Interrogatório

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— O que... Como você... Isso... Isso não... O que está acontecendo? — falei completamente confuso com a situação. Depois da minha primeira reação, veio uma mistura de sentimentos – Como você está aqui? Quer dizer... Você está aqui, mas não pode estar aqui, você não é um fantasma e...

— Harry, respire fundo, você parece prestes a ter um infarto — inspirei profundamente e tentei não pensar na dor que sentia na cabeça — Fique calmo...

— Não me diga para ficar calmo! Você está aqui e eu não sei como isso aconteceu, isso não era para ter acontecido... — Me levantei rápido demais, senti minha pressão baixar e minha visão escureceu por um momento, ele também se levantou do chão, ficando frente a frente comigo — O que você está fazendo aqui?

— Vim especialmente para dizer que verde combina com seus olhos e que já pode se mudar para a sonserina — Meu cérebro travou por um momento, não estava entendo mais nada — Harry, pode por favor parar de fazer cara de sonso? Estou perdendo a paciência.

— Isso por acaso é um sonho? — Não conseguia pensar outra forma daquilo estar acontecendo.

— Anda sonhando muito comigo? — parei e tentei pensar por um momento se isso já tinha acontecido antes — Era uma piada.

— Ah... Certo, então... Isso não é um sonho? — perguntei piscando repetidas vezes.

— Não e eu também não tenho certeza de como estou aqui — voltei a encará-lo — Harry, pare de me encarar, estou começando a achar que você é retardado.

— Será que você podia levar em consideração que a última coisa que eu queria nessa vida é rever o rosto do assassino dos meus pais? — Eu sabia que estava ignorando tudo que havia concluído sobre a situação e sobre Tom, mas aquilo era diferente. Não havia imaginado que ele estaria ali, na minha frente.

— Isso não pareceu ser um problema quando você começou a falar comigo através do diário — Ele "tocou" o caderno com os dedos espectrais — Além do mais, acho que podemos superar isso por um segundo para conseguirmos definir o que está acontecendo.

— É, podemos, assim quem sabe vou poder te matar uma segunda vez — falei entre dentes.

— Que rancoroso — Tom suspirou — Mas devo admitir que é bom sair do meu inferno pessoal e estar um dia que já não tenha vivido.

— Aproveite, pois quando eu arrumar um jeito de te prender de novo...

— Vai escrever chorando as mágoas exatamente como estava fazendo antes? — Ele perguntou arqueando a sobrancelha. Esnobe.

— Eu não estava chorando as mágoas! — brandi um pouco alto demais, tivemos um segundo de silêncio e, nesse tempo, ouvi a porta do quarto ser aberta.

Meu primeiro pensamento foi "Fodeu", seguido por uma sensação de desespero que me dominou dos pés a cabeça. Olhei para Rony e tentei me forçar a dizer algo, mas minha boca apenas abria e fechava, eu intercalei o olhar entre meu amigo e Tom tentando bolar em uma desculpa ou qualquer explicação.

— Harry, você está bem? — O ruivo me olhou preocupado, foi até mim e passou a mão na frente do meu rosto — Por acaso viu um fantasma? Você está pálido...

— Ron, eu... — Nesse instante o Riddle me cortou, interrompendo a desculpa que eu estava pensando em usar.

— Não fale nada, ele não consegue me ver — Olhei para o moreno direto nos olhos e fechei a boca — Diga que acabou de lembrar algo urgente e vamos sair daqui.

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora