Sexagésimo Quinto

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- Ficou perfeito Suzan. - Digo me olhando no espelho do quarto.

Apenas Suzan e eu estávamos no quarto.

- E se precisar amamentar, é só abrir esse lado aqui. - disse ela demonstrando, ela abriu a lateral do vestido onde possibilitava a amamentação dos bebês. - Esse é o primeiro vestido da minha coleção onde tem uma abertura para amamentação e um forro extra, caso haja vazamento de leite.

- Fico bem mais calma sabendo disso. - Sorrio e abraço ela. - Estou sem palavras, nem sei como te agradecer.

- Não precisa menina, eu que tenho que te agradecer pelo bem que fez ao meu filho. - Ela retribui o abraço. - Sério Mariana, no dia em que vocês se conheceram, ele tentou se matar.

- Eu não...

- Ele havia decidido que era o fim, nada iria mudar a decisão dele. Nada estava dando certo, seus planos haviam dado errado, teve que voltar para a casa do pai e foi então que ele te conheceu. - Ela sorriu. - Foi então que ele viu mais uma chance para a vida e olha onde estamos!

- Ele não tinha me contado isso. - Digo baixo.

- Talvez ele está esperando a hora certa. - Ela depositou um beijo em minha bochecha.

- Licença. - Escuto Cinthia bater na porta e abrir logo em seguida. - Está na hora.

Cinthia estava maravilhosa com um vestido estilo sereia na cor bordo, seus cabelos loiros estavam trançados para o lado, em suas mãos havia meu buquê de tulipas vermelhas, que representava todo amor verdadeiro que tenho por Daniel (sim, Priscila pesquisou o significado da cor das tulipas).

- Já vou descer. - disse Suzan me abraçando mais uma vez e saindo do quarto em seguida.

Minha madrasta se aproximou e me entregou meu buquê, ela me olha sorrindo e percebo seus olhos marejados. Aquela mulher é a figura materna que tenho em minha vida, me lembro bem pouco da minha mãe, afinal ela faleceu quando eu era muito nova. Desde então papai me criou sozinho até se apaixonar por Cinthia e se casarem. Cinthia me considerava como uma filha, uma segunda filha, enquanto ela era uma das poucas pessoas da minha "família" que restou.

- Você está linda! Seu pai estaria chorando se te visse desse jeito. - Ela sussurra.

- Aposto que sim. - Sorrio fraco e abraço ela.

- Sabe, um pouco antes da sua mãe morrer, ela fez seu pai prometer uma coisa. - Ela tira uma caixinha de dentro da sua bolsinha. - E essa promessa passou para mim.

Cinthia me entrega a caixinha, abro com cuidado pois ela parecia ser um pouco antiga. Dentro da caixinha havia uma gargantinha dourada com três pedrinhas transparentes como pingente.

- Sua mãe usou no dia do casamento dela. - Sussurrou Cinthia. - Aposto que ela gostaria que você usasse no seu casamento.

- Ela é linda. - Sorrio e me viro, Cinthia coloco a gargantilha em meu pescoço e arruma meu cabelo logo após. - Obrigada mamãe, papai e Cinthia. Eu amo você três. - Abraço Cinthia.

~°~

- Estou orgulhoso de você, menina. - Sussurrou vovô antes de depositar um beijo em minha testa e cumprimentar Daniel.

O casamento já estava acontecendo, vovô me levou até o altar e logo após foi se sentar ao lado de minha avó. Daniel pega em minha mão e deposita um beijo nas costas da mesma, ele sorriu e se posicionou em frente ao juiz de paz que estava realizando o casamento.

- Você está maravilhosa. - Daniel sussurra antes que o juiz de paz comece a cerimônia.

- Você diz isso todos os dias. - Sussurro de volta.

MariposaOnde histórias criam vida. Descubra agora