If you love me.

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Violet on.

Estavamos entregando currículos nas últimas três horas.
Entramos no carro de Jeon e já estavamos indo para casa quando pedi que ele nós levasse a um restaurante.
- Sei que é um dia nosso, mas queria convidar a Cindy para almoçar.
- Séria legal, Cindy é engraçada.
Sorri puxando o celular.
- Vou ligar para ela - hesitei - mas, e se ela não atender?
- Por que não atenderia?!
- Porquê sou uma péssima amiga que  viu ela ir embora com raiva e não foi atrás dela.
- Acho que ela já estava pilhada com algo, mas se te consola, o melhor a se fazer quando alguém está com raiva é dar espaço.
- ok. - suspirei - Está demorando...
- Você discou o número agora docinho, relaxa.
Ele jogou a cabeça para trás, sorrindo. Lindo!
Viva voz, silabei para Jeon e ele confirmou.
- Cindy?
- Traidora?! É você?
A voz dela estava carregada por um desdém, birra de criança. Jeon tapou a boca encobrindo o riso.
- Cindy, me desculpa vai...
- Nem vem com essa sua manha que eu tô putassa com você Violet, me trocou por aquela biscate, que aliás ía passando o carro por cima de você se você não lembra! Aí agora cê me liga fazendo a sonsa? Ah vá se afogar na pia!
Olhei para Jeon incrédula, ele estava vermelho de tanto segurar a risada.
- Escuta aqui sua pirralha carrenta, eu vou te dar dez minutos para aparecer no restaurante mexicano e se você não chegar no prazo, eu vou te dar uma bofetada tão grande que você vai voltar para vila Smarf!
- EU Ñ...

- Você desligou mesmo na cara dela?
Jeon perguntou.
- É uma garantia.
- Quê?
- Ela vai vir nem que seja para vencer a discussão.

...

Já tinha desistido de reatar a amizade, eu vacilei feio e Cindy não tinha obrigação de me perdoar, ela tinha confusões para resolver, não precisava de alguém, que se diz sua  amiga e a rejeita.
- Qual é docinho, vai ficar com essa cara de cachorro que caiu da mudança, mesmo?
- Cindy não vem.
- Só se passaram sete minutos do horário marcado, você não pode ser insegura desse jeito em suas relações, isso vai te magoar sempre e você não pode viver assim se remoendo por insuficiência.
Olhei para a vidraça, sabendo que ele estava certo, eu era insegura, portanto o que vi foi Cindy entrar com tudo no estabelecimento.
- Você veio!
Falei me levantando.
- Você não me merece mas, pode pagar minha comida!
- Ah não fale assim, estou arrependida de verdade!
- É o mínimo flor, você me jogou para escanteio, você fez isso com a CINDY! A maravilhosa, esplêndida e insubstituível Cindy!
- Me desculpe!
Falei a abraçando, ela retribuiu o gesto e sussurou.
- Me pague um almoço.
- Vou te pagar um almoço de pedreiro!

...

- Então, qual é a da lambisgoia?
Cindy falou enquanto se empanturrava.
- Lambisgoia?! - de quem ela estava falando.
- Ela tá falando da Hely, docinho.
- Ah, ela é uma amiga de infância e juventude.
- E o que ela tá fazendo aqui? Por que não ficou na sua infância e juventude? Que é o lugar dela.
Cindy me olhava entediada e Jeon estava concentrado em minhas próximas palavras.
- Bom, não sei ao certo, mas acho que é por conta da cafeteria.
- Cafeteria? - Jeon perguntou, de repente interessado.
- Ela veio para ajudar o tio dela.
- Ela não parece alguém que presta ajuda. - Cindy constatou.
- Ela veio trabalhar na cafeteria!
Corrigi.
- Mas o tio dela não morreu, você é a até suspeita se não me engano.
- Sim Cindy, mas foi depois da chegada dela.
- Com a morte dele ela ficou na cafeteria?
- Isso mesmo Jeon!
Que interrogatório é esse?!
- Com aquele jeito escroto não me surpreenderia ela mesma te-lo matado. - Cindy falou.
- CINDY! Olha, é la é rica, herdeira de um cassino em Wisconsin, e além do mais ela não o mataria, estamos falando da Hely!
- Justamente! Estamos falando da Hely! Uma sádica, com perfil psicopata, que se diz sua amiga!
Suspirei derrotada, era dificil para mim afastar Hely.
- Tá bom, acho que esse assunto não vai levar vocês a lugar nenhum. Violet, eu entendo que esse é um assunto delicado para você, que essa mulher fez parte da sua vida e que em algum momento foi especial, mas agora você tem idade suficiente para saber quem deseja ou não ter em sua vida e tudo que eu quero e acredito que Cindy também, é que você haja  com bom senso e não se baseie em uma imagem adolescente dessa mulher, afinal já fazem seis anos.
- Exatamente, falou tudo! Alguém me entende, aleluia! - Cindy completou, batendo palmas.
- Me desculpem, eu não pensei dessa forma.
- Então abre o olho anta ruiva, essa baranga é perigosa!
Joguei o guardanapo em Cindy enquanto ela ria.
- Só quero que saiba que não foi proposital, eu sei da importância que você tem na minha vida, você é minha melhor amiga, tipo uma irmã, eu não trocaria você por ninguém, você única e insubstituível. Eu te amo Cindy.
- Eu também te amo Ariel do asfalto.

...

Estavamos na minha casa, Cindy tinha ensaio e deixamos ela na garagem da casa de Ravena, a integrante da banda.
Mas eu estava pilhada com algo, as coisas pareciam bem mas, só pareciam, algo não se encaixava.
- Jeon, a segredos entre nos?
Ele franziu o cenho e se afastou no sofá.
- O quê? Que pergunta é essa?
- Só quero saber, bom, eu te conto tudo mas, às vezes parece que você não se sente seguro para compartilhar sobre a sua vida comigo.
- Do que saber?
- O que você quer que eu saiba?
- Não estou entendendo.
- Queria saber sobre sua familia, sobre sua história, você nunca fala sobre nada.
Ele se levantou do sofá, começando a andar de um lado para o outro da sala.
- Foi o Jay de colocou pilha em você?
Não tinha como me esquecer do alerta que Jay havia me dado, mas ía além disso.
- Não é sobre o Jay Jeon, é sobre você confiar ou não em mim.
Me levantei também.
- Por que isso agora Violet?
- Por que não Jeon? Do quê você tem medo?!
Me aproximei mas ele recuou.
- Eu não posso falar.
- Se você me ama me deixe saber, não pode ser tão ruim quanto o meu, o seu passado, não deve ser tão catastrófico quanto o meu.
- Se eu te amo, não vou deixa-la saber.
Como assim? O que ele queria dizer? O que era tão ruim que não podesse compartilhar comigo?
- Vai embora Jeon!
- Quê?
- Vá embora!
- Quer me obrigar a falar sobre algo que não quero.
- Não, eu só quero que você vá embora.
Ele suspirou pesado, ergueu o queixo, o seu lado orgulhoso estava aflorado, passou por mim sem falar nada e quando a porta bateu me sentei no sofá, me permitido desabar.




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