Eu estava deitada sob a pernas de minha mãe nua, enquanto ela despejava seus óleos caros sob minha pele me fazendo massagem.
— Uma mulher deve manter a pele assim: sempre macia como uma pétala. — Dizia ela massageando minhas costas. — Seus negócios estavam te fazendo esquecer de como você se manter.
— Are mamadi, nahim, eu não me esqueço. É que os estrangeiros não conhecem muito bem nossos produtos e não tem mãos como as da senhora. — Falei e ela riu.
— Talvez seja sinal dos Deuses para que você tenha que ficar um pouco mais com sua família.
— Are Mami, sempre que posso estou aqui. Dakho veja, deixei Komal tomar conta dos meus negócios hoje para estar em casa. — Me defendi.
Havia feito três dias desde que tinha chegado em casa e para não contradizer meus pais resolvi passar alguns assuntos pendentes a meu irmão para que ele mesmo possa resolver.
— Por falar em Komal, temos um encontro marcado com uma moça. O horoscopo combina, só falta os dois se conhecerem e se gostarem.
— Apesar de achar essa história de casamento arranjando um tanto que antepassado, eu espero que tudo dê certo para meu irmão.
— É bom se lembrar que logo será você. São tantos noivos que vão te querer.
Assim que ela terminou sua fala eu me congelei.
Eu não vou me casar. Não agora. Não com um indiano. Tenho muito a fazer, meus negócios a cuidar. Se eu pensasse em casar tudo estaria por água abaixo, minha liberdade simplesmente iria embora. E ninguém ousaria tirar minha liberdade.
Ignoro a fala de mamadi e minha mente vaga pela lembrança de um belo par de olhos negros.
"Que Ganesha dê prosperidade aos noivos"
— Há um suave e juvenil sorriso em seus lábios Amish. — Mamadi me faz despertar. — Diga-me o que se passa por essa cabecinha.
— Are mami, nahim, não é nada. — Eu mordo levemente o lábio inferior. — Aconteceu algo muito engraçado no festival, acabei me lembrando e é apenas isso.
— O que de engraçado pode ter acontecido no festival? — Perguntou-me curiosa parando a massagem.
— No momento em que eu estava no templo entregando minhas oferendas a Ganesha, apareceu um homem e um sacerdote acabou nos confundindo com um casal de noivos e nos abençoou, apenas isso. — Dei de ombros.
— Atchá Ami! Isso é muito auspicioso! —Eu sinto uma empolgação em sua voz — E quem era o rapaz?
Me virei para ela.
— Are mamadi, como eu posso saber? Estávamos em um festival e fomos confundidos apenas isso. A probabilidade de um dia sequer trombarmos novamente será a mínima e isso não significou nada para mim, tike he?
Mamdi deu um leve sorriso e acariciou meus cabelos.
— Se não significasse nada, não ocuparia seus pensamentos minha Lakshmi.
Eu fico boquiaberta com o que mamadi acabara de dizer.
Assim que penso em lhe responder eu escuto leves batidas na porta do meu quarto. Me cubro com o roupão e ajeiro minha postura.
— Pode entrar. — Digo.
Komal abre a porta e a atravessa de forma graciosa, em seu terno azul ninho. Komal é meu apenas um ano e dois meses mais velhos do que eu. Ele é um homem articulado, forte e bonito, muito bonito.
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Caminhos Do Amor
RomanceQuando o amor acenar, siga-o ainda que por caminhos ásperos e íngremes. Debulha-o até deixá-lo nu. Transforma-o, livrando-o de sua palha. Tritura-o,até torná-lo branco. Amassa-o, até deixá-lo macio; E, então,submete ao fogo para que se transfor...