Capítulo 58

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Eu disparei sobre meus pés primeiro. Alheio ao calor, eu passei pelo fogo enquanto as faíscas choviam como fogos de artifício.

Eu corria pela câmara em busca de Amish, rezando para que eu a encontrasse logo. Rezando para que ela já não estivesse queimada.

Eu não deixaria meus pensamentos e voltarem para o pior.

Ignorando a fumaça que arranhava meus olhos e pulmões, eu peneirei o ambiente com mais urgência.

Eu não poderia perder Amish. Eu não perderia Amish. Não assim. Não no meu turno.

Meus olhos lacrimejaram, lágrimas transbordando. Eu não podia ver claramente. O ar estava muito quente para respirar. A pele do meu rosto parecia derreter, e meu couro cabeludo parecia que estava pegando fogo. Eu mergulhei minhas mãos no monte de correntes jogadas no chão.

Mas que diabos era isso?

O fogo clamava em meus ouvidos, e minha concentração estava murcha, sem oxigênio suficiente. Limpei a palma da minha mão em meus olhos. Tateei pelo chão, os meus braços sentidos como se estivessem ligados a um peso de cinquenta quilos. Minha visão alternou. Mas me recusei a passar até que eu tivesse Amish.

Eu mergulhei minhas mãos pelo chão ao lado das correntes em busca de me levar mais a alguma ireção, então eu encontrei uma pequena pulseira de prata.

Era a pulseira que eu havia dado a Amish em seu aniversário.

— AMI! — Eu gritei assim que o fogo começou a tomar conta cada vez mais de todo o lugar me deixando em sem saída.

O calor aqueceu o aço da armadura, incendiando minha pele, tão brilhante e angustiante, que eu gritei e me encolhi de lado.

Ouvi a voz de Ravi berrar ordens atrás de mim. Algo sobre deixar a câmara. Ele queria fechar o portão e prender o fogo dentro.

Eu não poderia deixa-lo fazer isso. Eu tinha que salvar Amish.

Eu perdi meu senso de direção, tropeçando para frente cegamente. Chamas brilhantes eclipsavam minha visão. Eu corri em volta da câmara na esperança de encontrar Amish , a fumaça formando uma tela em meus olhos. De repente eu cheguei bruscamente, detectando um outro corpo no chão, logo a frente. Eu pisquei contra a fumaça remoendo meus olhos.

Nahim, não podia ser.

A voz de Ravi, tão urgente, se dissolvia no nada. Respirar era defato uma mssão quase impossivel de se fazer pela grande quantidade de fumaça que havia inalado. Minha visão se alternou ainda mais. Eu estava perdendo todos os meus sentidos. Uma sensação agarrou meu coração, puxando e torcendo. Meu corpo ficou frouxo, cambaleante no ar. Com apenas um aviso, senti-me balançando, balançando. Cai em nada. Eu estava inconsciente antes de eu bater no chão.

Minha cabeça latejava em dores em diversos pontos extecionais, minhas narinas ainda caregava o odor invasivoe persistente da fumaça, remexi-me dolorio e mesmo antes de eu abrir meus olhos, eu sabia que eu estava em um carro em movimento. Eu senti a pancada irregular dos pneus saltando sobre os buracos, e um motor rugiu em meus ouvidos. Sentei-me preguiçosamente contra a porta do carro, minha cabeça apoiada na janela. Eu balancei a cabeça, lambi meus lábios ressecados.

— Tchalô Ravi. Nós temos que voltar. Vire o carro. Nós temos que salvar Amish.

Ravi não disse nada, apenas me lançou um olhar de soslaio de incerteza.

Nahim, não.

Era mentira. Um medo profundo e inimaginável me engoliu. Minha garganta estava espessa, escorregadia e quente. Isso era mentira.

Eu a amo! Eu sempre vou amá-la! Eu prometi a ela que nós estaríamos juntos!

Eu gritei dentro da minha cabeça, porque as palavras eram muito irregulares para saírem. Elas arranhavam como unhas na minha garganta. Eu voltei minha atenção para fora da janela. Eu encarei a noite, o borrão das árvores e campos e cercas, em um momento, passaram para o seguinte. As palavras na minha garganta se enrolaram num grito, todos os cantos vivos e a dor gelada. O grito ficou pendurado lá, inchado e machucando enquanto meu mundo se desvendava e deslizava para fora de órbita.

Eu não esperei o carro parar; eu me joguei para fora, correndo.

Eu aterrei minhas mãos nos meus olhos, esperando limpar a imagem horrível.

Eu a procurei na estrada em busca de encontrá-la perdida.

Eu corri mais longo, um pouco mais longe, chamei o nome dela. Eu andava de um lado à outro na estrada, minhas mãos tremendo enquanto eu arava meu cabelo.

Eu não ouvi que Ravi veio atrás de mim. Eu dificilmente senti seus braços em volta dos meus ombros. O sofrimento e a angústia me sacudiram, uma presença viva, tão real e assustadora. Encheram-me de tal frio, que doía para respirar.

— Sinto muito. — Ele disse roucamente.

— Nahim! Não me diga que ela se foi. — Eu retruquei.

— Irmão você está ferido. Deixe-me te levar a um hospital.

— NAHIM. — Eu gritei. — Nós vamos voltar. Ela estará lá. Você vai ver.

Minhas pernas arrastavam um passo entorpecido após o outro. Um pensamento selvagem, imperdoável me pegou.

E se Amish tivesse ido?

— AMI! — Eu chorei, caindo de joelhos.

Eu estiquei meu corpo sobre o chão ainda umido, soluços estranhos, poderosos rompendo do fundo do meu peito. Eu estava escorregando, resvalando na mentira.

Amish.

Eu pensei no nome dela, esperando, esperando. Eu soluçava seu nome, me ouvindo fazer barulhos incontroláveis de angústia e desespero.

As lágrimas rolaram pelo meu rosto. Meu coração estava por um fio. A esperança que eu agarrava sem restrições, estava à deriva fora de alcance. Senti minha alma quebrar, peças irreparáveis de mim voando para fora.

A pouca luz que foi deixada dentro de mim se apagou. 

Continua...

O que acharam? Eu chorei por Dastan.

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