Verão

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O tempo passou rápido depois de minha conversa com Tom, muitas pequenas coisas aconteceram. Primeiro encontramos – Com ajuda de Dumbledore – uma psicóloga que vivia aos redores de Hogsmeade, dessa forma também conseguimos uma permissão para irmos nos consultar com ela de duas a três vezes por semana. Eu me sentia muito bem podendo me abrir com uma psicóloga, Tom levou um pouco mais de tempo e algumas sessões em conjunto até que conseguisse começar a conversar de verdade com a mulher.

Estávamos mais fortes como casal depois de tudo que aconteceu, ainda mais por levarmos nossos problemas para as sessões e estarmos conseguindo resolver as coisas, principalmente devido ao fato de nós dois estarmos dispostos a relevar algumas coisas e mudar caso fosse preciso. Era interessante a forma como parecíamos cada vez entender melhor nossa dinâmica e um ao outro.

Nós nos assumimos para o resto de nossos amigos, alguns ficaram surpresos, outros nem tanto, o que importa é que no geral fomos bem aceitos. O segundo passo foi assumir publicamente o namoro para toda a Hogwarts, e o que melhor para fazer isso que esperar a troca de aulas, quando o corredor estava lotado? Foi complicado convencer Tom a fazer isso, ele não necessariamente gostava da ideia de ter um relacionamento público, mas consegui convencer ele usando chantagem emocional e ameaças de fazer greve de sexo (Nossa psicóloga ficou decepcionada, mas eu não me arrependi).

— Pronto? — perguntei me encontrando com Tom no corredor, tínhamos exatos 20 segundos até que o sinal tocasse e nós fossemos a fofoca da semana.

— Nem tão pronto quanto gostaria, mas pronto o suficiente — arqueei a sobrancelha, meu namorado revirou os olhos — Vamos logo com isso.

Consegui sentir os corredores se enchendo de pessoas, mas não tive oportunidade de ver isso, meus olhos estavam fechados e minha boca colada a de Tom. Eu teria aproveitado melhor o beijo se não estivesse com o estomago embrulhado de nervosismo, quando nos separamos e olhamos ao redor, parecia que havíamos explodido uma bomba em Hogwarts, metade olhava para nós chocados e metade com inveja. Sorri e agarrei a mão de meu namorado antes de começarmos a ir para a aula seguinte como o casal feliz e assumido que éramos. Eu sabia que aquele era um passo importante não apenas para nós, como para os outros alunos que também viviam suas vidas escondidos.

Não fomos sequer repreendidos pelos professores que passavam nos corredores naquele momento, Snape estava nos olhando com trauma, Remus estava sorrindo e a professora de adivinhação parecia ter visto um Grim. A primeira pessoa a nos "parabenizar" foi Draco, não que ele tenha sido muito simpático.

— Arrumou um namorado, Potter? Sempre soube que não estaria satisfeito com todas as garotas se jogando para você — Depois disso ele praticamente passou esbarrando por mim, não antes de olhar para Tom com desgosto — Você merecia coisa melhor, mas nem todo mundo sabe o que é bom nessa vida.

Eu não sabia se deixava meu queixo cair no chão pela audácia do loiro ou se corria atrás dele para assassiná-lo por isso. Que descarado. Olhei para Tom, ele estava se segurando para não rir, provavelmente por conta dos meus olhares assassinos, indignados e enciumados. A segunda pessoa a vir conversar conosco foi Hermione e Krum, estranhei o moreno parecer bem mais amigo de Tom que eu imaginava. No final das contas, a novidade foi recebida extremamente bem.

No dia seguinte estava em todos os jornais "Harry Potter é gay!?" ou "O menino que sobreviveu finalmente dá sinais de ter uma vida amorosa", o primeiro eu achei típico de Rita Skeeter, o segundo me deixou indignado, como se sugerisse que eu estava encalhado esse tempo todo. Graças a Mione não tive tempo de ler os outros títulos e matérias, ela deu um jeito de fazer com que todos as xícaras e copos cheios caíssem em todos os jornais entregues naquele dia.

— É ridículo como todos adoram falar da vida amorosa dos outros, além do mais isso torna jornais sérios praticamente uma revista de fofoca — Tive que concordar com ela e mais tarde agradeci por não ter lido tudo, não precisava saber o que os outros achavam da minha vida, eu estava bem com isso.

Crawling - TomarryOnde histórias criam vida. Descubra agora