- Vai falar agora?
Frank disse de cabeça baixa, mexendo na comida, ele nem tinha provado nada, estava pensativo desde que entramos no apartamento.
Nos estavamos comendo no chão da sala porque a mesa que ele havia comprado só iria chegar quarta-feira.
As meninas que estavam ocupadas enchendo a boca pararam de mastigar e me olharam curiosas.- Ele não é ninguém importante. - falei dando de ombros.
- Você sempre me contava tudo!
Ele parecia ofendido, ninguém merece um Frank dodói.
Suspirei.
- Eu estava voltando do supermercado e nos encontramos no taxi dele, aí ele disse que me conhecia do club no centro, que eu tinha beijado ele durante minha embriaguez.
- uh! É uma ótima história.
Falou dando um gole no copo de refrigerante.
Ele mantinha uma expressão debochada e eu estava começando a me sentir ofendida.- Ele é qual dos cinco? - Cindy sorriu, os dentes cheios de restos comida, que nojo!
Assim que a matraca fechou a boca Frank se engasgou com o refrigerante.
- CINCO???
- Violet apenas estava muito bêbada, é normal, ela é jovem e solteira. - Concluiu Maia fazendo pouco caso, na verdade nem eu entendi o porquê do escândalo por algo tão simples.
Ele ignorou totalmente o comentário de Maia.
- Você saí sempre assim beijando todo mundo? - ele estava com raiva?
- Sempre que eu quero! - usei do seu mesmo tom arrogante.
- Você mudou muito.
- É.O clima ficou tenso, mas foi questão de minutos só até Cindy abrir a boca.
- Tem um piolho no seu cabelo!
- O quê? - Frank estava incrédulo.
- No meu cabelo?
- É ! Vou tirar.
Cindy se sentou sob os joelhos e deu um tapa forte na cabeça de Frank.Após o estalo da pancada o silêncio se instalou, crispei os lábios segurando o riso e não ousei olhar para Maia, ela devia estar na mesma situação que eu.
- A não! Era só um feijão.
E isso foi o auge! Todos cairam na risada, por que ela fez isso?
- Aaaa você quase arrancou minha cabeça com um tapa e era um feijão?
Ele fingiu indignação enquanto tentava parar de rir....
Estavamos todos sentados no chão, Cindy estava rabiscando um caderno de desenho enquanto o restante de nos, assistia á um programa de tv.
O silêncio era agradável mas, logo foi quebrado.
- Tem cigarro aqui?
Maia perguntou para Frank, imediatamente senti meus músculos tensionados, o sangue bonbeou pelo meu corpo rápido demais e senti minha cabeça latejar, quado olhei na direção deles Frank me olhava apreensivo.
- Você não é muito jovem para morer para um vício idiota? - eu estava com muita raiva.
- Qual é, você bebe porque eu não posso fumar. - o seu sorriso se apagou na medida que ela percebeu minha seriedade.
- Calma Violet. - Frank tentou.
- Eu bou embora! - disse me levantando do chão e indo em direção a porta.
- Que besteira, deixa de ser careta, ela só queria um cigarro. - ouvi Cindy falar tranquilamente.
- Desculpa Violet, se te incomoda eu não vou fumar. - Maia se colocou ao meu lado, se encostou na parede e me olhando.
- Problema seu se você quer fumar, eu não me importo!
Eu a olhei furiosa antes de sair do apartamento batendo a porta com força, logo ouvindo os gritos de Frank me chamando.
Entrei no elevador rapidamente deixando-os para trás.Foi um erro ter me envolvido com elas, era melhor romper qualquer ligação, isso me livraria de decepções futuras, elas eram problema e eu fico melhor sozinha.
Saí do elevador e andei pela recepção até já estar fora do prédio.
- Quer uma carona Violet?
- Vai pro inferno Jeon!
- Uiii que braba! Gosto assim.
Ele falava me acompanhando pela rua, a insistência dele me irritava.
- O que acha de sairmos na sexta-feira?
- Não.
- E no sábado.
- Não.
- Então domingo mesmo. Você prefere lanchonete ou restaurante?
- Que tal o "não vou sair com você"!
- Tem esse lugar?
- Arrrg. - falei revirando os olhos.
- Já sei! Pela sua expressão facial, você quer que eu te leve num motel.
- Eu quero que você morra! Então eu nunca mais vou ter que respirar o mesmo ar poluído que você.
- Nossa! Violet você feriu meu coração. O quê eu faço agora? - falou parando de andar e pondo a mão no peito.
- Só sangre até morer!
Segui o deixando para trás, mais essa!...
Cheguei em casa e durante todo o trageto o meu celular não parava de tocar, era Frank.
Evitei por um tempo mas ele era bastante insistente.
Atendi.
- Violet, as meninas já foram embora, elas estranharam seu comportamento.
- Eu não ligo.
- Violet... Você tem que parar com isso!
- Isso o quê?
- Essa de ficar evitando as pessoas, de colocar seus traumas a frente de tudo! Você nunca fala sobre o que aconteceu mas, tá sempre revivendo essas memórias e o pior deixando elas interferirem na sua evolução como pessoa. Eu sei que seu pai fumava e você odeia cigarros mas, elas não sabem! Olh...Desliguei!
Eu não queria nenhuma lição de moral, não importa se ele estava certo.Me sentei na mesinha de estudos e comecei a ler e revisar as matérias, tinha que estudar e depois eu iria atrás de algum emprego.
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Pride And Guilt
RandomViolet Hill, vivia feliz junto a sua familia em uma cidade pequena dos Eua, até ser abandonada. No livro vemos como a menina doce se converteu a espírito selvagem. Além de revelar mistérios sobre o porquê de seus pais terem partido.