Já se passava do meio dia quando larguei os livros.
Eu tinha acordado cinco da manhã e dado início aos estudos....
Ía saindo do quarto quando o toque do meu telefone atraiu minha atenção.
Atendi rápido, só podia ser uma pessoa...
- O que é?
- Credo que mal humor!
- Desembucha Frank.
- Já almoçou?
- Não!
- Ótimo! Se arruma que eu tô indo te buscar.
- Eu n... Frank?
Desligou na minha cara!Mais uma guerra perdida.
Larguei o celular na cama e fui para o guarda-roupa escolher algo para vestir.
Peguei um vestido rose, e quando estava procurando minhas peças íntimas na gaveta, achei a caixinha roxa.
Suspirei...
Todas as lembranças estavam dentro dela, retirei a tampa ainda hesitante.Nela, o livro que eu jamais ouviria o meu pai recitar novamente, com uma flor usada como marcatexto, numa página no meio do livro, eu não consegui terminar de ler sozinha, eu nunca quis estar sozinha.
Uma foto onde estavam minha mãe com um barrigão de cinco meses e meu pai com um sorriso enorme abraçando nois duas, lá atrás estava a nossa casa, que nostalgia.Um dia fui feliz!
O chucalho infantil entocado estava no canto da caixa, e ainda lacrado o envelope azul com a fita rosa chamou minha atenção.
Lembrei de quando meu tio me entregou, eles acharam nas coisas da minha mãe, com a sua caligrafia bonita estava a dedicatória...Para minha adorável Violet, todas as respostas que você precisa.
Eu nunca abri aquele maldito envelope, porque para mim nada que estivesse contido nele, nenhuma palavra, justificava o abandono dos pais a uma filha.
Quando tio Oscar me entregou aquela caixa eu quis queima-la, lembro de ter gritado em alto e bom som;
- JOGUE ESSA PORCARIA NO LIXO! EU NÃO QUERO ESSA MERDA!
Paciênte como sempre foi ele guardou ela nas minhas coisas, e disse que quando eu estivesse pronta aquela caixa seria o conforto da minha dor.Mas não foi, em seis anos nada nem ninguém foi capaz de me consolar.
Segurei o envelope com firmeza, tocando com delicadeza a fita rosa, e quando estava pronta para puxa-la ...
O celular tocou novamente, guardei tudo na caixa e a coloquei de volta na gaveta.
- Fala!
- Vem de ônibus mesmo, as meninas tão aqui, não vou deixar elas sozinhas só pra ir te buscar sua preguiçosa!
- Mas... Você que se ofer... FRANK???Desligou!
Recebi uma mensagem, ele tinha me enviado seu endereço.
Que falta de consideração, eu cheguei primeiro na vida dele....
Adivinha?!? fui andando.
O guarda-chuva aparou as finas gotas de chuva que ameaçavam cair.
No meio do caminho descobri que era uma distância considerável para quem estava de salto alto....
Depois de discutir com o porteiro que não queria me deixar subir, tive que ligar para o Frank, ele veio e finalmente a minha passagem foi liberada.
- Que frescura!
- É um apartamento de luxo Violet, você não pode entrar só porque é bonitinha.
- Vai se ferrar!
- Se controla sua cobra!
- Ignorado! - disse estendendo minha mão em sua direção, fazendo movimentos que ilustravam uma parede.
- O quê eu fiz? - falou quando já estavamos no elevador e apertou o botão que nos levaria para o seu andar.
- Você me trocou, seu imbecil!
- Violet, não me diga que está com ciúmes?!?
Ele abriu a boca para gritar mas eu a tampei com minha mão.
- Eu mato você! Estou apenas com raiva da sua estupidez.
Disse o soltando e me afastando.
- Ok...
Ele tampou a boca segurando o riso, filho da mãe!...
Quando saimos do elevador eu esbarrei em alguém, ou melhor alguém me atropelou e pela pancada eu quase fui ao chão.
- Ah ler-do! - sussurrei massageando meu braço.
- Me desculpe moça. Foi sem quer... Virdys???Essa voz... Ah não!
- Virdys??? - repetiu Frank confuso.
- Aquele dia eu não me apresentei, sou Jeon, mas se você quiser pode me chamar de bonitão como fez aquele dia no bar!
Ele estalou a lingua no céu da boca e me sorriu descarado, eu estava incrédula assim como Frank, que me olhou como se necessitasse de uma explicação.
- Me erra garoto!
- O quê? Que safada, ela me chamou de gostoso! Controla sua namorada cara, ela é um perigo! - disse se apoiando na parede e cruzando os braços, enquanto me comia com os olhos.
Então era isso ele estava se sentindo ameaçado com a possibilidade de eu ter um namorado.
- Imbecil! - o fitei enfurecida.
- Olha eu não tô entendendo nada! - Frank falou.
- Quem é você? - Jeon o olhou sugestivo.
- Sou primo da Violet.
- Violet? Sua mentirosa! Nunca teremos algo serio se você ficar me escondendo as coisa, tipo o seu nome.
- Nunca teremos algo, seu ridículo!
Falei puxando Frank pelo corredor em direção a porta do seu apartamento, mas antes ouvi o embuste gritar.
- TCHAU AMOR! A GENTE SE VÊ DEPOIS!Desgraçado.
- Tá olhando o quê? Abre logo essa merda! eu tô com fome.
Falei emburrada.Frank ergueu as duas mãos para o alto em rendição e abriu o apartamento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Pride And Guilt
RandomViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.