Capítulo 5

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— Você vai ter que aprender a se comportar na casa de sua sogra — Dizia minha mãe me fazendo massagens como óleo de Jasmim — Não deve mudar nada, mesmo que não goste. Depois você pode sugerir alguma coisa, mas com muito cuidado. Sua sogra também teve que ouvir a sogra dela, o seu tempo também vai chegar

— Tike mamadi. — Respondi com meus pensamentos longe.

Faltava poucas horas para ser apresentada ao noivo. Eu me recursei em saber alguma informação sobre ele, sequer eu sei o seu nome. Me sentia como um produto na prateleira de um mercado, como se qualquer pessoa pudesse me ter.

— Assim que o noivo e sua família chegar será o momento certo de você recepciona-los com música e dança. Já está tudo preparado no jardim.

— Qual musica devo cantar? — Pergunto sem interesse.

— Mohe Rang do Laal. — Ela me respondeu sorrindo.

— Are mami, nahim eu não posso cantar essa música.

— Are, porque não Amish?

— Mami essa música é como se eu já estivesse apaixonada pelo noivo, are! Era como se eu tivesse o pedindo para Krishina.

—É uma ótima musica Amish, vai por mim. — Ela falava animada. — Nahim não se esqueça de se enfeitar de ouro principalmente nos pés. Sua sogra vai disfarçar e levantar uma ponta do seu sari para mostrar seu pé ao filho.

Sem dizer uma palavra fui para meu closet e usei meu sari rosa pastel em tonalidade mais clara, uma tika de pedrinhas brilhosas e algumas pulseiras. Sai do closet e fui para frente do espelho.

— Are Baba! — Exclamou. — Como está bonita. Chamei uma criada bem bonita para servir os doces. Não é bom ter marido mulherengo.

—Mamadi. — A repreendi.

Por mim não teria marido nenhum.

— Uma mãe tem que ter a capacidade de olhar muitas coisas em poucos segundos.

Lancei outro olhar para o espelho e fitei a desconhecida que também me encarava de volta. Eu não conseguia acreditar que nós duas fôssemos a mesma pessoa. Eu me sentia fraca por estar fazendo isso.

— Amish! —Gritava Rani minha cunhada entrando no meu quarto. — Muito lindo Amish. Ele parece que saiu de um filme de Bolyhood. Você foi muito abençoada Amish.

— Atchá —Respondi forçando um sorriso.

— Meu sogro está mandando te chamando.

Dei um suspiro pesado e sai do quarto.

Assim que me aproximei do jardim abaixo da sacada estava meus pais, Komal, Rani e Pandit com mais três pessoas. Fui me aproximando aos poucos e ouvir a banda começar a tocar.

Com pequenos passos fui tentando analisar quem eram os estranhos até que meu coração gelou ao ver o par de olhos escuros me fitando. Com um giro sentando-me no chão comei a dançar.

Girei sobre os calcanhares na mesma hora e encontrei Dastan Sundrani sentado no meio entre meu baldi e Pandi. Ele sorria malicioso e eu fiquei pasma.

Eu tento manter o foco na letra da música e sua coreografia. Eu não consigo olhar para ele. Estou afogada na minha vergonha. Este tem de ser o pior momento da minha existência. Minha cabeça ainda está girando enquanto eu tento lembrar um momento pior – e eu só consigo me lembrar da rejeição de Dastan na última vez que nos vimos – e este tem muito mais sombras escuras em termos de humilhação. Eu arrisco olhar para ele. Ele está olhando para mim, sua face composta, não me deixando perceber nada.

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