thirtheen

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p a ѕ ѕ a d o

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Sabe aquela frase, "nem tudo é o que parece ser?". Bem, acho que ela se aplica bem ao meu pensamento sobre Lee Minho.

Desde que nos esbarramos no primeiro dia de aula e o mesmo começara com seus famosos deboches, eu gravara em minha mente uma imagem dele de garoto problema, que não se importava com nada nem ninguém, aquela imagem clichê de menino adolescente bad boy.

Porém, durante aquela manhã ao seu lado, matando as aulas, pude enxergar o Minho que havia por trás daquela imagem que eu "conhecia".

Fiquei bastante confusa quando a moto parou em uma praia, distante e isolada da cidade, que geralmente só enchia de pessoas aos fins de semana. E estávamos em plena segunda-feira, dia em que as pessoas costumavam trabalhar e não ficar de bobeira numa praia.
Eu podia contar facilmente nos dedos quantas pessoas haviam ali.

— Qual a razão de termos parado aqui? Pelo mistério que você fez achei que era um lugar mais exótico que uma praia quase vazia - questionei enquanto entregava-lhe o capacete.

O maior sorriu de lado, guardando o objeto e estendendo a mão para mim.

— Você faz perguntas demais, S/n - Lee Minho e sua mania de achar que eu tinha bola de cristal para ler sua mente.
Eu queria entender qual a dificuldade que esse garoto tinha de responder mais claramente as minhas perguntas.

Suspirei, mas segurei sua mão e deixei que o maior me guiasse enquanto caminhavamos pela areia.
Sua mão deslizou e se entrelaçou á minha, fazendo carícias delicadas em meus dedos.
Encarei seu rosto, cada vez mais confusa, mas o mesmo não retribuiu o contato visual.

Paramos de andar assim que nos vimos de frente para o mar e o mais velho me puxou para nos sentarmos ali mesmo na areia, á uma distância consideravel das ondas para não nos molharmos.

Minho ficou um tempo em silêncio, apenas encarando as ondas calmas enquanto sentíamos o vento balançar ao nosso redor.

— Então....é isso? Vamos ficar o resto da manhã apenas olhando para a vista, no completo silêncio? - encarei o mesmo, impaciente com aquele silencio.

O Lee riu fraco.

— Até um mês atrás você não queria trocar nem um "bom dia" comigo, agora está afim de conversar? - seu tom era de deboche, mas eu podia notar um leve desapontamento.

Voltei a ficar em silencio, sem ter como rebater.
Porém, para minha sorte, ele continuou falando.

— Eu sei que não causei uma boa impressão pra você e me desculpe tanta implicância - enquanto falava, se virou totalmente para mim e segurou minha mão — mas não consegui achar outra forma de chamar sua atenção - confessou, olhando fixamente em meus olhos.

Naquele momento, parecia que nada mais existia. Apenas nós dois: o dançarino debochado e eu.

— Eu já conhecia você, S/n, muito antes de chegar na cidade - Minho sorriu de lado, apertando nossas mãos ainda unidas.

— Como? Não lembro de já ter visto você pela cidade antes - indaguei, um pouco confusa com aquela conversa.

Minho fechou os olhos por um momento e relaxou em sua posição corporal.

— Lembra de quando você e sua turma da escola foram para um acampamento no ano passado? - perguntou, abrindo novamente os olhos para me encarar e confirmei com a cabeça — pois então, eu morava na casa que ficava vizinha ao acampamento - suspirou, como se tivesse falado algo doloroso.

Arregalei os olhos, espantada.
Eu lembrava da certa casa....e também da tragédia que aconteceu com ela...

— Aquela mesma casa que foi incendiada?! - ele confirmou com a cabeça — como você escapou? Os bombeiros disseram que não haviam sobreviventes - questionei, realmente interessado em saber mais naquela conversa.

O Lee suspirou, se esforçando para não se abalar com aquela conversa.

— Meus pais me obrigaram a fugir. E foi o que fiz, mas não devia. Devia ter voltado e os salvado...- lagrimas lutaram para escorrer dos olhos do mais velho, porém rapidamente as secou com a mão livre.

Apertei sua mão na minha, querendo conforta-lo.

— Mas isso não importa. O que eu estava querendo dizer era que..eu a vi naquele acampamento, S/n. Passei vários dias escondido para que não me vissem e ficava observando você - relatou, enquanto suas mãos faziam leves carícias em meus dedos.

Lembranças do acampamento começaram a invadir minha mente.
Eu lembrava sim de alguns dias em que sentia estar sendo observada, apesar de Chan e Jisung acreditarem ser apenas paranóia da minha cabeça.

E, no entanto, era Lee Minho.

— Até pensei em criar coragem e ir no acampamento perguntar a algum dos alunos sobre você, pois sabia apenas o seu nome, que ouvi quando aquele carinha loiro te chamou, um dia antes do incêndio - ele continuou falando, ainda com o olhar perdido, neutro.

Claro, um dia antes do incêndio na casa vizinha do acampamento, Chan havia me chamado em minha cabana para andar de canoa.
Eu me pergunto como Lee Minho conseguira se esconder tão bem com tantos alunos vagando para todo lado.

— Então teve o incêndio e eu fugi da cidade. Achei q nunca mais iria ve-la novamente, até voltar e esbarrar com você no primeiro dia de aula - Minho mordeu o lábio inferior ao falar.

Levei a mão ao seu rosto, fazendo o mesmo me encarar em surpresa.

— Obrigada por me contar sobre isso - sorri de lado — eu realmente estava errada em relação á você e peço desculpas por isso - suspirei, enquanto passava o polegas pelo rosto do mais velho.

Minho nada respondeu por um momento.
Apenas levou a mao livre ate o rosto e a colocou por cima da minha, sem tirar do lugar.

— Eu gosto de você, S/n - falou de repente.

Congelei no lugar, apenas conseguindo encarar seu olhar sincero.

Por fim, limpei a garganta.

— Gosta tipo gostar mesmo ou é só gostar de simpatia? - quis confirmar, tirando a mão que estava no rosto dele.

Meu coração acelerou, eu estava começando a ficar nervosa com a resposta.

Por fim, Minho suspirou.

— Eu estou apaixonado por você - confessou, um pouco tenso, olhando fixamente para meu rosto.

OK, parece que as coisas vão ficar complicadas a partir daqui.

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S/n, vc n imagina o quanto vao ficar complicadas rs

HeartBeat | Lee MinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora