Street fight

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Depois de uma aula cansativa e das apresentações do seminário de anatomia eu estava exausta.
Mas, apesar da insegurança (que não deixei transparecer) consegui me sair bem e fui selecionada para uma aula de campo na sexta-feira, por isso tinha que aproveitar o restante da semana para aperfeiçoar meus conhecimentos, agora eu estava indo em direção a biblioteca da
universidade, precisava de alguns livros para os estudos.
Ao olhar para as incontáveis prateleiras a minha mente me levou para longe.

Wisconsin
fevereiro de 2014.

- Eles estão separados em gêneros e por ordem alfabética.
- Deve da um trabalhão organizar tudo!
- Por isso mesmo você está aqui! - sorriu abertamente - Pequena Violet a sua missão é me ajudar a organizar a nova remessa que chegou e como recompensa eu leio um poema autoral para você.
- Certo capitão - fiz continência e ele imitou minha ação.

Nos organizamos todas os livros e agora era a hora do meu prêmio.
Ja sentados na mesinha do espaço de leitura da biblioteca, meu pai tirou um papel rosa do bolso e começou a ler para mim.

"Eu me perdi,
E me encontrei nas colinas violetas,
E eu pedi,
Para que de suas inumeras facetas,
Uma fosse para mim...

Que fosse para mim a sua face de amor,
E tão somente para mim dedicasse sua doçura,
Então o seu carinho e devoção seriam a cura,
Do coração despedaçado deste pobre sofredor.

Eu chorei baixinho,
Eu Pedi em oração,
Para que do meu coração nanico
Tu tivesses compaixão.

E vi refletir no brilho,
Dos teus olhos bonitos,
Teu coração
À a colher o andarilho,
Que vagava e mendigava para viver uma paixão.

Você me correspondeu,
Me deu colo e proteção,
E hoje habita em meu peito,
A felicidade e a gratidão.

Menina com nome de flor,
Eu vou para onde você for,
Porque eu te achei,
Eu achei meu lar nas colinas violetas."

Me levantei da cadeira da biblioteca e abracei meu pai com carinho, eu estava emocionada.
- Eu te amo papai!
- Eu te amo minha pequena Violet.

Atualmente,
Biblioteca da Universidade.

Enxuguei a pequena lágrima que  escorria sorrateiramente pelo canto do meu olho.

- Que saudade. - sussurrei.

Peguei os livros e saí o mais rápido possível, eu não frequentava bibliotecas nem floriculturas, 
eu havia me retraido, eu fugi covardemente de tudo que me lembrava deles.
...

- VIOLET!
Parei abruptamente onde eu estava quando ouvi a voz de Jolieta me chamar, girei sob os calcanhares para voltar para dentro da faculdade, queria evitar interagir com ela, mas ela gritou novamente.
- PARE ONDE ESTÁ VIOLET!!!
Me virei derrotada indo sua em direção, ela estava encostada no carro, um ford explorer azul e acabado.

- Isso ainda anda?
Ela riu alto.
- Vou te dar uma carona até em casa. Entra e espera um pouquinho que meus amigos já tão chegando.
- Olha eles alí!

Olhei para trás e eram os dois caras da cafeteria e uma menina com um vestido colado de oncinhas e uma bota cano alto.
Não é possível.

- Olha se não é a neandertal que nos atendeu na cafeteria. - que branquelo desgraçado!
- Oi moça! Meu nome é Louis, esse é o Jay e essa é a Morgan minha irmã. -
Ele disse estendendo a mão para me cumprimentar, e eu fiquei olhando para mão dele com se ele fosse um alienígena.
- Ela é uma mulher das cavernas, não sabe cumprimentar. - esse Jay estava na minha lista negra.
- Eu tenho uma doença contagiosa de pele, se eu encostar em você, você contrai a doença - os três me olharam espantados e recuaram um passo para trás, quase como numa coreografia - mas, já que você não se importa!
Falei abrindo os braços e indo na direção dos três para abraça-los, quando a brincadeira tava ficando legal Jolieta gargalhou alto, fazendo os três a olharem curiosos.
- Ela tem doença nenhuma, tá só zuando vocês.
- Que maldade moça! - Morgan disse fazendo bico.

- A única doença que ela tem é mental!

Tá ele que pediu!
Acertei o olho de Jay com força.
Logo o vendo gritar segurando o local atingido.
Então quando eu menos estava esperando ele partiu para cima de mim.
- SUA...

As meninas até tentaram me levar para longe dele mas foi inevitável, Jay agarrou meu cabelos com força me puxando em direção ao chão, com certa dificuldade pela diferença de altura, alcancei o pescoço dele o sufocando com força devida, as meninas se desesperaram e tentaram me tirar de perto dele enquanto Louis gargalhava alto.
Caímos no chão e eu me sentei em cima dele o vendo ficar vermelho já passando para o roxo, eu afrochava o aperto de acordo com os puxões que ele dava no meu cabelo
Após um bom tempo e várias tentativas, finalmente as meninas conseguiram me tirar de cima dele.

Assim que o liberei do aperto ele se sentou, ofegante e tossindo muito.

- Ela ... Ela tava... Ia me matar...
Sua... Sua...
- Escolhe bem suas palavras, podem ser as últimas. - Ameacei.
Ele me olhou incrédulo e Louis ainda rindo foi ajuda-lo a se levantar.
- Apanhou da menina seu cagão! - falou ouvindo o amigo protestar .
- Ela não é uma menina! - disse emburrado.
- Sei que não é recomendado bater em mulheres, mas esse foi nitidamente um caso de sobrevivência. - ele disse vendo as meninas concordarem.

Os dois entraram no carro ocupando os acentos da frente.
Louis iria dirigir.

- Vamos para o carro! Você é bem pirigosa gata, e olha que eu que tô de onça. - falou arrancando risadas do restante do grupo.
Me sentei atrás do banco do Jay, o vendo me encarar por cima do ombro.
- Ela vai com a gente?!?
- Claro que vai Jay! - disse Jolieta nitidamente mais ofendida do que eu.
- Sinto que estou correndo risco de vida!
- Mas você está! Se não calar a boca eu te enforco com o seu cinto de segurança.
Ele colocou a mão no pescoço massageando o local como se estivesse constatando sua importância em seu corpo.
- Relaxa ela tá zoando! - amenizou Louis.
Não tô não, pensei.

Ele ligou o rádio e quase não conseguiu ligar o carro e só depois de uma demora de quarenta minutos, conseguimos sais do local, a viagem foi calma e eu consegui ter uma boa imagem deles, menos do Jay, o Jay divia ter morrido mesmo, cara chato!

...

- Thau Violet! - acenou Jolieta.
- Bey gata! - sorriu Morgan.
- Tchau ruiva!
- Adeus sua neandertal! - Jay estava dando o dedo para mim.

Eu mostrei o dedo para ele, e entrei dentro de casa, logo onvindo o carro sair deixando o rastro de uma fumaça preta pela rua.

...

Jantei e depois de estudar até a meia noite, resolvi dar um descanso para o meu corpo, me deitando na cama.

A casa silenciosa demais me fez sentir falta de Frank, e até mesmo das inconvenientes Maia e Cindy.
Mas, agora eu devia dormir, amanhã quem sabe eu receberia a visita alegre deles, para agitar minha vida monótona.





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