Violet on.
Acordei numa sala escura, iluminada por uma gasta lâmpada pendurada no teto, os meu pés e mãos estavam presos, amarrados em uma cadeira e a minha cabeça estava latejando.
Mas que merda estava acontecendo?!
Estou apavorada, depois de desmaiar no banheiro do hospital eu não lembro mais de nada, não sei como cheguei até aqui. Não faço ideia de que lugar é esse.
O ambiente macabro me deixa agitada, quem me trouxe até aqui certamente não vai me deixar sair com vida.
Então os passos começam a ecoar pelo quarto, uma silhueta surge da parede, segurando algo nas mãos e eu só posso pensar que é o meu fim. Uma risada diabólica gasga o silencio e eu me encolho de medo, o meu corpo todo entra em alerta.
A imagem surge bem rente ao meu rosto, debruçada sobre a cadeira me olhando bem nos olhos.
- Eu vivi para ver você assim, incapaz! Gostou da surpresa? E da amiguinha aleijada, gostou?
- Foi você que fez aquilo com ela?
Os meus olhos se encheram, não podia acreditar, nunca teria imaginado.
- Hum... Foi! - outra risada - era para ter sido fatal, mas que castigo melhor doque passar a vida empurrando uma cadeira, inútil demais para mexer as próprias pernas? É o que aquela desgraçada merece por me xingar gratuitamente.
- Você é doente, precisa se tratar, você não tá bem.
- PARE DE CHORAR! - o grito agudo me fez se encolher na cadeira, a minha cabeça latejava de dor - se você chorar eu vou te acertar de novo. Eu jogava beisebol na escola, deve se lembrar, quer saber minha profissão? Sou legista, então eu tenho força para te acertar e inteligência para ir no ponto certo do seu corpo, para continuar batendo por muito tempo antes que você morra. Eu vou te fazer sofrer Violet. Vou contar umas histórias entre um intervalo e outro, mas na maior parte do tempo eu vou te fazer sofrer, não me subestime. E daí que eu disse que amo você, no fim das contas não é o amor que decide quem fica viva ou não, sou eu!
- Porque está fazendo isso comigo? O que foi que eu te fiz?!
- A sua vida sempre foi perfeita, enquanto os seus pais fingiam que tudo era maravilhoso, os meus brigavam na minha frente. Eu vou destruir a imagem que você tem de familia perfeita
- E o que eu tenho a ver com a sua péssima criação?!
O meu dedo indicador foi agarrado, tentei resistir mas minhas mãos estavam amarradas, ele foi torcido lentamente até que estralasse, estava quebrado.
- Seus gritos são música pros meus ouvidos, deve ser um porre, gritar pelo dedo quebrado enquanto a cabeça dói por um mínimo ruído. Me desculpe, não foi minha intenção, eu bati com muita força mas era só para desmaiar, é que eu odeio tanto você, Violet Hill.
- Por favor pare, não á justificativa para isso, eu não tenho nada haver com você, por favor pare, eu estou implorar Hely.
- Hum... deixa eu ver?! Não! - aquela risada ficaria para sempre na minha mente - Você me faz rir, Violet.
- O que você quer de mim? Eu te dou o que quiser, apenas me deixe ir.
Ela novamente se debruçou sobre o meu corpo, agora me envolvendo em um abraço e com a boca rente ao meu ouvido ela sussurou;
- Eu quero que você morra! Eu vou te matar, te torturar até você não aguentar mais, vou cortar todo o seu corpo em pedaços, depois vou colocar tudo num saco preto e por fim, vou queimar os restos do seu cadáver no porão da minha cafeteria.
Ela se afastou e quando olhou para mim já estava sorrindo, céus, o que está acontecendo?
- Primeira história! Por onde eu começo? Ah lanterna!
Ela se levantou, se moveu pelo lugar e depois voltou com uma lanterna em mãos, puxou uma cadeira e se sentou na minha frente, ligou a lanterna e colocou abaixo do queixo, iluminado o rosto.
Aquilo era doentio, parecia uma criança contando relatos de terror para outra, numa noite de festa do pijama.
- Vamos começar pelo passado. Eu tinha onze anos, quando vi meu pai comendo uma mulher na mesa do escritório do cassino. O meu pai era casado então eu pensei, isso é errado, quem sabe a mamãe possa me explicar o que eles estavam fazendo, então eu fui contar para ela, e levei uma surra de fio. Tipo esse fio. - ela abaixou-se apenas para pegar o fio e o ergueu para que eu vesse - Eu contei doze chicotadas, consegue contar Violet?!
Tremi da cabeça aos pés.
- PERGUNTEI SE VOCÊ SABE CONTAR, SUA VADIA!
- Por favor não faça isso! Não faz sentindo, o que eu tenho a ver com isso?!
- Você é uma vadia como ela, era ela que merecia aquela surra e vou me vingar através de você! O seu sangue é podre.
- O quer você está dizendo?! AH!
O fio foi desferido contra mim, senti arder a minha pele, logo foi seguido de outro.
- Se não contar eu vou bater a vontade.
- Três. Qua...tro. Oito. Dez. On...ze. Doze.
Quando a contagem acabou Hely continuou me batendo. Até que eu sentisse o cheiro de sangue.
- Ah, isso cansa. O meu braço tá doendo. E o desfecho da história é... A mulher era a sua mãe! Amélia vadia Hill.
Meu olhos quase saltaram da caixa. O que ela estava dizendo?
- A minha amava o meu pai. Você está mentindo.
- Ela sabia encenar, isso sim! A sua mãe foi amante do meu pai por anos, até a morte trágica dele.
Se encontravam a qualquer hora, eram dois depravados, que se comiam em qualquer lugar, como os cachorros que eram.
- Você está mentindo!
- Você é tão ingênua, por isso que está aqui. Eu te ameacei Violet, eu disse que ía te dar adeus, você viu o meu olhar, eu sei que viu porque você tremeu, como todos eles fazem. Porque não fugiu quando me viu? Esperava mesmo meu pedido de desculpas? Eu sempre odiei você! Estava tão na cara, a magoa que eu carregava por você, mas você ignorava e mantia o inimigo perto só porque ele se dizia seu amigo, se você vai morrer hoje, é porque é ingênua.
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Pride And Guilt
RandomViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.