Pride And Guilt

Intrunders.

Abri meus olhos e olhei para os lados tentando identificar o lugar, as paredes amarelas e os móveis claros conhecidos nunca me trouxeram tanto alívio, eu estava no meu quarto, estava em casa, mesmo não sabendo como havia chegado ou com quem.

- Com quem?!? - Arregalei os olhos e me sentei rapidamente na cama e me arrependi mais rápido ainda, pois senti minha cabeça latejar em uma dor de cabeça infernal, foi aí que me lembrei... Tequila!
Com certeza não era meu forte e futuramente  manteria distância da bebida quente.

Fechei os olhos com força tentando controlar o chacoalhar dentro do meu crânio.
Quando consegui me levantar olhei para meu próprio corpo e ainda estava usando o mesmo vestido preto da noite passada, que nojo!
Onde estava meu sobretudo? Ah esquece!

Me arrastei até o meu banheiro e após o banho gelado eu estava ainda mais destruída, vesti um conjunto de moletom e desci para a cozinha, minha barriga estava seca e doía muito, talvez um chá amenizasse minha situação.
Mas foi aí que veio o surto, parei na porta da cozinha, abismada com a cena a minha frente.

Na minha mesa estavam sentadas as duas delinquentes do bar, comendo em uma única refeição a comida que eu comprei pro mês inteiro.
- O que estão fazendo aqui? - disparei quando a voz finalmente saiu.
- Boa tarde! - disse Maia sorrindo como se eu fosse o motorista do ônibus que ela acabou de pegar.
- De nada por ter trazido você em segurança até em casa! - Falou Cindy, dando de ombros, garota insuportável.
- Que horas são?
- Meio dia desorientada! - Cin-dy.
- Toma você deve estar com uma dor de cabeça daquelas. - Maia falou me estendendo um copo de água e um comprimido.
Isso era demais para mim...
- Onde pegou isso? Como vieram parar aqui? Quem deixou que entrassem? Por que estão comendo minha comida? Vão embora agora.  EU VOU CHAMAR A POLÍCIA! - gritei e senti minha voz ecoando dentro da minha mente e quase chorei em frustração.
As duas ficaram estáticas por alguns milésimos, olharam uma para cara da outra e então explodiram em gargalhadas como se eu fosse um palhaço que acabou de contar uma piada boa.

Será que elas estavam planejando roubar a minha casa e eu acordei estragado seus planos, então agora elas iriam me assasinar.

- Você é tão engraçada! Se lembra de alguma coisa? - perguntou Maia enxugando algumas lágrimas pós risada, eu neguei - Senta aí, vou te contar tudo!
Ela estava se comportando como se a casa fosse dela.
Me sentei a contra gosto, e logo Cindy começou;
- Depois que você nós enxotou, nós continuamos indo até o bar pra ver como você tava. Lembra disso? -
Neguei novamente.

Na verdade após beber o primeiro shot de tequila, as coisas já ficaram embasadas, e no terceiro copo eu perdi a consciência.

- Eu imaginei, você estava muito simpática! - falou Maia, em seguida enchendo a boca de bolo, MEU BOLO!

- O seguinte é, você ficou bêbassa, deu em cima do barman...
- Eu já estava interessada nele, não tem nada de mais. - cortei Cindy um tanto irritada, não era da conta dela, que garota metida!

- Tem sim, quando o barman é gay e casado! - Ah não - inclusive só pra você saber ele disse que não queria você, ao menos que você tivesse um pinto embaixo da saia. - Cindy falou e as duas riram da minha desgraça bem na minha cara.

- O quê mais? - perguntei com medo da resposta.

- Você só beijou uns cinco caras diferentes, vômitou na pista de dança, subiu na mesa de cinuca e quando ia rolar o striptease, o segurança da entrada te tirou de lá e nos trouxe para sua casa. Você que deu o endereço! - Maia falou bebendo um gole generoso de suco, como cabia tanta comida dentro de alguém tão pequeno?

- Olha pelo lado bom - existe lado bom? - Você não transou com um desconhecido e nem adquiriu alguma DST, não por falta de pretendentes né? Mas,... O que quero dizer é... Tá a sua noite foi um desastre! - falou Cindy, disistindo da missão de me consolar.
- Você não leva geito amenizando desgraças. - falei a olhando com raiva.
- Deixa eu dizer, você é mais legal bêbada! Implorou para gente dormir aqui, e deu até a chave do quarto de hóspedes.

Que desgraçada! Peguei uma fruta e me levantei.
- Limpem tudo o que sujaram e vão embora!
Saí da cozinha indo para sala, me deitei no sofá, liguei a tv e comecei a assistir um filme qualquer, eu deveria ser mais cuidadosa com as minhas saídas, foi um tiro no escuro ter trazido desconhecidos para dormir em casa.

Quando já estava no meio do filme as duas meninas surgiram do nada, passando por mim já em direção a saída.
- Tchau Vaiolet! - disse Maia acenando para mim, com metade do corpo para fora da casa - Obrigado pela noite!  - disse se curvando em agradecimento.

- Valeu pela comida, há e antes que você pergunte ela sabe seu nome porque você falou. Bye! - disse me lançando um beijo voador, insolente!
Saiu, logo batendo a porta atrás de si, finalmente em paz.

...

Após horas largada no sofá, meu estômago roncou alto, denunciando que eu estava com fome, então fui para cozinha preparar algo para mim comer, e me susprieendi, elas realmente deixaram tudo limpo, nem quando comprei a casa as coisas estavam tão em ordem.
Mas foi aí que a minha paz pelo ambiente extremamente organizado se converteu em irá.
Elas fizeram uma varredura não somente na sujeira mas, acredite
as infelizes havim comido todo o meu estoque de alimentos.
- AAAA MAIS QUE MERDA!