Mariposa

Décimo Nono

Já estava na hora do jantar, minha avó preparou um jantar maravilhoso com ajuda de Priscila, a comida quentinha e caseira da dona Maria era maravilhosa. Jaqueline e Lina estão sentadas na minha frente, Priscila estava ao lado de vovó e Lucas do meu lado. Vovô nos olhava e sorria a todo momento.

- Por que sorri tanto? - Disse minha tia.

- Estou feliz por estarem aqui. - Ele colocou o garfo no prato e pegou o copo de suco. - Para completar a família, só falta Denis e Cinthia.

- Não se esqueça de Marcelo. - disse Lina. - Ele ainda é da família.

- Marcelo decidiu sair da família quando nos traiu. - respondeu vovô dando de ombros.

Lucas me olha sem entender e eu sorrio fraco. Dou mais uma garfada na minha comida e bebo mais um pouco de suco, Priscila quase não comeu, o que era estranho, porque ela amava a comida de vovó.

- Está tudo bem? - Sussurro Priscila. - Quase nem mexeu na comida.

- Estou um pouco enjoada. - Ela sorriu fraco.

- Se quiser eu faço um chá, querida. - Disse vovó pegando na mão de Priscila que estava em cima da mesa.

- O que você tem meu amor? - Disse Jaqueline. - Por que está enjoada?

- Vocês não sabem? - Perguntou Priscila. - Ou estão se fazendo de idiotas mesmo?

- Priscila. - disse vovô. - Não as chamem de idiotas.

- Cadê o respeito pela sua tia? - Jaqueline coloca sua mão em seu peito.

Priscila revirou os olhos e suspirou fundo, se levantou e pegou o copo de suco, tomou um gole lentamente e olhou para sua tia.

- Estou grávida, meu amor. - Ela responde como se fosse óbvio, o que realmente era pois Priscila já estava com um pequeno volume na barriga. - Pensei que já soubesse. - Ela dá outro gole no suco e coloca o copo na mesa.

Lina fica assustada e Jaqueline fica de boca aberta. As duas se olham e esperam um momento para processar essa informação.

- Não acredito que você está grávida. - Disse Jaqueline. - Isso é uma pegadinha? - Minha tia se levanta. - Sempre achei que Mariana fosse engravidar primeiro.

- Por que me jogou já conversa? - Digo colocando o garfo no prato. - Eu estava aqui quietinha, comendo de boa.

- Mariana sempre foi mais atirada, tinha tudo para engravidar cedo. - Ela me olha e depois volta a olhar para Priscila. - Papai, não vai fazer nada?

- E você quer que eu faça o que? - Ele olha para ela.

- Vai aceitar ela grávida na sua casa? - Lina se levanta. - Uma garota de vinte e dois anos, solteira, grávida.

- Eu aceitei a sua mãe grávida aos quatorze anos, por que não aceitaria a sua prima? - Vovô se levanta.

- Mamãe? - Lina olha para sua mãe. - Quatorze anos?

- Não precisava disso, papai. - Disse Jaqueline.

- A fome acabou de voltar. - Disse Priscila se sentando novamente e começando a comer. - Adoro comer enquanto vejo alguma briga.

- Priscila. - Chamo sua atenção.

- Sabe o que não precisava? - Vovô olha para sua filha. - Das suas brigas com Mariana, das suas armações contra ela. Da sua falta de respeito com o namorado da sua sobrinha e com as suas sobrinhas.

- Papai... - Disse ela.

- Sabe o que não precisava? De ter mentindo para sua própria filha, não precisava ter procurado motivos para discussão desde a hora em que chegou. - Disse ele ainda em pé.