Meus olhos estão cansados. Esfrego o rosto e aperto o osso do nariz, olhando pela janela. Está escurecendo, mas terminei de ler os dois documentos que a ONU, IBAS e os Xátrias haviam me enviado.Há alguns dias que o plano de Amish para conseguir apoio contra os brâmanes, e a favor do direito de defesa das mulheres havia dado certo. Kabir tinha razão quando expos que Amish era porta voz do povo. Tivemos a certeza quando boa porcentagem das mulheres da Índia paralisou seu cotidiano e organizaram vários manifestos a favor da liberdade de Amish. Muitas largaram suas casas e seus maridos para se dedicar ao movimento feminista.
Ella teve a ideia de fazer com que a nossa antiga casa se tornasse sede para o movimento, abrigando e apoiando cada uma que chegava ali. Todo o apoio fraternal que havia ali era lindo de se presenciar. Ami sem dúvidas gostaria disso.
Respiro fundo ao retornar meu pensamento a ela.
Tenho passado a semana toda apenas me dedicando com que o seu plano desse certo. Era a única forma que eu tinha de senti-la perto de mim. Eu ansiava cada segundo para que toda essa confusão chegasse ao fim.
Horan ainda estava trabalhando mais a fundo para descobrir onde Amish poderia estar, e quem seria Alauddin e o que ele queria, enquanto eu ficava encarregado da burocracia de tirar os brâmanes do poder supremo.
— Tenho notícias. — Konvid falou no telefone. — Um dos seus espiões solicitou uma reunião esta noite, para nos passar informações sobre os planos de contra-ataque dos sacerdotes.
Konvid- o presidente dos Xátrias- ligava a cada hora com uma atualização, que normalmente era pra me dizer as mais recentes teorias que os sacerdotes estavam produzindo em relação ao meu primeiro ataque combativo contra eles. Emboscadas, destruição das vias de comunicação, envio de espiões e sequestrar os comandantes dos brâmanes, todos tinham entrado na lista glorificada, o que me deixava em alerta querendo saber o que eles tramavam contra.
— Apenas me diga o local.
— A reunião foi marcada para às dez da noite no Lodhi Garden. Mantenha seu telefone próximo, no caso de eu saber mais alguma coisa.
— Chukriá Konvid.
Eu desliguei e me voltei na direção da janela e observei Aysha, brincando no jardim com mais duas crianças. Elas estão sentadas em uma mesinha servindo chái em seu bule de brinquedo. Eu rio com cena. Aysha é uma criança única, não pelo fato de ser minha filha, mas ela é especial.
Assim que ela me viu acenou e eu vou até ela e suas amiguinhas.
— Oi papa, essas são minhas novas amiguinhas Maya e Mishay. — Ela me apresenta as duas garotinhas e percebo que são gêmeas.
As duas garotinhas me olharam e juntas me saúdam tocando os meus pés pedindo a benção.
— Ditero benti, meninas. — As abençoo.
— O senhor gostaria de uma xicara de chái? — Acho que foi Maya quem me perguntou.
— Atchá, claro! — Sorrio aceitando uma xicara pequena de plástico.
— Nahim papa! — Aysha me repreendeu. — Esse chái quase não tem canela. Mami falou que você gosta com bastante canela. Eu vou fazer outro igual mami faz para você.
E então eu estou petrificado com a fala e atenção de Aysha sobre o gosto do meu chái.
— Chukriá, minha lakshmi. — Eu agradeço e ela pega o bule fingindo está refazendo o chái.
— Nossa mami nos contou que a mami de Aysha é a encarnação das deusas Durga e Lakshmi, por que ela tem fé e coragem como as deusas. — Mishay diz me deixando surpreso.
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Caminhos Do Amor
RomanceQuando o amor acenar, siga-o ainda que por caminhos ásperos e íngremes. Debulha-o até deixá-lo nu. Transforma-o, livrando-o de sua palha. Tritura-o,até torná-lo branco. Amassa-o, até deixá-lo macio; E, então,submete ao fogo para que se transfor...