Décimo Sexto

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Escuto de longe o celular tocando, abro os olhos e vejo a TV ainda ligada, acabamos dormindo na sala mesmo. Priscila estava no sofá e eu estava no chão, estico o braço e pego o celular que não parava de tocar.

- Oi. - Digo ainda com voz de sono. - Já está na hora?

- Bom dia meu amor. - disse Lucas. - Já estou aqui na porta, posso entrar?

- Pode sim. - Me levanto. - Não se assuste quando entrar.

- Ficarei calmo depois desse aviso. - Ele desliga o celular e entra em casa. - Passou um furacão por aqui? - disse ele sussurrando.

Acordo Priscila, ela conversou com sua médica que aconselhou Priscila a viajar conosco. Ela se levanta com um pouco de dificuldade e sobe as escadas para ir se arrumar.

- Mais ou menos. - Sorrio. - Não vou te beijar porque estou com bafinho. - Digo um pouco longe dele.

- Não ligo, me dá um abraço aqui. - Ele se aproxima.

- Ah não amor. - Digo subindo as escadas e escuto ele vir atrás. - Só vou tomar um banho e me arrumar.

- Café da manhã na estrada? - ele se senta na cama.

- Sim, café da manhã na estrada. - Entro no banheiro.

Paramos no primeiro posto que vimos depois de sair da cidade, Priscila acabou pegando no sono outra vez, Cinthia disse que ela estava muito dorminhoca e ela colocou a culpa no bebê. Antes de sair da cidade, passamos na casa de Vânia e deixamos as chaves do restaurante com ela, a equipe achou melhor não parar de atender agora já que tivemos uma boa crítica e os atendimentos foram dobrados.

- Comer aqui ou no outro? - disse Lucas parando o carro perto da bomba de combustível.

- Alguém disse comer? - ouço Priscila dizer.

- Você não estava dormindo até agora? - disse Lucas olhando para ela.

- Estava, agora acordei. - Ela dá de ombros. - Já vamos comer? Meu nenê está com muita fome.

- Seu nenê está muito folgado. - disse Lucas rindo e abrindo o carro.

Desci junto com Priscila e fui em direção da conveniência enquanto Lucas abastecia o carro e estacionava em outro lugar. Fomos até o balcão e fazemos os nossos pedidos, peguei um pastel de queijo e um copo de leite com café, Priscila escolheu um lanche natural e um pouco de leite quente com açúcar, peço um copo de café para Lucas e depois ele escolhe o que comer.

Lucas entra na conveniência e pega um pastel de frango, pega alguns molhos e se senta ao nosso lado. Olho para Priscila, ela estava mexendo no celular, acho que falando com Cinthia, Lucas estava um pouco abatido, ele disse que havia discutido com sua mãe e que talvez iria morar com seu pai em outro estado.

- Hey, está tudo bem? - digo encostando nele e entrelaçando nossas mãos.

- Estou preocupado. - Ele suspira e relaxa na cadeira. - Minha mãe disse que se eu viesse para a viagem, ela colocaria todas as minhas coisas na rua.

- Sinto muito por isso. - Sussurro e beijo sua bochecha.

- Tudo bem. - Ele sorriu baixo. - Acho que vou ir morar com meu pai. - Ele me olha. - Mas não quero te deixar.

- Não pensa nisso. - Passo a mão em seu rosto. - Vamos dar um jeito, minha faculdade está praticamente no fim, sempre quis sair da cidade.

- Não posso fazer isso. - Ele se vira para mim. - Não posso te tirar da casa do seu pai e te colocar no meio do nada.

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