Décimo Segundo

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- Você por aqui? - a moça na recepção sorriu. - Pensei que não ia te ver tão cedo.

- Eu também pensei. - Sorrio fraco. - Então, Maycon está?

- Sim, vou avisar que você está aqui. - disse ela ligando para ele.

Olho ao redor, nada mudou por aqui. Até as flores continuam as mesmas.

- Mari, doutor Maycon pediu para que você subisse para sala dele. - ela me olha sorrindo. - Ainda lembra qual é?

- Sim, lembro. Obrigada. - Sorrio e vou em direção do elevador.

Não pensei que iria voltar aqui tão cedo desse jeito, acho que no fundo eu sabia que esse dia chegaria. A porta do elevador se abre e sigo para a sala do doutor Maycon, dou duas batidinhas na porta e entro após ouvir a voz dele.

- Mariana! Que bom te ver aqui. - Ele sorriu e veio ao meu encontro. - Você entendeu o sentido do bom né?

- Sim, eu entendi. - Dou um abraço nele e me sento na poltrona.

- O que te traz aqui? - ele me olha enquanto se senta.

- Não sei por onde começar. - Digo sem jeito. - Eu não parei o tratamento. - Sussurro.

-Não? - ele apoia seus cotovelos na mesa e sorriu de lado.

- Não. - Olho ele. - Meus remédios acabaram, será que teria como eu pegar mais?

- Até que eles duraram, pelas minhas contas eles teriam acabado mês passado. - Ele se levanta.

- O que? - olho ele sem entender.

- Imaginei mesmo que você não iria parar totalmente o tratamento. - Ele abre o armário da sala dele e pega uma sacolinha. - Eles deram resultados? As dores estão melhorando?

- É... Sim, estão. - Pego a sacolinha. - Como sabia que eu não iria parar o tratamento?

- Eu te conheço há dez anos, conheço suas decisões impulsivas. - Ele se senta. - Denis deveria te conhecer melhor.

- Oh céus. - Sorrio. - Ainda bem que tenho o melhor médico. - Suspiro. - Não quero que minha família saiba que ainda faço o tratamento.

- Mas você sabe que as seções irão ficar fortes, e você não vai conseguir esconder as reações. - Ele me encara.

- Sim, eu sei. Mesmo assim, eu quero fazer isso. - Digo. - Em sigilo.

- Tudo bem, essa é sua escolha. - Ele suspira. - Podemos marcar um exame para semana que vem? - ele mexe nos papéis.

- Pode ser para daqui a duas semanas? - sinto meu celular vibrar. - Semana que vem vou viajar.

- Tudo bem, senhorita Mariana. - Ele sorriu. - Estou tão feliz que você voltou ao tratamento.

Dou uma olhada no meu celular e vejo umas duas mensagens de Lucas. Me despeço de Maycon e saio da clínica dele.

Entro no carro e passo no mercado para comprar as coisas da lasanha de Priscila.

- Cheguei família!! - digo entrando pela porta da cozinha.

- Até que enfim! - disse Lucas entrando na cozinha. - Na onde você estava?

- Já disse, fui pegar umas coisas que a Priscila pediu. - Digo pegando uma panela e jogando a abobrinha dentro dela. Sigo alimentação vegetariana, por isso minha lasanha não tem carne!

- Ela me disse que você já iria sair. - Ele cruza os braços e se encosta na parede. - Está me escondendo algo?

- É, na verdade. - Ligo o fogo. - Sim, estou. - Começo a cortar o tomate e a cebola.

MariposaOnde histórias criam vida. Descubra agora