Vigésimo

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Abro os olhos lentamente, vejo Lucas dormindo profundamente ao meu lado, sorrio e fico observando meu namorado respirar serenamente como se nada pudesse abatê-lo. Passo meus dedos levemente em seus cabelos e Lucas nem se quer se mexe, ele tem um sono bem pesado as vezes.

Fico mal em saber que sua mãe me odeia profundamente, e que por isso Lucas terá que sair de casa e, talvez, chegar a sair da cidade ou do estado. Ficar longe dele parece ser uma ideia ruim, ele teria que recomeçar totalmente desde arrumar um lugar para morar até arrumar um emprego.

- Por que a senhorita me olha tanto assim? – ouço ele sussurrar.

- Te acordei? – pergunto baixo.

Seus braços me rodeiam e me puxam para perto do seu peitoral, coloco minha cabeça no mesmo e começo a escutar seu coração calmamente.

- Não amor. – Ele responde. – Estava me olhando há muito tempo? – Ele deposita um beijo em minha cabeça.

- Não, faz uns minutinhos só. – Sorrio fraco e começo a brincar sua mão que estava em cima sua barriga. – Já quer sair da cama?

- Ainda não. Vamos ficar mais um pouquinho. – Ele responde fechando os olhos.

- Vai voltar a dormir? – Ergo a cabeça para olhá-lo.

Em um movimento rápido, Lucas me coloca sobre seu corpo e abraça minha cintura e começa a acariciar minhas costas, o que me faz arrepiar.

- Não estou mais com sono. – Ele dá uma pausa. – Você está?

- Também não. – Sorrio apoio meu queixo em minhas mãos que estão em seu peitoral. – Posso te fazer uma pergunta?

- Já está fazendo. – Ele responde em um tom brincalhão. – Claro que pode fazer amor.

- Por que quis ficar comigo? – Olho fixamente em seus olhos.

- Porque eu amo você. – Ele responde como se fosse obvio, mas na verdade realmente era obvio.

- Mas por que me ama? – Sussurro. – Já passei de uma pergunta né.

- Tudo bem. – Ele sorriu. – Eu sempre te achei linda, maravilhosa, tão dona de si. – Ele dá uma pausa. – Toda vez que te via chorando por causas dos idiotas que jogavam seus sentimentos no lixo, eu sentia uma vontade enorme de bater neles.

- Nossa jovem, que violência. – Digo brincando.

- Mas em vez disso, eu fazia a única coisa que poderia. – Me olha. – Eu ficava ao teu lado e te mostrava que eu amava você, entretanto você sempre me via como um simples amigo.

- Depois do que aconteceu no fundamental, eu achei melhor me afastar de você. – Digo baixo. - E depois você começou a namorar.

- Até hoje não entendi por que você fez isso. – Ele afirma. – Eu realmente não lembro de ter feito nada.

- Sério que não lembra? – arqueio as sobrancelhas. – Lucas você foi a festa da Vanessa, bebeu todas e mais um pouco e acabou...fazendo o que não devia. – Suspiro. – Enquanto isso, eu estava em casa pensando que você também estava na sua casa descansando.

- Na festa da Vanessa? – Ele arqueia as sobrancelhas também. – Mas eu não fui à festa dela.

- Como não? – Me sento na cama e vejo Lucas se sentar logo em seguida. – Eu vi as fotos, os vídeos.

- Eu estava passando mal no dia. – Ele recorda. – Não lembra que você ainda queria ir em casa para cuidar de mim?

- E Cinthia não deixou. – Completo.

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