Estou inquieta. Dastan está enfurnado no estúdio a bordo, por mais de uma hora. Eu tentei ler, assistir TV, tomar sol, banho de sol completamente vestida, mas não consigo relaxar. Depois de me trocar, com calções e uma camiseta, removo o bracelete absurdamente caro e vou encontrar Cipriano.
— Sra. Sundrani. — Ele diz, assustado, deixando seu livro. Ele está sentado no pequeno salão fora do estúdio de Dastan.
— Gostaria de ir às compras.
— Sim, senhora. — Ele está de pé.
— Gostaria de levar o Jet Ski.
Sua boca cai.
— Eh... — Ele franze a testa, sem palavras.
— Não quero incomodar meu marido com isso.
Ele reprime um suspiro.
— Sra. Sundrani... um... Eu não acho que o Sr. Sundrani ficaria muito satisfeito com isso, e eu gostaria de manter meu emprego.
Oh, por Lord Ganesha! Tenho vontade de revirar meus olhos, mas em vez disso, me contenho e suspiro profundamente para expressar, espero, a quantidade adequada de indignação frustrada por não ser a dona do meu próprio destino. Mas não quero que Dastan se zangue com Cipriano (nem comigo, na verdade). Passo na frente dele caminhando confiante, bato na porta do escritório e entro.
Dastan está em seu celular, encostado na escrivaninha de mogno. Ele olha para cima.
— Horan, só um instante, por favor. — Ele resmunga ao telefone e sua expressão é séria. Seu olhar é polido, aguardando alguma coisa.
Por que me sinto como se tivesse entrado no escritório do diretor? Este homem tinha me algemado ontem. Recuso-me a ser intimidada por ele. Ele é meu marido, caramba. Levanto os meus ombros e dou-lhe um largo sorriso.
— Vou fazer compras. Vou levar comigo Cipriano.
— Atchá. — Ele diz, fico olhando para ele, me perguntando se eu posso ajudar. — Mais alguma coisa? — Pergunta ele.
Ele quer que eu saia. Droga.
— Posso te ajudar em alguma coisa? — Eu pergunto.
Ele sorri, o seu doce sorriso tímido.
— Nahim, amor, eu estou bem. — Diz ele. — A tripulação vai cuidar de mim.
— Tike he. — Quero beijá-lo. Eu posso... Ele é meu marido!
Aproximo-me decidida e lhe dou um beijo nos lábios, o que o surpreende.
— Horan, ligo mais tarde. — Ele diz pelo telefone.
Desliga o telefone e bota sobre a mesa atrás dele, puxa-me para seus braços e me beija apaixonadamente. Estou sem fôlego quando ele me libera. Seus olhos estão escuros e cheios de desejo.
— Você está me distraindo. Preciso resolver isso para que eu possa voltar para minha lua de mel. Tike he? — Ele corre o dedo indicador pelo meu rosto e acaricia meu queixo, fazendo com que eu levante a cabeça.
— Tike he. Sinto muito.
— Por favor, não peça desculpas, Sra. Sundrani. Eu amo suas distrações. — Ele beija o canto da minha boca. — Vá gastar algum dinheiro. — Ele me libera.
— Atchá...Eu vou. — Sorrio para ele, enquanto saio do seu escritório.
Meu subconsciente sacode a cabeça e franze os lábios. "Você não lhe disse que estava indo no Jet Ski", ele me castiga na sua voz melodiosa. Eu o ignoro...
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Caminhos Do Amor
RomanceQuando o amor acenar, siga-o ainda que por caminhos ásperos e íngremes. Debulha-o até deixá-lo nu. Transforma-o, livrando-o de sua palha. Tritura-o,até torná-lo branco. Amassa-o, até deixá-lo macio; E, então,submete ao fogo para que se transfor...