Sexagésimo Terceiro

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Abro meus olhos lentamente, estava em um quarto quase todo branco, havia várias flores coloridas que "atrapalhavam" o branco das paredes. Viro a cabeça lentamente para o lado e vejo Cinthia sentada em uma poltrona que havia ao lado da cama, ela estava cochilando, então se Cinthia estava ao meu lado...por quanto tempo fiquei desacordada?

Olho para o outro lado e vejo dois berços, um azul e outro rosa. Meus bebês eram um casal, consegui ter meus bebês, mas se eles não estão aqui comigo, na onde eles estão? E na onde está Daniel?

Está tudo tão confuso, o que aconteceu? Por quanto tempo eu dormi? Cadê meus filhos? E por que não estão comigo? Tento chamar por Cinthia, mas não sai palavra nenhuma dos meus lábios, tento me mexer, mas meu corpo não responde meus comandos, será que eu morri e estou passando pela transição?

Sinto uma lágrima escorrer dos meus olhos e atravessar minha bochecha, pingando no travesseiro. Fecho os olhos e tento mais uma vez chamar por Cinthia. Percebo Cinthia se mexer na poltrona, ela se levanta e se aproxima. Sinto minha mão apertar a minha e seu dedo tocar meu rosto, abro meus olhos rapidamente e vejo ela sorrir.

- Está tudo bem. – Ela sussurra. – Os bebês estão bem.

Sorrio fraco, mas mesmo assim não consigo emitir som nenhum.

- Vou chamar o médico. – Ela se dirige até a porta do quarto.

- Olha quem acordou! – ouço Alex dizer. – Vamos tirar essa sedação. – Ela mexe na bolsa de soro.

Aos poucos vou sentindo meu corpo novamente, olho para Cinthia e ela sorriu levemente.

- Tenta se mexer, não fique com medo. - disse minha madrasta.

Olho em direção das minhas mãos e mexo meus dedos, em seguida levanto meu braço e tento tocar Cinthia, coloco minha mão em seu rosto enquanto ela sorria.

- O que aconteceu? - falo baixo.

- Não sabemos explicar. - disse Alex se sentando na cama. - Sua bolsa estourou, Scott e Catarina te trouxeram para o hospital, mas você acabou desmaiando no caminho. - Ela dá uma pausa. - Fizemos o parto, você ainda estava desacordada, não sabíamos como e nem quando você iria acordar.

- Mas por que eu estava sedada? - pergunto.

- Mesmo desacordada, você tinha picos de dor. - respondeu Alex. - Era seu organismo sentindo falta das injeções. E por falar nelas, - Alex pega uma nova receita. - Consegui uma nova fórmula para sua injeção.

- Não vai atrapalhar a amamentação? - bocejo.

- Não, essa fórmula é mais leve. - Ela sorriu. - Vou deixá-las a sós.

- E meus bebês? - pergunto antes que Alex saísse do quarto.

Ela sorriu, se aproximou da cama e segurou minha mão.

- São os bebês mais lindos que eu já vi em toda minha vida. - Ela sussurra. - Parabéns mamãe! Vou pedir para que tragam eles.

- Eu consegui dessa vez? - sinto meus olhos de enxerem de lágrimas. - Eles estão bem?

- Você conseguiu, Mariana. - disse Cinthia ainda segurando minha outra mão.

- Volto mais tarde. - Alex deposita um beijo na minha bochecha e se retira do quarto.

- Daniel estava até agora contigo. - disse Cinthia se sentando ao meu lado. - Ele passou esses três dias aqui.

- Três dias? - olho ela.

- Sim, menina. - Ela dá uma pausa. - Fomos os três dias mais difíceis, pensamos que você não iria mais acordar. - Ela sussurra. - Eu pensei que iria te perder também.

MariposaOnde histórias criam vida. Descubra agora