Capítulo 21

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Dastan está calmo quando eu subo no carro, naquela noite.

— Oi — Eu murmuro.

— Oi— Ele responde, cautelosamente, como deveria.

— Perturbou mais alguém no trabalho hoje? — Pergunto também com uma falsa doçura.

Um fantasma de um sorriso cruza seu rosto.

— Você parece um pouco tensa, Sra. Sundrani. — Ele diz baixinho, pegando a minha mão.

Durante toda tarde, quando eu deveria ter me concentrado no trabalho, eu estava tentando descobrir o que dizer para ele. Mas eu me tornei cada vez mais furiosa com o passar das horas. Eu já estou farta de seu comportamento arrogante, petulante e, francamente infantil. Eu arrebato a minha mão da sua, de uma forma arrogante, petulante e infantil.

— Você está brava comigo? — Ele sussurra.

— Tike, sim. — Eu lhe respondo com os dentes apertados.

Cruzo os braços protetoramente em torno do meu corpo, e olho pela janela. Ele passa perto de mim mais uma vez, mas eu não vou olhar para ele. Eu não entendo por que estou tão brava com ele, mas eu estou. Realmente muito zangada.

Assim que chegamos em casa, eu quebro o protocolo e salto para fora do carro com a minha maleta.

— Por que exatamente você está zangada? Preciso de uma indicação. — Ele pergunta com cautela.

Eu me viro e olho para ele.

— Você realmente não tem ideia? Certamente, para alguém tão brilhante, você deve ter alguma ideia? Eu não posso acreditar que você seja tão obtuso.

Ele dá um passo para trás, alarmado.

— Você realmente está zangada. Pensei que tínhamos resolvido tudo em seu escritório. — Ele murmura, perplexo.

— Dastan, eu só capitulei ante suas demandas presunçosas. Isso é tudo.

Deixando minha pasta no corredor, dirijo-me para a grande sala. A Sra. Suna está no fogão.

— Namastê Sra. Sundrani.

— Namastê, Sra. Suna. — Eu murmuro mais uma vez.

Eu vou direto para a geladeira e retiro uma garrafa de vinho branco. Dastan me segue para a cozinha e me observa como um falcão, enquanto eu pego um copo do armário. Ele tira o casaco e o coloca casualmente na bancada.

— Você quer uma bebida? — Eu pergunto, docemente.

— Nahim não, chukriá. — Ele diz, sem tirar os olhos de cima de mim, e eu sei que ele está impotente.

Ele não sabe o que fazer comigo. É cômico em um nível e trágico em outro. Bem, dane-se ele!

Sirvo-me um grande copo de Sauvignon Blanc, e Dastan passa a mão pelos cabelos. Quando eu me viro, a Sra. Suna desapareceu. Are! Ela era o meu escudo humano. Eu tomo um gole de vinho. O gosto é bom.

— Pare com isso. — Dastan sussurra.

Ele dá dois passos, e cobre a distância entre nós, ficando em pé na minha frente. Delicadamente, ele enfia o meu cabelo atrás da minha orelha e me acaricia com a ponta dos dedos, mandando um arrepio através do meu corpo. É disso que eu senti falta o dia todo? Seu toque? Sacudo a cabeça, tentando libertar meu ouvido e olhar para ele.

— Fale comigo. — Ele murmura.

— Esse é o ponto. Você não me ouve.

— Tike sim, eu ouço. Você é uma das poucas pessoas que eu ouço.

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