Quase sete horas de vôo. Shawn e eu conversamos sobre coisas aleatórias e também coisas sobre a reunião que ele viera participar. Eu não sabia que ele poderia ser agradável mesmo com suas piadas bobas e seu jeito de charmoso convencido. Acontece que sem aquele terno ele parecia uma pessoa até comum.
– Essa cidade é linda, eu estou encantada. – disse assim que chegamos no hotel. Hotel qual era exatamente como eu imaginava, enorme, luxuoso e iluminado com lustres das mais diversas formas.
– Londres é a cidade do charme. – ele disse sorrindo e entregando a minha mala para o homem com terno azul na entrada do hotel.
– Esse hotel também me parece uma cidade do charme. – ri. Shawn e eu entramos juntos com o homem que carregava nossas malas em um tipo de carrinho.
– Venha, vamos pegar a chave. – ele delicadamente colocou as mãos na minha cintura para eu andar junto a ele. Fiquei meio incomodada com isso, mas apenas segui para a recepção.
– Sr. Mendes, finalmente apareceu! – o homem, também de terno azul, que estava na recepção sorriu ao vê-lo.
– Augustin, como está? – ele disse até simpático.
– Estou bem, finalmente logo estarei aposentado. – ele sorriu alegre – E você, a mesma de sempre?
– Sim, por favor. – Shawn pegou com ele um molho de chaves.
– Essa é sua namorada? – o homem sorria para mim – Muito bonita!
– Ah, não. – disse com rapidez – Sou a secretária dele, só isso. – o homem fez uma expressão qualquer e logo seguimos para o elevador. Subimos junto com o homem que carregava nossas malas e a porta se abriu minutos depois. Shawn foi para a única porta do espaço, oque eu estranhei, e a abriu.
– Onde eu vou ficar? – perguntei.
– Aqui. – ele abriu espaço para mim e quando entrei fiquei pasma. Meus olhos estavam praticamente brilhando de ver tudo aquilo. Era um lugar extremamente grande, com um sofá enorme e uma TV que facilmente era maior que a janela. O espaço tinha algumas mesinhas espalhadas e uma área só para jogos. A parede era de vidro e eu pude ver que estávamos no último andar do hotel quando olhei para fora e vi milhares de prédios. Pude notar também que tinham portas que davam em quartos. O lustre era enorme e mais bonito que os da recepção.
– Isso parece um apartamento de luxo e não um quarto de hotel. – disse paralisada.
– Sim. – ele sorriu e pediu para o homem deixar as malas dando logo uma gorjeta – Obrigada. – ele disse e o homem saiu.
– Vou ficar aqui com você? – o encarei.
– Sim, tem três quartos aqui.
– Estamos na cobertura? – andei por todo canto do local admirando tudo.
– Estamos. – ele disse sereno – Tem os três quartos, tem banheiro em todos eles e temos uma sacada também se quiser passar um tempo tomando ar. – ele apontou para a sacada e eu logo fui abrir a enorme porta de vidro. Ela dava passagem para uma sacada enorme que tinha a mais maravilhosa vista da cidade. Tudo isso era demais. Eu já imaginava as melhores fotos nessa sacada, como toda a cidade atrás de mim. Mas tive que manter a calma e me lembrar que eu estava aqui como secretária e não numa viagem de lazer.
– Fiquei um pouco empolgada, me desculpe. – disse voltando para perto dele.
– Tudo bem, esse lugar é mesmo ótimo. – Shawn olhava o celular.
– Vou tomar um banho pra descansar. – disse e ganhei a sua atenção. Seus olhos que obviamente entregavam seus pensamentos ficaram em mim.
– Escolha seu quarto. – ele disse e suspirou. Parecia tentar não dizer algo que pensava.
[...]
Eu tinha escolhido o quarto do meio. A cama cabia umas cinco de mim e o banheiro era maior que o meu quarto em Nova York. Fui para dentro da banheira e deixei meu corpo relaxar pelo cansaço da viagem longa. Esse hotel era mesmo muito bom, até no banheiro tinham bebidas. Obviamente eu não abri nenhuma garrafa. Depois do banho, coloquei minhas roupas e me joguei na cama. Eu tinha dormido durante o vôo, mas ainda estava cansada. Peguei meu celular e mandei algumas mensagens para Marie dizendo o quão incrível era Londres e o hotel. Depois de uns minutos pensei que Shawn pudesse precisar de mim e sai do quarto. Ele estava no sofá olhando alguns papéis.
– Precisa de mim? – ele me encarou. Eu usava uma calça jeans preta e uma blusa vermelha de alcinhas. Seu olhar era totalmente descarado.
– Na verdade não. – ele disse sério – Estava assinando alguns papéis, mas já acabei. – ele fechou a pasta.
– Estou aqui a sua disposição, então se precisar pode me dizer. – disse simpática, mas algo em seu olhar mostrava que ele escutava minha fala de modo diferente.
– Quer sair pra jantar? – ele tinha uma expressão no rosto que eu não sabia decifrar.
– Ah, isso é um convite? – perguntei confusa.
– Apenas um jantar. – ele riu – Temos que comer não é mesmo?
– É, sim. – sorri, mas algo em mim não queria deixar que ele me levasse para jantar. Talvez eu tivesse medo do que isso pudesse significar – Podemos comer aqui mesmo. Acho que sair pra um restaurante não é profissional e eu estou muito cansada. – desviei o olhar.
– Tudo bem, você quem sabe. – ele se levantou – Vou pedir para que sirvam o jantar aqui então. – ele foi até o telefone e pediu exatamente isso. Me sentei no sofá olhando meu celular enquanto ele falava no telefone.
– Você vem muito pra Londres? – perguntei assim que ele saiu do telefone.
– Gosto daqui. – ele se sentou ao meu lado e isso me deixava nervosa – Venho sempre que posso ou sempre que tenho alguma coisa importante pra fazer.
– Entendi. – disse tentando manter meu olhar longe do dele.
– Gostei da sua blusa. – ele me deixou surpresa com esse comentário e eu o encarei olhando para as alças da minha blusa.
– Como? – fingi não ter escutado.
– Sabe oque eu penso da cor vermelha não é? – ele sorriu sexy – Excitante! – o movimento que sua boca fez ao dizer essa palavra me deixou em suspiros.
– Vamos parar de falar sobre cores excitantes? – ele estava próximo demais do meu rosto e suas mãos quase estavam mas minhas pernas.
– Sua teimosia em não se entregar pra mim é bem sexy, mas já estou ficando louco. – ele soltou e senti o ar quente da sua boca ao falar. Não minto, me arrepiei.
– Sabe que não posso. – minha voz falhava.
– Não pode, mas quer. – suas mãos agora estavam na minha cintura e eu não consegui pensar em mais nada.
– Temos que manter o profissionalismo! – retruquei já bamba enquanto me levantava. Shawn se levantou também e segurou meu braço.
– Foda-se o profissionalismo. – ele me puxou com força de modo que meu corpo grudou no dele e avançou em meus lábios. Uma das suas mãos estava envolta da minha cintura e a outra segurava na minha nuca me fazendo ter arrepios. Sua língua explorava cada canto da minha boca e eu só estava em pé porque ele me prendia, se não estaria com as pernas bambas demais para me manter reta. Solto um gemido em sua boca enquanto penso no quanto de prazer eu sentia. Nunca tinha sido beijada dessa forma.
– Oh, sr. Mendes, pare! – disse no meio dos beijos abafados.
– Quer mesmo que eu pare agora ou que eu continue e te foda na minha cama? – ele sussurrava no fim da minha orelha e eu me sentia molhada com sua voz rouca.
– A segunda opção, por favor. – disse.