Trigésimo Quarto

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Abro os olhos e bocejo logo em seguida, viro-me para o lado da janela e vejo que está chovendo, me levanto e me enrolo no cobertor que estava me cobrindo, vou em direção da janela e abro ela, me sento na poltrona e fico olhando para a chuva e sentindo a brisa que entrava pela janela.

- MARIANA! – Ouço alguém gritar, parecia Priscila. – MARIANAAA!

Me levanto rapidamente, deixando o cobertor pelo chão do quarto, abro a porta do meu quarto e vejo Priscila jogada no chão perto da porta do quarto dela, corro em direção dela e ajudo ela a levantar, ela me olha chorando como se alguma coisa havia acontecido.

- Está doendo muito. – Ela sussurrou. – Me leva para o hospital.

- Vamos, se apoia em mim. – Digo passando meu braço ao redor do corpo dela.

Desço as escadas com cuidado e coloco ela deitada no sofá, volto para o meu quarto e pego uma troca de roupa e minha bolsa, corro para o quarto de Priscila e pego sua bolsa maternidade que já estava pronta.

- AI JESUS! – Ouço ela gritar mais uma vez.

Desço correndo e abraço ela novamente, sigo para a garagem e coloco ela com cuidado no banco de trás, jogo as bolsas do lado dela e ela agarra minha blusa e começa a apertar com força, enquanto gritava desesperada, saio rapidamente com o carro e vou em direção do hospital mais próximo.

- Eles estão vindo, Mariana. – Disse ela entre um grito e outro, essas são as tais contrações?

- Estamos quase chegando. – Digo – Aguenta mais um pouco.

- Meus filhos, vocês estão adiantados. – Disse ela relaxando no carro.

- A médica disse que eles já podiam nascer. – Digo parando o carro em um sinaleiro.

- Sim, ela disse. – Ela rola os olhos e passa as mãos no cabelo. – Mas eu acho muito cedo. – Ela dá uma pausa e solta outro grito.

- JESUS! MEUS TIMPALOS. – Olho para trás e volto a dirigir.

- Respira Priscila, puxa o ar... solta o ar... – Ela começa com algumas respirações para relaxar.

- Respira Mariana, puxa o ar... solta o ar... – Imito ela e gargalho.

- Idiota. – Ela rola os olhos e grita mais um pouco.

- Você vai sentir minha falta. – Sorrio fraco e paro o carro no hospital, na entrada de emergência.

- Espera, você vai? – Ela me olha sem entender. Depois da conversa que tive com Lucas, decidi não ir para Dallas.

- Presta atenção nos seus filhos, por favor. – Digo saindo do carro.

- Moça, você não pode parar aqui. – Disse um segurança me olhando. – É uma entrada de emergência.

- Moço, minha irmã está parindo no banco detrás do meu carro. – Olho ele. – ISSO É UMA EMERGENCIA!

- Tudo bem, vou pegar uma cadeira de rodas. – Ele vai em direção do hospital.

- Eu posso muito bem andar. – Priscila sai do carro, mas suas pernas ficam moles e ela quase cai.

- Não, você não pode. – Seguro ela e coloco na cadeira de rodas.

- Vou leva-la para dentro. – Disse o enfermeiro que veio junto com o segurança.

- Eu não saio daqui sem a Mariana. – Disse Priscila olhando-os.

- Vamos dona Mariana. – O enfermeiro rolou os olhos.

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