Décimo Quinto

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- Priscila, licença. - Digo entrando no quarto dela após bater na porta. - Essa roupa está muito exagerada?

- Exagerado para que mesmo? - ela me olha. - Você parece nervosa.

- Eu vou conhecer a mãe do Lucas. - Olho para ela. - Quero parecer legal.

- Mas você é legal. - Ela joga a almofada que estava em teu colo para o lado e se levanta com cuidado da cama. - Você está linda.

- Está dizendo isso apenas por que sou sua irmã? - sorrio fraco e olho para minhas roupas.

- Não. - Ela dá de ombros. - Eu preciso mijar. - Priscila vai em direção do banheiro.

- Já estou saindo, quer que eu trague alguma coisa? - vou para perto do banheiro.

- Estava pensando em fazer uma noite do cinema aqui em casa hoje. - Ela dá descarga e arruma sua roupa. - Pipocas e sucos?

- Pipocas, sucos e doces. - Completo sua fala enquanto ela lava as mãos. - Separa uns filmes bem legais, vamos virar a noite assistindo?

- Sim, ou até dormirmos. - disse ela sorrindo. - Igual quando éramos crianças.

- Só nós duas? - digo indo em direção da porta.

- Só nós duas, nada contra Lucas, mas vocês vão passar dez dias juntos. - Ela volta para a cama. - Quero ficar um pouquinho contigo.

- Você está tão diferente. - Sorrio fraco. - Quando eu estiver saindo da casa do Lucas, eu aviso.

Já estava chegando na casa de Lucas, ele fez questão de ir me buscar em casa, ele para o carro e desliga logo em seguida, dou uma arrumada na minha maquiagem e no cabelo.

- Você está linda. - disse ele sorrindo. - Tudo isso é para minha mãe?

- Quero causar uma boa impressão. - Dou de ombros e sorrio. - Espero que ela goste de mim. - Sussurro enquanto coloco minha bolsa no porta luvas.

- Eu tenho certeza que ela vai gostar de você. - Ele abre o carro. - E caso ela não goste, eu não me importo.

- Não? - olho ele assim que saio do carro.

- Eu gosto de você, isso é o que importa. - Ele se aproxima e aperta minhas bochechas. - Eu amo você.

- Eu amo você. - Sorrio e coloco minhas mãos em cima das suas.

O jantar estava indo de mal à pior, a mãe de Lucas não gostou de mim e ainda chamou sua sobrinha para jantar conosco, elas prepararam um peixe assado, mas acabou ficando cru, isso porque ela sabe que eu não como peixe. Peguei apenas um pouco de arroz que estava bem salgado, um pouco da salada que estava com uma boa aparência e um pouco de batata frita que estava um pouco dura. Não entendo por que a comida dela estava assim, Lucas sempre disse que sua mãe cozinha muito bem, será que isso é um teste?

- Então Maria. - disse a prima de Lucas me olhando.

- Meu nome é Mariana. - Olho para ela.

- Jurava que você era a Maria. - disse ela. O que era mentira, já que ela me conhecia há anos. - O que você faz da vida?

- Faço faculdade e ajudo meu pai no restaurante quando ele precisa. - Apoio os braços na mesa e sorrio.

- Pensa em ter uma família? - disse dona Adriana, a mãe de Lucas.

- Sem contar que eu já tenho uma família. - Respondo e olho para ela. - Mas sim, eu penso em ter filhos e ter a minha família.

- Também espera ser traída e trocada pela prima? - disse Juliana.

- Já deu Juliana. - disse Lucas colocando o guardanapo em cima da mesa. - Já chega dessa seção de tortura que você chama de jantar. - Ele se levanta.

- Lucas, está tudo bem. - Sussurro olhando para ele.

- Não está tudo bem. - Ele passa as mãos no cabelo. - Você sabia que ela não come peixe, você salgou o arroz e não fritou a batata. - disse ele para sua mãe.

- Ela não iria perceber se você não tivesse falado. - A mãe dele revira os olhos.

- Ela é filha do maior chef da cidade e cresceu dentro de um restaurante, principalmente na cozinha. E a senhora acha que ela não iria perceber? - Lucas a olha.

- Viu o que você está fazendo com meu filho? - dona Adriana responde. - Você está fazendo a cabeça do meu filho contra a própria mãe. - Ela se levanta e finge estar triste. - Por isso eu preferia que você namorasse a Juliana.

- Ah titia, não diga isso. - Disse Juliana de fingindo de cínica.

- Com licença, mas eu posso ir embora? Não estou a fim de ficar vendo esses casos de família. - Me levanto.

- Já vai tarde. - Sussurrou Juliana. Olho para ela e sorrio.

Lucas se aproxima de mim, acho que ele está com medo de que eu faça alguma coisa.

- Calma priminha, ainda vamos nos ver muitas vezes. - Digo indo em sua direção e abraço ela. - Tchau, Maria.

Vou até dona Adriana e sorrio.

- Eu adorei o peixe. - Abraço ela. - Queria que ele estive totalmente vivo, e no mar. - olho ela. - Coloque menos sal no arroz, você pode ficar com a pressão alta, e eu não quero isso para a minha sogrinha.

- Como é? - ela tira minhas mãos dela.

- Tchau sogra. - Digo pegando meu casaco, jogo um beijo para elas e saio pela porta sem esperar por Lucas.

- Amor, me perdoe por isso. - Ele me abraça por trás assim que ele saiu da casa. - Eu realmente não sabia que Juliana estava aí ou que minha mãe iria aprontar isso.

- Está tudo bem. - Sorrio fraco, viro-me para ele e acaricio sua bochecha. - Me leva para casa? Priscila está me esperando para a nossa noite de filmes.

- Claro, ainda bem que passamos no mercado antes. - Ele abre a porta do carro para que eu entre.

- Você vai ficar bem? - digo assim que ele entra no carro.

- Vou tentar. - Ele sorriu fraco. - Não esperava isso da minha mãe, ela estava tão animada para te conhecer.

- E tua prima não tinha ido embora? - digo mandando uma mensagem para Priscila.

- Esqueci de te falar. - Ele dá uma pausa. - Ela vai passar uns dias com minha mãe. - Ele revira os olhos.

Bloqueio o celular e olho para ele.

- É sério isso?

- Sabia que você não iria gostar. - Ele para com o carro em frente de casa.

- Não é isso. - Digo pegando minha bolsa. - Você sabe que ela vai tentar de tudo para separar nós dois.

- É eu sei, ela tenta de tudo. - Ele suspira. - Sabe qual era a minha vontade? - nego com a cabeça.

- Qual sua vontade? - olho para ele.

- Morar contigo. - Ele sorriu. - Não na casa do seu pai, mas no nosso cantinho...

- Sério? - sorrio também. - Essa também é minha vontade. - Dou um selinho nele.

- Não sei como vai ser as coisas daqui para frente, mas quero que saiba que eu te amo. - Ele sussurrou enquanto acaricia meus cabelos.

- Não quero ter medo disso. - Sussurro e fecho os olhos.

- Também não quero ter medo disso. - Ele me beija. - Sempre será você. - Ele sussurra depois do beijo.

- Sempre será nós dois. - Sussurro de volta e sorrio. - Priscila está me esperando. - Pego as sacolas e minha bolsa. - Vamos sair amanhã cedo?

- Sim, te ligo amanhã para te acordar. - disse ele.

- Vê se não esquece. - Sorrio. - Boa noite amor.

- Boa noite amor. - Ele me deu mais um selinho e esperou eu descer do carro para depois ir embora.

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