Abro a porta do restaurante e entro no mesmo, todos da equipe já estavam aqui arrumando o salão para o jantar dos namorados, uma tradição que meu pai tinha e que seria hoje à noite, não que seja o dia dos namorados, mas papai sempre fez um jantar fora de "época", ele chamava de Jantar do Amor. Cinthia e Lucas saíram para fazer as compras finais, a equipe da cozinha se reuniu para terminar de acertar os detalhes da comida e já começar a fazer algumas coisas, os garçons e eu ficamos responsáveis pela decoração.
- Gostei das ideias da Ruth. - Digo olhando para a moça de 25 anos. - Você daria certo como decoradora. - Sorrio.
- Que bom que gostou. - Ela sorriu de volta.
- E como vamos fazer? - disse Anderson cruzando os braços.
- Acho melhor nos separarmos em duas equipes. - Me ajeito na cadeira.
Todos aceitaram minhas sugestões e já se separaram, começamos a arrumar cada cantinho daquele salão. Hoje o restaurante iria ficar fechado o dia todo para que esteja tudo pronto para a noite.
Nosso jantar dos namorados é conhecido como momento ou lugar, para pedidos de namoro, casamento, renovação de votos. Todo ano quatro casais, no mínimo, começam um novo ciclo a partir desse dia.
- Mari. - disse Anderson. - Acho melhor você ver isso. - Ele me olha.
- O que aconteceu? - me levanto de onde estava e sigo ele para o salão.
- Não teremos corações suficiente para fazer essa cortina. - disse Priscila me olhando.
- O que vamos fazer agora? - disse Ruth já se apavorando. - Pelas minhas contas tinha dado certo.
- Calma gente. - Digo olhando para as linhas que seguravam os corações. - E se fazer essa cortina com aquelas luzes de Natal?
- Como assim? - disse Anderson.
- Pega aquelas luzes do ano passado. - Digo para ele.
Anderson me entregou as luzes que eu pedi, preguei um coração entre uma luz e outra, até preencher uma fileira, ergo a mesmo e vejo o efeito que iria dar. Sorrio e peço para que Priscila pegue as luzes de Natal que estão guardadas em casa.
- Acha que assim vai dar? - sussurrou Anderson.
- Tem que dar. - Sussurrei de volta. - As rosas já chegaram? - digo olhando para Sofia.
- Elas chegam lá pelas seis da tarde. - respondeu ela. - Lucas vai trazê-las quando vier para o restaurante.
- Beleza. - Olho ao redor e suspiro. - Quem vai cantar?
Todo o ano papai chama alguém para cantar enquanto o jantar acontece, mas esse ano ele não mencionou nada sobre isso.
- Ainda não sabemos. - disse Ruth.
- Pensei que você soubesse. - disse Priscila chegando com as luzes que pedi.
- Não, ele não disse nada. - Respondo. - Estranho... Bom tenho que continuar separando as músicas. - Sorrio e volto para a sala de Lucas.
Me sento perto da mesa e volto a mexer nas músicas mais românticas que eu conheço, separo todos as músicas que achar, ainda mais agora.
Jogo minha cabeça para trás e fico olhando para o teto, uma música mais calma começa a tocar, acabo fechando os olhos e imaginando cada momento que tive com Lucas.
Ouço meu celular tocar, abro os olhos e pego ele logo em seguida. Era Abner me ligando, reviro os olhos e recuso a ligação, não estava a fim de falar com ele, muito menos de ver ele.

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Mariposa
Teen FictionMariana é uma jovem que sofre de uma doença onde seus ossos, do braço esquerdo, são frágeis. Filha de Denis e enteada de Cinthia, Mari segue a vida tomando seus remédios e vitaminas na esperança de ter uma vida normal. Porém, Mari terá que tomar a...