Capítulo 14

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A luz inundava o quarto, arrancando-me de um sono profundo. Eu me espreguiço e abro os olhos. Era uma bonita manhã de setembro.

Uau, que vista.

Dastan está profundamente adormecido ao meu lado. Como está de cara para mim, tenho a oportunidade de examiná-lo bem, pela primeira vez. Seu formoso rosto parece mais jovem, relaxado em seu sono. Seus lábios esculturais, carnudos estão ligeiramente abertos, e o seu cabelo, limpo e brilhante, em gloriosa confusão.

Como alguém pode ser tão bonito?

Sinto a tentação de esticar a mão e tocá-lo, mas está tão adorável dormindo, como um garotinho. Eu poderia passar o dia todo o contemplando, mas tenho minhas necessidades... fisiológicas. Saio devagar da cama, vejo sua camisa branca no chão e me visto com ela. Dirijo-me para a uma porta tentando me lembrar se era o banheiro, mas acabo dentro de um closet tão grande. Filas e filas de trajes caros, de camisas, sapatos e gravatas.  Volto para o quarto, Dastan continua dormido. Abro a outra porta. É o banheiro. Olho-me no enorme espelho. Pareço diferente? Sinto-me diferente. Para ser sincera, estou um pouco dolorida, e os músculos... é como se nunca tivesse feito exercício na vida.

Você não faz exercícios em sua vida, diz meu subconsciente, que despertou.

Meu cabelo está um desastre. O cabelo revolto não fica nada bem. Tento pôr ordem nesse caos com os dedos, mas não o consigo e me rendo... Possivelmente tenha algum elástico na bolsa.

Morro de fome. Volto para o quarto. O belo adormecido continua dormindo, assim, o deixo e vou à cozinha.

 A cozinha me intimida um pouco. É elegante e moderna, com armários sem puxadores. Demoro uns segundos em chegar à conclusão de que tenho que pressionar as portas para que se abram. Possivelmente deveria preparar o café da manhã para Dastan e vou fazer uma panqueca de arroz com frango. Abro a geladeira, vejo que há muitos ovos e pego o que quero para panquecas, arroz e frango. Começo a fazer a massa dançando pela cozinha. Estar ocupada é bom. Isso me concede um pouco de tempo para pensar, mas sem aprofundar muito. A música que ressona em meus ouvidos também me ajuda a afastar os pensamentos profundos. Eu passei a noite com Dastan. Agora meu marido.

Sorrio. 

 Bons momentos. Muito bons momentos, e começo a divagar recordando a noite. Suas palavras, seu corpo, sua maneira de fazer amor... Fecho os olhos, meu corpo vibra ao recordá-lo e os músculos de meu ventre se contraem. Meu subconsciente me faz cara feia. Sua maneira de foder. Movo a cabeça para me concentrar no que estou fazendo.

 A cozinha é muito sofisticada. Confio que saberei como funciona. Necessito de um lugar para deixar as panquecas, para que não esfriem. Começo com o frango. Uma música animada começou tocar em meus fones.

Por que Dastan é assim? Nunca conheci a ninguém igual.

Coloco o frango desfiado no grill, enquanto esquenta, bato os ovos. Volto-me e vejo Dastan sentado em um tamborete, com os cotovelos em cima do balcão de café da manhã e o rosto apoiado na mão. Veste a camiseta cinza. O cabelo revolto lhe fica realmente bem, assim como a barba de dois dias. Parece divertido e surpreso ao mesmo tempo. Fico paralisada e ruborizada. Logo me acalmo e tiro os fones. Com os joelhos tremendo, só de vê-lo.

— Namastê! Bom dia, Sra. Sundrani. Está muito ativa esta manhã

Oh, eu sou a Sra. Sundrani agora.

— Atchá! Eu dormi bem. — Digo-lhe.

Ele tenta dissimular seu sorriso.

— Are... Não imagino por que.

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