Vigésimo Quarto

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- Maycon mandou os resultados? - perguntou Lucas deitando-se na cama.

Já estávamos na semana do Natal, Cinthia e papai chegam amanhã cedo no aeroporto e vamos buscá-los. Conversei com Maycon e ele conseguir transferir os exames para um hospital na cidade vizinha, e ele mesmo conseguiu vir realizar o exame de sangue e me acompanhar no outro exame.

Ele ficou bem feliz com a possibilidade de eu estar grávida, mas também ficou preocupado por conta do tratamento. Caso o resultado do exame de gravidez for positivo, terei que parar com o tratamento ou começar outro tratamento mais leve, misturando remédios mais fracos com algumas vitaminas para o bebê.

- Ainda não. - Desligo o celular e olho ele. - Amor, estava pensando, como a sua mãe reagiria a notícia que você vai ser pai?

- Também estava pensando nisso. - Ele suspira e se ajeita. - Acho que vai ser a hora de adiantar um pouco nossos planos.

- Ainda não sei se quero ver o positivo no exame. - Assumo. - Ter um filho parece ser tão assustador.

- Estou com o mesmo pensamento. - Ele sorriu fraco. - Não sei se quero ver o positivo, mas precisamos enfrentar isso juntos.

- Teremos que enfrentar tantas coisas juntos. - Suspiro e fecho os olhos enquanto sinto ele me puxar para cima de seu corpo.

Deito a cabeça em seu peitoral e relaxo, sinto suas mãos acariciarem meus cabelos e minha costa. Sua respiração estava lenta, Lucas estava mais calmo do que o normal, talvez seja um bom sinal.

- O importante é estarmos juntos. - Ele sussurra. - Descansa um pouco amor.

Devia ser quase três e meia da madrugada, viro-me para o lado e sinto uma dor forte no pé da barriga, cólica a essa hora! Me sento com um pouco de dificuldade e vou até o banheiro, para não acordar Lucas. Ligo a torneira da pia, molho as mãos e passo em meu rosto colocando alguns fios de cabelo para trás.

Tiro meu pijama e ligo o chuveiro na água morna, fecho a porta e prendo meu cabelo em um coque, fecho os olhos enquanto sinto a água morna escorrer pelo meu pequeno corpo, passo às mãos em minha barriga e aperto levemente na onde a dor estava apontando. Começo a reparar nas poucas diferenças que já começaram a aparecer no meu corpo, minha barriga cresceu um pouco, meus seios não eram mais tão pequenos, entre outras mudanças.

- Está tudo bem? - ouço a voz de Lucas abrindo a porta do banheiro, abro os olhos. - Ouvi o chuveiro ligado e decidir entrar, achei que estivesse passando mal.

- Acordei com um pouco de cólica então decidi tomar um banho quente. - Sorrio fraco e olho ele. - Não queria te acordar.

- Tudo bem. - Ele se senta em um banquinho que ficava no banheiro e me olha.

- Não sei se é paranoia minha, mas, - dou uma pausa. - Percebi que meu corpo está mudando. - Sussurro.

Desligo o chuveiro e me enrolo na toalha, me sento na tampa da privada e fico olhando-o.

- Não queria dizer nada, mas também reparei isso. - Ele continua a me olhar. - Se sente mal com isso?

- Não. - Assumo baixo. - Acha que meus avós ou até mesmo Cinthia vão reparar isso?

- Eu não sei. - Ele se ajeita no banquinho. - Você contou alguma coisa a Priscila?

- Acabei falando dos testes de farmácia. Por quê?

- Ela me perguntou como eu estava me sentindo. - Ele olha para seus dedos. - Perguntou qual a sensação de um homem quando descobre que vai ter um filho.

- Ela me disse que não iria mais doar o bebê. - Sorrio. - Ela queria ter alguém do lado dela.

- Mas ela tem a nós. - Lucas dá de ombros.

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