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Ele estava sério, mas com um tímido sorriso nos lábios molhados da bebida que tinha tomado a poucos minutos antes. Ele estava confiante no volante e olhava para frente sem desviar sua atenção do trânsito. Por alguns segundos eu quis abrir a porta e descer correndo do carro por tanto silêncio, mas apenas me mantive calada e intacta.

–  Está frio não está? – ele passou um rápido olhar em mim e voltou a se concentrar a sua frente.

– É, um pouco. – disse ainda sem expressão.

– Gosta do frio? – ele estava puxando assunto.

– Na verdade, muito. – sorri ao lembrar que na infância minha mãe sempre fazia chocolate quente no frio.

– Eu prefiro o calor. – ele disse seco.

– Hum. – disse com desdém e olhei para a janela do carro. Parecia que não tinhamos muito em comum e ele as vezes me olhava com um olhar afiado que me deixava vermelha e com calafrios.

– Você fica interessante tímida. – ele solta um sorriso e olha pra mim enquanto espera o sinal verde.

– Diz interessante pra não dizer bonita? – eu estava um pouco fora de mim nesse momento.

– Digo interessante pra não dizer sexy e gostosa. – ele me encarou e eu fiquei sem palavras. Minha garganta estava seca agora e o olhar dele estava me devorando.

– Sinal verde! – disse para ele que voltou a dirigir. Na verdade eu estava sem graça, mas tentei fingir que não estava com o coração acelerado de vergonha e com uma ansiedade estranha.

– Você me disse que tem um namorado, mas ele não estava com você. – ele parecia curioso.

– Quer mesmo saber da vida pessoal da sua funcionária? – revirei os olhos e ele acabou notando.

– Só estou curioso.

– Bom, Dylan é meu namorado a quase dois anos e nós nos amamos muito. – disse mentindo para mim mesma – Mas ele se mudou pra Chicago hoje de manhã. – dei de ombros.

– Chicago? – ele arqueou as sobrancelhas e me encarou – Vão viver um relacionamento a distância?

– Sim, vamos, vamos viver um. – disse confusa e escutei sua risada.

– Deve ser difícil, até porque ficar sem a parte boa do relacionamento não me parece divertido.

– Parte boa? – o encarei.

– O sexo. – ele sorriu para mim – Atração física, atração de desejo. – ele tinha uma voz rouca.

– Ah, bom, ele vem me ver quando puder. – disse desviando o olhar do dele. Eu não conseguia mais olhar para os olhos do maldito do meu chefe pois a cada vez que fazia isso eu sentia uma tensão estranha e forte.

– E saiu pra comemorar que ele partiu?

– Ah, não. – disse baixo – Marie pensou que seria bom sair pra eu não sentir a falta dele.

– Não acho que esteja sentindo a falta dele. – Shawn me encarou, droga, eu não queria olhar para ele, mas era inevitável.

– Por que acha isso? – fiz cara de ofendida – Eu sinto muita a falta dele, quer dizer, estou sentindo. – eu me perdia nas palavras.

– Algo me diz que você não parece alguém triste e sem parte do seu coração. – ele dizia com muita propriedade – E também, se estivesse sentindo a falta dele, não ficaria tão tensa do meu lado. – mais um sorriso convencido.

– Quer saber, não é de hoje que você está dando em cima de mim. – disse firme encarando ele – Oque quer com isso?

– Oque você quiser, eu estou aberto a sugestões. – ele disse em tom de piada.

– É sério, eu não posso deixar isso continuar acontecendo. – praticamente gritei – Não quero perder o meu emprego porque sempre quis estar na sua empresa, mas você está dificultando as coisas! – ele parou o carro na frente da minha casa e e ficou me olhando.

– Estou só seguindo meus extintos. – disse ele com as mãos no meu banco e bem próximo do meu rosto.

– Isso.. isso é ridículo! – eu tremia.

– Não quer nada comigo? – ele estava calmo.

– Não! – disse com clareza. Mesmo que talvez fosse mentira, talvez...

– Então por que ainda não saiu do carro Srta. Cabello? – o clima ficou extremamente tenso. Não de um jeito ruim, dessa vez eu não soube oque estava acontecendo. Talvez fosse o álcool, mas apenas fiquei parada enquanto ele avançou seus lábios nos meus e segurou firme no meu rosto. Seus lábios estavam com um leve gosto de álcool, mas bem leve. Sua língua explorava cada espaço da minha boca enquanto eu tentava afastar ele de mim, mas na verdade, eu não queria afastar sua boca da minha. Apenas parei de tentar sair do seu beijo e me entreguei. Deixei que meu desejo saísse para fora. Meu corpo estava respondendo a cada atitude sua e senti um arrepio quando seus dedos foram para o meio das minhas pernas.

– Oh, por favor, pare. – disse envolvendo meus braços no pescoço dele – Isso não está certo! – eu dizia uma coisa e fazia outra.

– Quer mesmo parar? – o cretino subiu a mão até minha calcinha e senti ele tocar minhas partes íntimas. Dei um pulo quando senti ele tocando a mesma e sorri.

– Quero, quero que pare Sr. Mendes! – disse arranhado sua nuca enquanto ele mordia meus lábios ferozmente.

– Eu sei que não quer! – ele tinha razão. Cravei minhas unhas nos seus ombros e deixei que ele me beijasse com euforia. Parecia um desejo sem controle. Eu poderia dizer que ele estava me intimidando, mas não era isso, eu queria, eu realmente queria aquilo e senti um arrepio enorme com cada toque. E por mais que eu quisesse negar, eu estava sentindo prazer com apenas esses beijos dele.

– Droga, isso foi errado, muito errado! – disse desesperada me tirando do beijo – Eu preciso ir! – sai correndo do carro.

– Te vejo na segunda Srta. Cabello, não se atrase! – ele gritou.




Oh, Mr. MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora