For Love.

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Jeon on.
Violet parou o carro em frente a uma academia de lutas.
Então esse era o plano dela, aliviar o estresse socando alguns sacos de areia? Bom, contanto que não seja em mim, ela pode bater para se acalmar né?!

- Tá esperando eu abrir a porta para você? Desce logo imbecil.

Pronto. Ela estava devolta e agora eu me sentia minimamente feliz.
Entramos e ela falou rapidamente com uma recepcionista, perguntou sobre uns caras, Oscar e Philipes se não me engano.
E quando percebi já estavamos num escritório.

Violet on.

- Quando iam me contar?
Tio Ocar se virou e me olhou um tanto confuso, enquanto tio Philipes se limitou a sorrir para Jeon.
- Contar o quê? Seja mais específica. - tio Oscar falou com desdém.
- Que o Frank é a merda de um traficante/viciado.
Tio Philipes fechou os olhos com força e abaixou a cabeça, enquanto tio Oscar me olhou seriamente.
- Não fale assim do meu filho.
- Ah então ele não é isso?! ah já sei! Ele é um ator de sucesso, passou até quatro anos no Japão, ou será que foi na cadeia.
A minha respiração estava elevada e as minhas mãos estavam tremendo tanto que eu tive de força-las no meu quadril.
- Eu odeio esse seu tom de deboche!
Tio Oscar cuspiu as palavras.
Talvez essa fosse a hora de colocar as cartas na mesa.
- E eu odeio que você seja um mentiroso!
- Por favor se acalmem. - tio Philipes tentou.
- Essa garota chega aqui, ofendendo Frank dessa forma e você pede que eu me acalme?
- Eu aposto que isso tudo é culpa sua!
- Ah claro sua estúpida, eu concerteza pedi para que ele fosse um viciado em heroína!
Ignorei sua ofensa e falei:
- Não estou dizendo que é sua culpa ele ser usuário ou o que quer que seja, estou dizendo que com toda certeza foi você que exigiu deixar isso por debaixo dos panos, porque a sua preciosa imagem não podia ser manchada, tudo é sobre o seu nome de merda! Séria vergonhoso demais ter um filho em reabilitação, tê-lo que deixar numa clínica, não, isso seria demais para você. Então era melhor deixa-lo a mercê das recaidas, tudo bem se ele se afogasse nos vícios desde que ninguém vesse.
- Cale sua boca! Eu amo meu filho.
- VOCÊ NÃO O AMA, VOCÊ SÓ AMA A DROGA DO SEU NOME!
Gritei a plenos pulmões, mas isso não fez doer menos.
- SAIA DAQUI! SAIA DAQUI AGORA!
- Se você não vai fazer nada por ele eu vou!
A minha voz estava embargada, eu estava chorando outra vez.
- O quê você sabe sobre amor? Você afasta as pessoas que você ama, você nega seus sentimentos desde sempre e agora vem dizer que eu não amo Frank. Ora vá para o inferno!

Isso não era sobre mim, e eu ia provar o quanto amava Frank.

- Eu vou denúnciar Frank a polícia!
Falei por fim, com o meu peito doendo mais do que poderia suportar.
O silêncio se instalou na sala e eu não esperei que ele cessase para sair de lá.
Jeon veio logo atrás.

Ligamos para a polícia pelo celular da recepção e depois que eles confirmaram o endereço de Frank dizendo que estavam indo para lá, saimos no carro, eu queria ve-lo, queria que ele soubesse que essa era a maior prova de amor que eu poderia dar para ele.

...

O caminho passou num piscar de olhos, a minha mente estava no automático e eu tinha sensação de que ía desmoronar.

Saimos do carro e já haviam várias viaturas em frente ao prédio.

Viaturas.

Me perdi nas luzes da sirene, era com se estivesse na porta da minha casa, a seis anos atrás, sendo amparada pelos policiais na varanda enquanto o corpo morto da minha mãe estava caido no chão da sala.

Jeon estava falando com o porteiro e eu simplismente passei por eles e entrei no elevador, algo estava errado, eu não estava conseguindo respirar, eu precisava ve-lo, eu sentia uma necessidade absurda de ve-lo.

O elevador se fechou mas não antes de eu visualizar Jeon me olhar assustado e gritar meu nome.

Dentro do elevador a minha agonia aumentou, o meu coração estava apertado e a minha visão turva.

Quando as portas se abriram cambaliei para fora do elevador, a movimentação de pessoas afoitas, um policial barrava a porta, onde quase todos os inquilinos pareciam se amontoar. Ele tentou impedir minha entrada mas eu disse que era uma familiar.

Entrei no apartamento, ouvindo apenas o barrulho de vozes desconhecidas, em passos arrastados cheguei ao cômodo onde todos estavam, parei na porta do banheiro, e senti que morreria agora mesmo.
O corpo de Frank estava deitando no chão do banheiro, ele estava coberto de vômito e inconsciente.
Um dos policiais fazia massagem cardíaca sem descanso, o corpo pálido se movimentava a medida que os braços do policial forçavam seu peito.
Paralisei, não consegui nem sequer me mover, estava anestesiada pela dor, estava acontecendo denovo, a vida de alguém que eu amava muito estava deixando o seu corpo bem diante dos meus olhos.
Ouvi quando um policial afagou o ombro do outro e falou.
- Ele já era cara, para, ele já era.
Então o oxigênio deixou meu cérebro, mas não antes de eu sentir uma dor agonizante tomar cada célula do meu corpo e então tudo apagou.

Pride And GuiltOnde histórias criam vida. Descubra agora