Pride And Guilt

Hoax.

Violet on.

- Está com fome docinho?
- Você tem que parar de me chamar assim. É ridículo!
Ri soprado, qual é a dele?!

Jeon veio até mim e me abraçou.

Me assustei com o ato repentino.
- É ridículo porquê é coisa de velho ou porquê você gosta?
Tremi com o seu tom de voz, talvez ele devesse ir embora, seus efeitos sobre mim me intimidam.
- Vamos comer!
Ele falou me soltando e saindo do quarto, fiquei parada no mesmo lugar, mas que porra!

Acabamos de tranzar, ele me deu um banho, secou meu cabelo e agora vai cozinhar para mim?!

Desci as escadas e parei na porta da cozinha, ele havia tirado a blusa e estava com um avental, os seus ombros eram largos e a cintura um tanto fina, ele era realmente bonito.
- O que está fazendo Remy?
- Vou fingir que não entendi a referência.
Ri e me sentei na mesa o vendo cozinhar.
- Quê? É um elogio, ele é um ótimo cozinheiro!
- Hum. Estou fazendo macarronada.
Sorri lembrando de Frank.
- A última vez que tentaram me fazer uma macarronada, tive que jogar no lixo e comprar pizza.
- Isso não vai acontecer, esqueceu que eu sou o Remy versão humana?!

...

Jeon realmente cozinha muito bem, mas me limitei a dize-lo apenas: A macarronada estava comestível!
Ela riu e agradeceu o meu quase elogio.

...

Estamos deitados no quintal, olhando para o céu a mais de meia hora.
- O céu tá tão bonito.
Sussurou Jeon.
- Nem tanto!
- Tá cheio de estrelas, deixa de ser ranzinza.
- Você tinha que ver as noites em Wisconsin.
- Era legal lá?
- Era perfeito!
- Nunca quis voltar lá, sabe, reeencontrar alguém?
- Não. Acho que associei demais a cidade com as perdas, não é algo que eu consiga reverter agora.
- Frank morreu a quatro quarteirões e você não foi embora.
Ela falou baixo e hesitante, como se tivesse receio de cutucar minha ferida aberta.
- É, acho que não tenho mais a mente de dezesseis anos. Doi muito ter perdido Frank assim, mas sair de Wisconsin não foi uma escolha, eu precisava de um responsável legal.   Eu ainda não estou pronta para voltar.
- Ainda? Pretende voltar?!
- Sim. Em algum momento será preciso voltar.

Depois de um tempo olhando o céu Jeon foi embora( o expulsei educadamente) e eu fui dormir.

...

Estava a pouco tempo de me formar e tudo estava correndo bem, eu me sentia cada vez mais decidida em relação a fisioterapia pediátrica.

Estava na arquibancada do ginásio vazio da faculdade, comendo o resto da macarronada de ontem, lembrando de Frank e estranhamente pensando em Jeon.

- Violet! Pare de esconder!
- Eu não estou escondida Jolieta, mas devia.
Ela riu, segurando a mão de Louis, atrás deles vinham Morgan e Jay, ela estava com a mão na cintura dele mas, ele a afastou a medida em que se aproximavam de mim. Idiota!
- Sua formatura está perto, como se sente?
Jolieta tinha mesmo que me fazer esse tipo de pergunta? Eu tenho mesmo que responder?!
- Quase formada?!
Soltei, guardando o pote já vazio, (do que antes era macarronada) na mochila.
- O humor dela é acolhedor não?! Me faz querer ir embora!
Morgan ralhou, um tanto debochada, o que foi que eu fiz agora?!
- Não pedi que viesse, nem que ficasse, "Você está livre para ir".
Ela apenas encolheu os ombros, não saiu.
- É Stiche?! - Louis cochichou.
- Eu acho que é Elsa. - Jolieta respondeu.
Pelas alianças e as mãos dadas, suponho que são o mais novo casal.
- Eu acho o humor de Violet um de seus charmes.
Jay tentou, tentou, soar sedutor, mas ele era um caso perdido.
- E eu não me importo com o que você acha!
- Sempre na defensiva, quando vai ver que eu sou o seu bom partido?
Após a fala ridícula dele todos o olharam estranho, como se ele fosse o alienígena que ele é, menos Morgan, ela sentou ao meu lado e abaixou a cabeça.
- Você! É um babaca, e babacas não fazem o meu tipo, mesmo que seja um babaca partidão!
Jay ocupou o assento ao meu lado e ficou me olhando em silêncio.
- Hoje nós vamos sair e queríamos que você fosse!?
Jolieta falou sorrindo de orelha a orelha.
- aaaaaaaaaaaa.... não!
- Vai ser legal Violet! Vamos a um karaokê!!!!
Louis praticamente gritou, mas logo foi contido pela loira.
- Eu não canto!
- Depois de uns drinks todos cantam querida!
Jay falou rente ao meu ouvido mas pus a mão na cara dele o distanciando de mim e ouvindo o casal rir alto.
- Se afasta embuste!
- Ok! Ok! Mas de hoje não passa, querida Violet!
Ele falou se levantando e saindo rapidamente, coitado! Nem se ele fosse o último pênis da face da terra.

- Acho que não vou mais, não quero ficar sobrando!
Mongan falou cabisbaixa.
- Por que você gosta dele? - perguntei.
- Eu não gosto dele!
Todos olharam para ela, desmintindo-a imediatamente.
- Cunhada você é uma péssima mentirosa! - Jolieta acusou.
- Jay não é alguém que você deseje para uma irmã, é um bom amigo mas, só isso! - Louis falou um tanto preocupado.
- Eu gosto porque, não sei dizer, só que, sempre vi ele como alguém ideal, ele é amigo do meu irmão e minha familia o conhece e eu o acho muito bonito e as vezes ele é gentil, já ficamos algumas vezes mas, ele gosta de você Violet!
Ela falou a última frase como se fosse meu atestado de óbito.
- Me odiar não vai mudar nada! Você devia se valorizar, ficar com alguém que te queira, você é bonita e tem personalidade, quer dizer... deve ter alguém por aí que curta roupas coloridas e extravagantes não?!
Ela riu das minhas palavras.
- É, acho que sim?!
- E você não quer continuar insistindo em alguém que solta a sua mão sempre que vê outra mulher, ou quer?!
- Com certeza não!
- Ótimo, agora ponha em prática!
Falei me levantando e jogando a mochila nos ombros.
- O que foi isso?!
Jolieta falou e eu só pude ignora-la.
- Toma uma flor, você merece!
Fiquei olhando para a rosa branca na mão dela por um instante, tão linda!
- Não curto flores e coloque isso num vaso antes que murche!
Foi o que disse antes de andar pelo corredor de cadeiras a fim de sair dali, ao longe pode ouvir Louis gritar algo como, esteja pronta as sete.
Tive mais três aulas antes de ir embora de ônibus.
Ao chegar em casa, vaguei por aqui e por alí.
Minha produção foi:
Macacão roxo e salto gliter, sem maquiagem e com o cabelo solto.
As seis e meia eu estava pronta e a buzina soou na minha porta.
Espero que nosso meio de transporte não seja a sucata de Jolieta.