- Bom dia amor da minha vida. - disse Lucas entrando no quarto com o café da manhã na bandeja.
Não estava me sentindo muito bem, passei a noite em claro vomitando, acho que alguma coisa que eu comi me fez mal. Lucas mal dormiu também, eu cheguei a sair do quarto para não atrapalhar, mas meu namorado foi atrás e me trouxe para o quarto.
Me sento na cama e bocejo, olho para ele e sorrio fraco.
- Você conseguiu dormir alguma coisa depois que eu dormi? - digo prendendo o cabelo. - Ou seja, depois das cinco da manhã?
- Cochilei um pouco. - disse ele se sentando na cama. - Desci era umas oito e meia, vovó perguntou sobre você e ela pediu para te trazer café, ainda enrolei um pouco para te acordar.
- Que horas são? - pego uma torrada e passo geleia.
- Quase onze horas. - Ele pega uma torrada também. - Posso pegar?
- Nossa, que tarde. - Olho ele. - Por que não me chamou mais cedo?
- Você estava cansada. - Ele me olha. - Não iria te acordar.
- Mas nós íamos sair agora cedo. - Suspiro.
- Não tem problema, vamos daqui a pouco. - Ele sorriu. - Todos decidiram ir almoçar na cidade, isto é, se você estiver se sentindo bem.
- Engraçado. - Sorrio. - Priscila que está grávida e sou eu que passo a noite acordada.
- Estava pensando - ele dá uma pausa - Será que você também está grávida? - ele me olha.
Paro de comer minha torrada e encaro ele.
- Por que acha que estou grávida? - bebo um pouco de leite. - Acha que estou engordando?
- Não amor. - Ele sorriu. - Ah você sabe, estamos dormindo juntos.
- Eu sei. - Suspiro. - Minha menstruação atrasou. - Assumo. - Os remédios que eu tomo são fortes, talvez veja por isso.
- Ou talvez, não seja. - Ele pega mais uma torrada. - E se você estiver?
- Tenho que parar com o tratamento. - Olho para meus dedos. - De verdade dessa vez, os remédios iriam fazer mal ao bebê.
- Então tem alguma chance? - ele sorriu.
- Pequena, mas tem. - Assumo. - Vou pegar um teste na farmácia.
- Tenho que ficar feliz? - ele me olha sorrindo. - Já posso comemorar a chance de ser papai?
- Acho que é meio cedo. - Me aproximo dele e me sento em seu colo, passo meus braços ao redor do seu pescoço. - Obrigado por cuidar tão bem de mim. - Dou um selinho nele.
Lucas segura em minha cintura e sorriu.
- Não precisa agradecer, é o mínimo que posso fazer. - Ele me beijou. - Seu avô quer conversar comigo, parece que o xerife ligou e quer fazer umas perguntas para nós.
- Por quanto tempo Leôncio vai ficar preso? - sussurro.
- Parece que por muito tempo. - Lucas beijou minha testa. - Termina o café e vá se arrumar. Assim que estiver pronta, vamos para a cidade. - disse ele.
Me levanto e pego mais uma torrada, pego meu celular e respondo a mensagem de Cinthia, término de comer minha torrada e entro no banheiro para tomar banho.
- Você está bem minha menina? - disse Cinthia na ligação, estávamos quase chegando na cidade.
- Estou melhor Cinthia. - Sorrio. - Passei mal durante a noite, mas já estou melhor.
- Vovó me ligou. - Ela dá uma pausa. - Me contou sobre o que aconteceu na festa da dona Nina. Por que você nunca contou?
- Não me sentia segura para isso. - Assumo, suspiro e vejo Lucas passar perto do restaurante onde iríamos almoçar. Ao lado tinha uma farmácia que ainda estava aberta.
- Mas pelo jeito Priscila sabia. - Cinthia suspira. - E ela também sofria com isso.
- Sim, ela me contou momentos antes de irmos para a festa. - Desço do carro junto com Lucas e Priscila.
Meus avós estavam vindo com o carro deles, uma camionete onde só cabiam duas pessoas.
- Minhas meninas, posso falar com ela? - ela pede.
- Claro, já vou passar. - Sorrio. - Tchau Cinthia.
Viro-me para Priscila e sorrio.
- Ela quer falar contigo. - Sussurro e entrego o celular. - Vem comigo? - digo olhando para Lucas enquanto Priscila está distraída com a ligação.
- Vamos. - Ele entrelaça nossos dedos e me acompanha até a farmácia.
Sorrio para a moça que estava no balcão e vou até ela, peço dois testes de gravidez e ela me entrega.
- Se quiser fazer agora, temos um banheiro aqui nos fundos. - disse ela me entregando uma sacola com os testes.
- Vai lá amor. - Sussurrou Lucas.
- Você está bem ansioso. - Sorrio. - Calma.
- Vou ficar mais calmo quando souber do resultado. - disse ele me olhando.
- Tudo bem, senhor Lucas. - Entrego minha bolsinha a ele e vou em direção do banheiro.
- Qualquer coisa, é só gritar. - disse a moça.
- Pode deixar, irei gritar com todas as minhas forças. - Digo fechando a porta e abrindo os testes.
Faço todo o procedimento e suspiro fundo, talvez esta seja um dos momentos mais agonizantes de uma mulher, saber se está grávida ou não.
Pensar que um ser está sendo gerado em seu ventre é uma das maiores loucuras do mundo, olho para Priscila e penso em como aquela vida dentro dela está fazendo tantas mudanças sem nem ter vindo ao mundo ainda. Acho que seria maravilhoso ter um filho de Lucas, nossas combinações, meus olhos e sua boca, seria uma das sete maravilhosas do mundo. Mas engravidar nesse momento da minha vida, onde terminar a faculdade, fazer o tratamento e construir minha vida, está em primeiro lugar. Não consigo me imaginar sendo mãe, não nesse momento da minha vida. Filhos não são problemas, mas...nesse momento, ter um filho não seria tão bom.
Estou em dúvidas... não sei se quero olhar para esses testes e ver positivo e duas barrinhas, ou se quero ver negativo e apenas uma barrinha. Não sei se quero colocar uma criança no mundo daqui a nove meses, não sei se quero ser mãe tão nova assim. Temos tanto que aprender, tanto a viver, tantas aventuras novas e há tantas coisas para acontecer, uma gravidez iria atrapalhar.
Ou talvez não?
- MEU DEUS! - grito assim que vejo o resultado dos testes.
- O QUE FOI? - ouço Lucas gritar do lado de fora do banheiro. - Qual o resultado, amor?
Abro a porta e mostro os testes.
- Um deu negativo. - Dou uma pausa. - Mas o outro deu positivo.
- Bem estranho. - disse a moça da farmácia. - Tome, faça outro. - Ela me entrega um outro teste.
Olho para Lucas e suspiro. Outra chance de saber se serei mãe agora ou não. Fecho a porta mais uma vez e faço todo o procedimento novamente, enquanto espero dar o tempo ouço Lucas gritar.
- MARIANA, VOCÊ NÃO ESPEROU O TEMPO CERTO!
Abro a porta e olho ele.
- O resultado mudou! - ele me olha sorrindo e segurando os testes.
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Mariposa
Novela JuvenilMariana é uma jovem que sofre de uma doença onde seus ossos, do braço esquerdo, são frágeis. Filha de Denis e enteada de Cinthia, Mari segue a vida tomando seus remédios e vitaminas na esperança de ter uma vida normal. Porém, Mari terá que tomar a...