Andando pelos corredores da faculdade e perambulando em pensamentos.
No fim nada é o que você pensa.
O que as pessoas te mostram é apenas um minúsculo fragmento do que elas são.- Oi?
Ergui os olhos vendo Jay a minha frente, o olho dele estava roxo mas ele não parecia se importar.
- O seu olho tá feio.
- Eu estou bem Violet, muito obrigada por perguntar.
Esse humor, ah eles eram diferentes e iguaizinhos.
- O que foi aquilo?
- Desculpe mas não é algo que eu possa te contar, envolve mais gente do que deveria. A única coisa que você tem que fazer é se afastar dele.
- Eu não vou me afastar de ninguém cara, não é assim que as coisas funcionam.
- Ele vai te fazer ama-lo, vai te levar ao céu, depois vai te largar no inferno, ele vai te destruir Violet. Uma trilha de destruição, é tudo o que ele deixa quando vai, o Jeon é isso.
Senti um arrepio me subir a espinha, engoli a seco.
- O que aconteceu? Resuma.
- Ele se mandou por seis anos e quando voltou não veio até mim, nem para dizer "Eí, eu tô vivo".
- Então é remorso?
- Eu queria que fosse, quem sabe eu conseguiria ve-lo com outros olhos.
- Eu nã...
- Apenas se afaste dele, é para o seu bem.
E saiu.
Fiquei parada no mesmo lugar. O que Jeon poderia ter feito, por que tamanha mágoa?
Eu lembro do olhar de Jay quando viu ele, foi como ver um oásis e logo depois ve-lo se desfazer em uma miragem, a sua reação foi do amor ao ódio. Presenciar aquilo foi assustador.Resolvi que não tinha o que fazer, Jay tinha seus motivos, Jeon devia ter os dele. Eu não conseguia sustentar a ideia de afastar Jeon, porque ele já estava perto demais e eu não podia manda-lo ir embora, não quando ele já esta dentro de mim.
...
Hoje na volta da faculdade para casa resolvi descer antes da minha parada, eu comprei uma câmera fotográfica e um jarro de tulipas. Eu estou tentando.
Agora estou sentada no chão da sala, vendo tutorias de como tirar uma boa foto, o jarro está ao lado da estante, esfeitando a sala de forma delicada, quando olho para ele penso no sorriso da mamãe, com saltos e vestidos floridos.
Eu vejo a senhorita Hill, papai costumava torcer o nariz quando a chamavam assim, mas fazer o que se ela era linda como uma jovem no ápice da beleza? Eu vejo ela cuidando das suas flores, sem se importar em sujar as mãos.
Resolvi não pensar muito nisso, e ver a flor em vez das lembranças, mas ainda estou tentando.Virei a câmera para o jarro de tulipas azuis, a luz estava perfeita e pela lente parecia um desenho, delicado demais.
Quando ía apertar o botão vermelho a porta se abriu, Maia entrou primeiro e Cindy logo atrás.
- O que tem para comer?!
Maia perguntou.
"Para você nada." Pensei.
Olhei para Cindy e ela estava com o dedo rente a boca, sinalizando um pedido de silencio.
Supirei.
- Tem bolo na cozinha.
- Curti a câmera. - Maia falou Atravessando a sala.Ela estava com um gorro amarelo, com um vestido verde e uma calça preta, não sei se entendi a combinação.
Ela parecia um palhaço, mas sem a graça que faz rir.Me levantei do chão e fui até Cindy, quando parei na frente dela, dei um cascudo forte em sua cabeça.
- Aí, sua Ariel de esquina!
Ela protestou massageando a área atingida.
- Você não ía terminar com ela?
Sussurei indignada.
- Ia, mas se Ravena descobrir que foi traída, ela vai matar a Maia, e o Caesar também!
- Então vamos fazer ela descobrir!
Puxei Cindy em direção a porta mas ela parou.
- Não. Porque a morte deles será o fim da banda Violet.Então eu entendi, era mais que isso, era bem mais complexo. Ela estava sofrendo por amor, pela falta dele e também corria o risco de ver um sonho morrer, tinha a possibilidade de deixar os palcos e pelo olhar dela isso séria uma morte lenta o dolorosa, porque o palco era o céu de Cindy.
- Então qual seu plano?
- Eu vou inventar qualquer coisa e terminar depois do show.Ela falou cabisbaixa, eu queria ir até a cozinha e matar um certo alguém.
- Certo mas mande ela ir embora, não quero alguém que te machuca na minha casa, se eu não posso bater nesse alguém, ou posso?!
Olhei para ela sugestiva e ela riu.
- Sabe o gorro ridículo?
- O que tem ele?
- Hoje cedo eu comentei que ela devia encurtar a franja para ficar melhor no palco...
Ela interrompeu o relato com uma risada.
- Eu cortei a franja dela três dedos acima da sobrancelha.
Eu ri alto junto com ela e Maia apareceu na sala segurando a forma do bolo. Saco furado!
- Qual a graça?
- Tinha alface no meu dente.
- Mas você não come alface.
- Justamente. Não é engraçado?Fechei os olhos, Cindy não sabe mentir?! não acredito que Cindy não sabe mentir.
- Cindy eu preciso de uma carona até a cidade, pode me levar no carro da sua mãe?
Olhei para Cindy e tive de erguer as sobrancelhas para ela se tocar que era uma desculpa para despensarmos a adúltera.
- Ah! Claro! Maia seu motorista pode vim te pegar?
- Hum. Eu acho que...
- Ótimo, vou me arrumar. Tchau Maia!
Falei acenando descaradamente e subindo as escadas.
Enquanto Cindy se encolhia segurando o riso.- Espera Violet! Eu escolho sua roupa! Maia quando sair fecha a porta.
Cindy falou antes de correr até os degraus.
Me enchi de orgulho.
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Pride And Guilt
NezařaditelnéViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.