressados no corredor e Frank logo apareceu abrindo a porta e entrando no quarto, ao ver meu estado de pânico ele andou em minha direção, sentou ao meu lado na cama e me abraçou, me dando o suporte de mil palavras com o simples gesto.
- Quer conversar?
- Não. Eu tô bem, foi só um sonho ruim. - falei desviando meu olhar para a janela, vendo a chuva molhar com vontade a vidraça, fazendo do ambiente ainda mais sombrio e melancólico.
Como se vesse as lembranças dolorosas refletidas em mim, ele seguiu meu olhar, se levantou indo até a janela e fechando as cortinas, logo em seguida retornando para a cama e se deitando ao meu lado, ele nos cobriu com o lençol enquanto eu me aconchegava em sei peito sentindo o carinho bom de seus dedos em meus cabelos.
Eu estava regredindo, parecia que os meus demônios resolveram me atacar com tudo, eu estava voltando a ser a Violet indefesa e isso era uma espécie de alto destruição.
Com os afagos em meus cabelos logo peguei no sono, sob a proteção de Frank.
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Pride And Guilt
RandomViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.