Capítulo 36

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Por Lord Krishna.

Ela está aqui, me olhando com uma expressão vazia, segurando uma arma. Meu subconsciente sucumbe a um desmaio, e eu acho que nem mesmo os sais de cheiro a trará de volta.

Eu pisco repetidamente para Jade, enquanto minha mente devaneia. Como ela entrou? Onde está Sra. Suna?

Um medo rastejante e frio aperta meu coração, e meu couro cabeludo se arrepia enquanto cada fio da minha cabeça se aperta em terror. E se ela a feriu? Eu começo a respirar rapidamente enquanto a adrenalina e meus ossos entorpecem com o medo que corre pelo meu corpo. Mantenha a calma, mantenha a calma, repito o mantra, mais e mais na minha cabeça.

Ela inclina a cabeça para um lado, me olhando como se eu estivesse em exposição em um show de horrores. Ganesha, eu não sou a anormal aqui.

É como se uma eternidade se passasse, enquanto eu processo tudo isto, embora, na realidade, foi apenas uma fração de segundos. A expressão de Jade permanece vazia e sua aparência é tão desleixada e despenteada, como sempre. Ela ainda está usando aquele casaco sujo, e ela parece precisar desesperadamente de um banho. Seu cabelo está oleoso e liso, colado contra sua cabeça, e seus olhos são de um castanho sem graça, nublado e vagamente confuso.

Apesar do fato da minha boca estar seca, eu tento falar.

— Namastê. Jade, não é? — Eu falo rouca.

Ela sorri, mas é uma curva perturbadora em seus lábios, ao invés de um sorriso verdadeiro.

— Ela fala. — Ela sussurra, sua voz é suave e rouca ao mesmo tempo, um som estranho.

— Tike, eu falo. — Digo suavemente, como se ela fosse uma criança. — Você está aqui sozinha? — Onde está Sra. Suna? Meu coração se aperta com o pensamento de que ela poderia estar machucada.

Seu rosto se contrai tanto que eu acho que ela está prestes a explodir em lágrimas, ela parece tão infeliz.

— Sozinha. — Ela sussurra. — Sozinha.

E a profundidade de tristeza nesta única palavra, é de arrancar o coração. O que ela quis dizer? Eu estou sozinha? Ela está sozinha? Ela está sozinha porque machucou Sra. Suna? Oh... não... Eu tenho que lutar contra o medo asfixiante que arranha minha garganta, enquanto as lágrimas ameaçam cair.

— O que você está fazendo aqui? Posso ajudar? — Minhas palavras são um calmo e suave questionamento, apesar do medo sufocante em minha garganta.

Sua testa se enruga como se ela estivesse completamente confusa com minhas perguntas. Mas ela não faz nenhum movimento violento contra mim. Sua mão ainda está relaxada em torno de sua arma. Eu tomo um rumo diferente, tentando ignorar o arrepio no meu couro cabeludo.

— Você gostaria de um pouco de chái?

Por que estou perguntando se ela quer chái? É a resposta de mamadi, para qualquer situação emocional que surja de forma inadequada. Jade não está realmente apontando a arma para mim. Talvez eu possa me mover. Ela balança a cabeça e inclina-a de um lado para outro como se estivesse esticando o pescoço. Eu tomo uma profunda e preciosa inspiração de ar, tentando acalmar minha respiração em pânico e avanço em direção a ilha da cozinha. Ela franze a testa, como se não conseguisse entender o que estou fazendo, e se desloca um pouco para que ainda fique de frente para mim. Eu alcanço a chaleira e com a mão trêmula encho-a na torneira. Quando eu me movo, minha respiração alivia. Are, se ela me quisesse morta, certamente já teria atirado em mim.

Ela me olha com um olhar ausente e curiosidade confusa. Quando eu ligo a chaleira, estou atormentada, meu pensamento se dirige para Sra. Suna. Ela está machucada? Amarrada?

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