Entro na biblioteca e procuro por Letícia ou por Lucas, ando um pouco e vejo uma moça em pé na frente de uma mesa, parece ser Letícia. Me aproximo mais e ouço sua voz, eram eles, Lucas se levanta enquanto Letícia continua falando, me escondo atrás de umas estantes que ficavam próximas ao local, Lucas parece um pouco alterado.
- Não Letícia, espera um pouco. - Ele passa a as mãos em seus cabelos.
- Espero o tempo que for necessário, amor. - disse ela se aproximando mais dele.
- Não se aproxime de mim, e não me chame de amor. - Ele olha fixamente para ela. - O que você quer de mim? Letícia, eu namoro a Mariana, eu amo a Mariana. Não tenho motivo de terminar com ela e ficar com você.
- E se eu arrumar motivos? - ela respondeu. - Mariana e Thiago parecem bem próximos, não acha? - ela se aproxima dele. - Parece que tem algo mais do que amizade. - Ela coloca a mão no peitoral dele.
- Eu confio na Mariana. - disse ele tirando as mãos de Letícia dele.
- Vamos ficar juntos, abrir um restaurante de verdade e vamos construir nossa vida juntos.
Envio uma mensagem para Cinthia, digo que vou ligar ela e peço para que ela apenas escute o que vai ouvir. Ligo para Cinthia e coloco o celular no bolso da blusa, me aproximo deles e torço para que meu plano dê certo.
- Estou atrapalhando alguma coisa? - digo cruzando os braços.
- Amor... Eu... - disse Lucas saindo de perto de Letícia.
- Depois conversamos Lucas. - Olho para ele e logo olho em direção de Letícia. - Tem algo a me dizer?
- Ele que me chamou para vir aqui. - disse ela na maior cara de pau.
- Garota você está louca! - disse Lucas. - Alguns amigos me chamaram para estudar e eu aceitei, estava esperando-os quando a Letícia chegou.
- Que mentira meu amor. - disse Letícia se jogando para os braços de Lucas.
- Eu já disse que resolvemos isso depois, Lucas. - Olho para ele. - O que eu quero saber é sobre o que você disse do restaurante.
- Ótimo lugar, nunca trabalhei em um restaurante de verdade. - disse ela, tão cínica.
- Que estranho... - disse Lucas. - Eu estava pensando de aceitar sua proposta. - Olho para ele.
- Qual delas meu amor? - disse Letícia sorrindo.
- Aquela de abrir um restaurante de verdade. Isso quer dizer que o restaurante da família da Mariana não presta? - ele olhou para ela.
- Mariana. - Ouço Cinthia. - Acho que já ouvimos o bastante.
- Quem está falando? - disse Letícia me olhando.
Pegou o celular e coloco no ouvido.
- Sinto muito por terem de ouvir isso, mas era necessário saberem quem é a garota que vocês acabaram de contratar. - Digo com um pouco de tristeza, papai estava tão feliz com essa contratação.
- Filha, posso falar com a moça? - disse papai.
- Claro. - Olho para Lucas e entrego o celular para Letícia. - Teu patrão quer falar contigo.
Ela pega o celular e coloca no ouvido, primeiro ela fica quieta e escuta o que meu pai diz, depois ela tenta se explicar, mas acaba se contradizendo e no final, começa a chorar. Ela seca as lágrimas e devolve o celular.
- Mariana, acerte as contas com ela. Pague tudo o que tem que pagar, eu não quero mais ela no meu restaurante. - disse ele, suspirando logo em seguida.
- Sinto muito por isso. - Digo. - Vou desligar, amo vocês.
Desligo o celular e olho para Letícia que ainda chorava. Tiro um lenço de papel do meu bolso e entrego a ela.
- Você tinha tudo para dar certo no restaurante, mas sua ganância e inveja estragou sua chance. - Olho para ela. - Espero que você aprenda.
- Me desculpe. - Ela sussurra.
- Passe amanhã na hora do almoço lá no restaurante, Lucas vai fazer teu acerto. - Sorrio fraco.
- E aí Lucas. - Ouço um rapaz falando com Lucas. - Foi mal, acabei me atrasando.
- Então você realmente veio estudar? - digo olhando para Lucas. - Tenho que ir, licença.
Saio da biblioteca antes que Lucas dissesse algo. Destravo o carro e entro no mesmo, coloco as mãos no volante e apoio a cabeça no mesmo, fecho os olhos e me permito chorar. O motivo? Eu não sei, simplesmente estava chorando.
Ouço dois toques no vidro do motorista, ergo a cabeça e vejo Lucas me olhando, ele pede para que abaixe o vidro ou que abrisse a porta.
- Oi. - disse ele se apoiando na porta do carro, logo após de eu abaixar o vidro, enquanto eu seco as lágrimas. - Posso perguntar duas coisas?
Confirmo com a cabeça, mas não digo nada enquanto abro a porta.
-Na verdade, são mais que duas coisas. - Ele sorriu fraco. - Como sabia que Letícia estava aqui? Como tinha tanta certeza que meus amigos realmente viriam e como sabia que eu não estava te traindo?
- Entrei na sua sala, desculpa. - Sussurrei. - Seu notebook estava em cima da mesa e você deixou seu WhatsApp aberto nele.
- Você viu as mensagens. - Ele completou e abaixou a cabeça.
- Como sabia que eu estava com Cinthia e papai na ligação? - olho ele.
- Eu não sabia. - Ele tira o celular do bolso. - Assim que ela chegou, eu comecei a gravar áudios sobre o que ela falava. - Lucas mostra os áudios. - Caso ela fizesse alguma coisa me acusando de traição, eu teria os áudios para comprovar minha inocência.
Me encosto no banco e abro a porta do carro, Lucas se aproxima e acaricia meus cabelos, fecho os olhos enquanto aproveito o cafune.
- Desculpa por mexer no seu notebook. - Sussurro ainda de olhos fechados. - Não tinha esse direito.
- Está tudo bem, não me importo. - Ele sussurrou e se sentou no pedaço do banco do motorista.
- Realmente confia em mim? - abro os olhos. - Em relação a Thiago.
- Sua relação com Thiago é igual a sua relação com Anderson. - Ele responde sorrindo. - A única diferença é que sua amizade com Thiago é mais recente.
- Sério isso? - Arqueio a sobrancelha.
- Às vezes dá um ciúme dos dois, mas então eu lembro que eu sou teu namorado e que você tem amigos. - Ele sorriu fraco. - Desculpa pelo o que aconteceu na noite passada. E desculpa também pelo o que acabou de acontecer.
- Não quero um relacionamento para mandar no outro. - Sussurro. - Quero um relacionamento com respeito, amizade, eu não preciso dizer o que você tem que fazer para me respeitar.
- Me perdoe. - Ele pega minha mão e deposita um beijo na mesma. - Isso não vai mais acontecer.
Ele colocou a mão em minha bochecha e acariciou de leve, se aproximou e depositou um selinho demorado em meus lábios, sorrio fraco.
- Eu te perdoo. - Olho ele.
-Tenho uma coisa para te contar. - Ele coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha. – Minha mãe disse que quer conhecer você.
- Sério? - olho ele. - Íamos combinar um jantar com ela assim que papai e Cinthia voltassem.
- Comentei isso com ela, mas ela disse que quer te ver antes da viagem. - Ele se ajeita no banco. - Se ainda formos para viagem.
- Quando posso ir à sua casa? - digo olhando-o. - Afinal, vamos viajar depois de amanhã e eu não posso deixar minha sogra esperando.
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Mariposa
Ficțiune adolescențiMariana é uma jovem que sofre de uma doença onde seus ossos, do braço esquerdo, são frágeis. Filha de Denis e enteada de Cinthia, Mari segue a vida tomando seus remédios e vitaminas na esperança de ter uma vida normal. Porém, Mari terá que tomar a...