Quinto

46 6 1
                                    

E lá estava eu, sentada na cama olhando para os remédios que estavam na minha frente. Duas semanas se passaram e hoje eu volto para faculdade, contra vontade de papai, como sempre. Estou tentando me preparar mentalmente, a suposta namorada de Abner estuda na mesma faculdade que eu, a única coisa que muda é o curso, mas sua sala é perto da minha sala. Reviro os olhos e me levanto, respondo uma mensagem de Lucas e vou para banheiro tomar um banho rápido e terminar de me arrumar.

Pego meus materiais, calço meus tênis e prendo meu cabelo, meu braço já não dói mais como antes e isso já é um bom sinal. Coloco meu celular no bolso e desço as escadas, Priscila também vai voltar para a faculdade hoje, mas pelo jeito ela já desceu, vejo Cinthia sentada no sofá, deve estar me esperando. Assim que ela me vê, Cinthia se levanta e abre um sorriso, ela me abraça e beija minha bochecha.

- Bom dia. – disse ela.

- Bom dia. – Sorrio. – Estava mesmo me esperando?

- Claro, prometi para teu pai que você iria tomar café antes de sair. – Ela continua sorrindo.

- Tudo bem. – Dou de ombros.

- Foi mais fácil do que pensei. – Ela me olha.

- Não estou a fim de discutir hoje. – Respondo.

- O café hoje é no restaurante. – Cinthia se encaminha para porta.

Saímos de casa e logo vejo o carro de Abner parado em frente ao restaurante, assim que ele me vê, desce do carro em vem em minha direção, passo reto por ele, mas Abner segura em meu pulso.

- Precisamos conversar. – Ele sussurrou.

- Não tenho nada para conversar contigo. – Digo puxando meu braço.

- Não faz assim Mari, desse jeito você me machuca. – disse ela fazendo cara de coitado.

- Eu vou te machucar? – viro-me para ele. – Você me deixou plantada em frente de casa, por umas quatro horas, e é você que está machucado?

- Aconteceu uma emergência de família. – Ele deu de ombros.

- Vi a emergência de família que aconteceu. – Suspiro. – Não me procure mais. – Viro-me para entrar no restaurante.

- Eu amo você. – disse ele, paro de andar e olho ele. – Fui obrigado a pedir ela em namoro, mas eu amo você.

- Ama nada. – Respondo. – Vocês estavam juntos há meses, enquanto eu achando que iriamos ficar juntos.

- Mas Mari...

- Mas nada. – Interrompo ele. – Vá embora. – Entro no restaurante e suspiro.

- Tem certeza de que vai ficar bem? - disse Cinthia me olhando pela janela do carro. Ela fez questão de me trazer na faculdade. - Qualquer coisa você me liga, virei voando te buscar.

- Que exagero. - Gargalho. - Ficarei bem. - Suspiro. - Só tenho que manter a calma.

- Vou pedir para que Lucas venha te buscar. - disse ela ligando o carro. - Boa aula, meu amor.

- Obrigada Cinthia, por tudo. - Sorrio fraco e arrumo minha bolsa.

Suspiro e entro na faculdade, caminho lentamente até o corredor em que ficava a minha sala de aula, subo as escadas com cuidado e assim que entro na sala, vejo minhas colegas conversando.

- Olha quem resolveu aparecer! – disse uma delas vindo me abraçar.

- Até que enfim meu amor. – disse Lúcia, uma amiga minha desde os tempos de fundamental. – Você está bem?

MariposaOnde histórias criam vida. Descubra agora